Capítulo 51

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Uma semana depois...

Maria Clara

To recuperada, só com poucas dores na coluna pelo que eu apanhei do tal Coringa.

Minha casa virou uma pensão hospitalar, todo mundo veio se recuperar aqui. Meu padrinho já tá até trabalhando de novo, ninguém consegue segurar ele. GB tá ótimo, o tiro que ele levou foi bem mais de boa do que o do Cabelinho. Depois de uns quatro dias, ambos foram pra suas casas.

Peguei o prato com janta que a Ana colocou pra tia Bruna e fui levar lá no quarto dela. Abri a porta e a encarei. Tava sentada, enrolada no lençol e com o rosto inchado de tanto chorar.

Maria: trouxe comida
Bruna: eu não to com fome
Maria: mas precisa comer
Bruna: é sério, eu não quero nada
Ret: vai comer agora - Entrou no quarto. - não vai vegetar em cima da cama porque tu não tá morta, tá chapando? bora - Pegou o prato da minha mão.

Ret foi até ela e sentou em sua frente, entregou o prato e a vi comendo tranquilamente pela primeira vez depois de dias.

Ret: é isso aí, eu só saio daqui depois que tu engolir tudo ai
Bruna: mas eu não quero tudo
Ret: e como querer não é poder, tu me obedece
Bruna: ta
Ret: se liga no que tu tá fazendo com você mesma, Jogador era foda pra caralho contigo, vocês se amavam e eu não tenho dúvidas disso, mas infelizmente a vida não quis vocês juntos, ele morreu, mas ficou as lembranças po, definhar na memória do cara não vai trazer ele de volta
Bruna: eu sei
Ret: tu não vai esquecer nunca do acontecido, vai doer pra sempre, mas você tem duas escolhas, ou você aprende a lidar com a dor, ou se entrega a ela, iai? vai escolher qual?

Deixei eles no quarto conversando e fui na Isa que estava com o GB aqui, escondido, como sempre, nada fora do comum.

Maria: coisa feia você aqui em, pega as malas e se muda logo
GB: tu ama minha presença po
Maria: imagina o Ret entrando por essa porta
Isa: nem pensa nisso que atrai
Maria: cuidado em
GB: e tu tá suave?
Maria: só algumas dores, nada que eu não consiga aguentar, vou pro meu quarto, beijo casal, tranquem a porta

Saí dali indo pro meu quarto, entrei vendo o Gringo sentado com o celular na mão, tomei um susto com sua presença, nem me avisou nada. Tranquei a porta e ele olhou pra mim.

Gringo: fala tu perigosa
Maria: oi gatinho

Caminhei até ele e sentei em seu colo recebendo um beijo no pescoço.

Maria: sumiu, tava fugindo de mim? tem quase uma semana que não te vejo
Gringo: morro ficou uma bagunça depois da invasão, tava resolvendo os caô
Maria: nem me fala, eu odeio ver minha tia no estado que tá
Gringo: trouxe um bagulho pra tu
Maria: o quê?

Ele tirou de trás de si uma sacola pequena da Pandora, arregalei os olhos com a surpresa e peguei de sua mão.

Sentei ao lado dele e abri o presente. Tinha uma caixa preta com o nome da marca, assim que abri vi o relógio em ouro rose. Tinha alguns brilhantes em volta, era totalmente perfeito.

Maria: eu amei - Abracei ele. - assim eu fico mal acostumada
Gringo: pode ficar então
Maria: obrigada
Gringo: de nada perigosa

Levantei da cama, deixei o presente em cima da escrivaninha e me virei pra ele.

Maria: deixa eu pensar em como eu posso agradecer esse presente - Sentei em seu colo de frente pra ele.
Gringo: eu tenho ideias ótimas
Maria: é? me conta todas elas
Gringo: eu prefiro te mostrar
Maria: então me mostra Davi

Filha do TráficoOnde histórias criam vida. Descubra agora