Capítulo 23

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Castro

Abri a porta da casa da Leticia, entrei e me joguei no sofá. Já sou daqui mesmo. Escutei o barulho do chuveiro, então fiquei aqui esperando ela terminar o banho.

Meu lance com ela tá maneiro pra caralho, não é sério, é uma coisa nossa, que a gente entende. Não vou ser pau no cu em dizer que não peguei outra, peguei mermo, mas o papo reto é que até falei o nome dela transando com a outra po.

Quando chega uma pra render minha cabeça fica louca projetando ela. Até tenho vontade de saber se ela fica com alguém, além de mim, só de pensar sobe um ciúme fudido.

Só passa ela na cabeça, de cima e de baixo. Tá no meu porte, já foi.

A água parou de cair no banheiro e logo em seguida ela abriu a porta saindo com a toalha enrolada no corpo. Meu olho parou na cara que ela tava, com olho inchado e vermelho.

Castro: que cara é essa cachinhos dourados?
Leticia: o que você tá fazendo aqui?
Castro: não peguei plantão hoje pra dormir contigo, vai responder minha pergunta não?
Leticia: eu quero que você saia daqui
Castro: cofoi?
Leticia: eu não quero ter nada seu Castro, eu não quero o status de mulher de bandido que é bancada por ele na rua e espancada em casa
Castro: que papo é esse tá doidona? quando foi que eu encostei a mão em tu? te encheram a cabeça né? fala quem foi
Leticia: eu não quero mais você aqui, sai da minha casa agora
Castro: po Leticia, fumou porra? fala pra mim o que teve - Me aproximei e ela deu um passo pra trás. - por que tu tá com a cara inchada de choro?
Leticia: Castro, sai da minha casa, eu não quero ter mais nada com você, some, se me ver na rua não me cumprimenta, muda até de calçada
Castro: é isso mermo?
Leticia: sim
Castro: beleza - Fiz um legal pra ela e saí dali.

Caminhei até minha moto, montei, tirei a chave do bolso e coloquei na ignição girando e saindo dali.

Parei a moto na rua e entrei na boca. Fui na sala do Ret, peguei um saco da branca, abri e esparrei na mesa. Juntei a carreira, tirei uma nota de 5 reais do bolso, enrolei e cherei tudo. A cabeça foi longe na hora.

Cabelinho: cofoi? - Falou chegando.
Castro: o que puta?
Cabelinho: tá aí atribulado
Castro: quer também?
Cabelinho: to de boa, vai falar o que rolou?
Castro: só precisando relaxar
Cabelinho: te conheço desde 2010 e tu me lança essa?
Castro: mulher é foda né meu parceiro? tem que ser que nem tu assim, só comer e sumir
Cabelinho: tu tá de rolo com quem? to desconfiado desde a invasão do TCP
Castro: me envolvi com a cachinho dourado, ela me dispensou agora
Cabelinho: quem é?
Castro: Leticia
Cabelinho: caô, caô irmão
Castro: to falando
Cabelinho: ela não rende pra ninguém po
Castro: poise, tava doido por ela, não nego
Cabelinho: investe po
Castro: me chutou igual cachorro
Cabelinho: e tu vai desistir?
Castro: sou homem, não puta
Cabelinho: se você pensa assim, vou ter meu descanso de beleza
Castro: tenho que separar uma droga

Cabelinho

Saí da boca, fui pra barreira dar um confere. Fiz toque com os moleque e encarei.

Cabelinho: nos conforme?
Jhon: suave
Cabelinho: valeu, olho aberto, se fechar eu dou um tiro pra fechar de vez mermo
Sabonete: cê não é brabo assim
Cabelinho: tu sabe que sou gatinho - Mandei beijo e saí dali.

Comecei a subir o morro e dei de cara com aquela mina loira maluca. Ela tava de cabeça baixa, mas quando levantou já bateu os olhos em mim e abriu um sorriso.

Filha do TráficoOnde histórias criam vida. Descubra agora