a fuga de Júnior

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Quando retornamos para o Quartel almoçamos e tivemos boa parte de descanso. Não vi Júnior no quarto e nem na hora almoço.  Era sério que ele estava tentando me evitar? E a prova disso foi quando eu retornei quarto não vi ele deitado ou sentado na cama com aquela agenda com a foto da namorada dele.

Fui ao banheiro, mancando por causa do machucado. Com minha coisas de higiene, ele também não estava lá banhando, pela primeira vez eu queria ver ele banhando ali e não me importaria. Liguei o chuveiro e passei o dia inteiro debaixo da água, pensando...

Como assim eu não está preparado para ouvir o que o Júnior tinha para dizer. Existe uma variedades de coisas que eu não estava preparado. Por exemplo,  a minha virgindade. Eu nunca estava preparado para perder ela, mas o Felipe que morava na minha casa ao lado me mandou mensagem em uma tarde qualquer. Perguntando se não havia ninguém em casa. Minha mãe havia ido trabalhar,  e meu pai eu não sabia aonde ele estava nesse dia. Eu poderi ter mentindo e dito que sim, que havia alguém; não sei o que deu em mim para responder que não.  Ele veio em minha casa com o pau duro.

Nem rolou beijos ou carícias. Ele me colocou de quatro e enfiou em mim. No começo foi doloroso, mas depois me acostumei e gostei. Eu gostava da sensação de senti o pau do meu melhor amigo dentro de mim. Sempre fazíamos "coisas erradas" para nossa idade, mas nunca teve coisas muito sérias.

Quando sai dos meus pensamentos perversos percebi, para minha vergonha que meu  pau estava duro. Fiquei de costas para a porta do banheiro sem compartimentos. A água do chuveiro caindo sobre mim de uma forma envolvente.

Tentei pensar em outras coisas, esperando o meu pau ficar mole, então a porta abriu com violência e Júnior entrou. Ele olhou para mim no momento que virei para olhá-lo, ele parecia ligeiramente  assustado. E antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele saiu e fechou a porta.

Não havia tempo de sair do banheiro pelado e nem enrolado na toalha eu tinha vergonha. Então me vesti e tentei alcançá-lo. Ele estava na cama sentado. Me lançou um olhar de sensura. Eu fiquei corado, ao me lembrar que ele me viu pelado.

- Pô eu tava procurando por você em todos os lugares - eu disse frustado.

- Bom, eu fugi de você de todos os lugares.

- Eu quero...

- Eu estou com fome, ainda não almocei. Depois a gente se fala. - ele disse e se retirou do quarto com a mesma rapidez que saiu do banheiro quando me viu pelado de pau duro.

Droga, passei o resto da tarde inteira pensado no que júnior tinha para falar. E, sinceramente,  eu estava enfrentando uma crise de colapso por isso. Era horrível quando alguém falava "tenho uma coisa séria para falar a você, mas só vou contar a amanhã". Quem o Júnior pensava que era. Ele fugiu de todos os lugares que eu imaginaria que ele estava. E depois do almoço, eu vi ele saindo do banheiro com compartimentos, então descobri qual era o esconderijo dele. Eu criei um plano.

Eu sabia qual era o plano de Júnior para me evitar. Ele ia ao banheiro e ficava lá tempo suficiente para não poder me encontrar. Na hora do jantar, percebi que ele não estava no refeitório e nem no quarto, pensei seriamente em ir até o banheiro, mas resolvi comer algo.

- Sabem da nova - disse Mike na mesa, eu, Marcelo e Paulo erguemos as sobrancelhas - meu amigo, quer fazer outra festinha na casa dele.

- Opa! - disse Marcelo comendo uma coxa de frango.

- Vocês viram o Júnior? não vi ele.

Pensei em responder a pergunta do Paulo. Sério mesmo, queria dizer que ele encontrava-se no banheiro se escondendo de mim, mas assim como os demais eu sacudi a cabeça negando.

Quando terminamos a janta, como de costume eu e os garotos do meu quarto, incluindo o insuportável do Júlio, que agora com seu título de auxiliar do Quintamante estava dizendo em altas vozes.

- Quando  o pessoal tiver completo no treinamento eu vou pegar pesado. E vou colocar no lugar certas partes frágeis.

Ignorei ele como sempre ignorava uma sujeira feia na parede ao lado da minha  cama.

Notei que júnior não apareceu. Quando todos estavam se preparando para dormir e ninguém exceto eu, notei que a cama do Júnior ainda estava vazia, eu me ergui quando os roncos do Júlio estavam bem altos.

E sai sorrateiramente do quarto. De pijama, eu sai pelos corredores escuros do quartel. E, para minha surpresa vi um vulto passar veloz. Pensei em ir até ele, mas não, segui o corredor que levava ao banheiro com os compartimentos.

Todas as portas estavam fechadas, dos boxes como se tivesse alguém. Olhei pelo vão que a porta e o chão fazia e no mesmo box que eu e Junior nos encontramos, vi os pés deles. Soltei uma risadinha, eu devia imaginar.

Subi no vaso do banheiro ao lado e vi ele mexendo no celular jogando free fire, me poupe. Dei um susto nele.

- Ei! - exclamei.

Ele olhou para cima ligeiramente surpreso e assustado.

- Pensei que você estivesse aqui para focar nos seus objetivos - cometei, lembrando o que ele disse um dia.

Apesar de tudo,  ele sorriu, senti que ele estava constrangido como se tivesse com vergonha de ter sido pego, outra surpresa desbloqueado em Júnior.

- Deixa eu entrar - pedi amigavelmente.

E, para minha surpresa, ele se ergueu e subiu a pequena tranca que fechava a porta do boxe. Entrei lá dentro.

- Júnior! - exclamei entre irritado e me divertindo com aquela situação; parecia que estávamos na escola. O que me fez lembrar do meu amigo Felipe, pelo menos ele não se escondeu, mas me fudeu. Enfim.

- Oi - ele disse sem olhar para mim.

- Você disse que tinha uma coisa para me falar. E que eu não estava preparado para ouvir... - pensei cuidadosamente nas palavras - mas eu estou, quero dizer não sou nenhuma criança.

O que será que ele tinha para me falar. Será que era algo sobre as nossas investigações?

Júnior desligou o celular e se levantou.

- Não era "Algo para falar" e sim algo "algo para fazer" - Ele corrigiu.

- Ótimo então me...

Foi de repente, eu definitivamente não estava de fato preparado: Júnior me encostou contra a parede que separava um box do outro e colou seus lábios no meu. Fiquei sem reação.

Todos os meus pensamentos ainda estavam presos em um único assunto: as investigações. Júnior me beijava com tanta urgência,e  seu corpo grande e forte contra o meu, senti que poderia atravessar aquela plataforma,  pois me sentia leve como um fantasma. Óbvio que eu movia os lábios, óbvio que segurei em seus braços em uma tentativa de pedir mais do que aquele beijo.

Júnior sabia beijar; não que eu cheguei a pensar como seria o beijo dele...ele descolou os lábios do meu como se isso fosse a única coisa no mundo que ele não quisesse fazer.

- Eu disse... você não estava preparado - ele sussurrou, olhando meus lábios com desejo.

E então, eu pensei na namorada dele. E me retirei do banheiro sem sequer olhar para trás para ver se ele me seguia. Fiquei feliz de chegar no quarto escuro e deitar na cama assustado. Vi Júlio se mexer desconfortável. Eu fechei os olhos e tentei dormir.

Olá, quando chegar em 15 leituras, eu solto o próximo capítulo! ;)

GAY NO EXÉRCITO (não revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora