Capítulo 75

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Gringo

Ajeitei meu cordão no pescoço, coloquei um só mais fino hoje, pra bater na cara dela. Cê é doido, quase um mês sem tocar na minha mulher direito.

Passei meu perfume, tem que ficar no cheiro pra gata. Me olhei no espelho do banheiro ajeitando o cabelo, to pronto.

Fui até o quarto, peguei meu celular vendo que são 21:03h, entrei no whatsapp e comecei a digitar uma mensagem pra perigosa, avisando que já tava indo.

Ouvi um grito alto vindo do quarto da Emilia, joguei o celular em cima da cama e corri até lá. Abri a porta, vendo ela de joelhos no chão com as mãos nas costas.

Gringo: qual foi?
Emilia: me ajuda - Pediu chorando.
Gringo: o que tu tá sentindo?
Emilia: minha coluna está doendo muito

Me agachei do lado dela, passei o braço pela cintura de leve e a coloquei em cima da cama, enquanto ela gemia de dor.

Gringo: caralho, o que eu faço?
Emilia: eu tenho crise de dor na coluna, está doendo muito - Chorou mais.
Gringo: e o que você faz?
Emilia: me leva ao hospital
Gringo: claro, vou só pegar meu celular
Emilia: NÃO - Encarei ela. - não, tu não podes me deixar sozinha
Gringo: vamo pro carro
Emilia: eu não consigo andar
Gringo: eu te carrego

Carreguei ela com cuidado e saí em direção ao carro. Tranquei a porta da frente e com dificuldade peguei a chave do bolso destravando o carro.

Gringo: se segura em mim

Coloquei ela no chão com cuidado, abri a porta do carona e deitei todo o banco.

Gringo: assim tá bom?
Emilia: serve sim

Ajudei ela a entrar no carro e dei a volta entrando, liguei e dei partida pro postinho.

Emilia: para qual hospital iremos?
Gringo: no postinho aqui do morro
Emilia: a saúde pública no Brasil é precária, me leva para um hospital pago
Gringo: mas o atendimento aqui é suave
Emilia: por favor
Gringo: suave

Dei ré e desci a principal saindo do morro.

[...]

Horas pra tomar uma providência nessa merda de hospital particular, só tem nome, se tivesse no postinho, o lance era agilizado.

Sei nem a quanto tempo eu to aqui.

Puta que pariu...

Gringo: caralho
Emilia: o que foi?
Gringo: nada

Eu não avisei a perigosa, ela deve tá me esperando, eu to fudido demais.

Passei a mão no bolso pra pegar o celular, mas não encontrei. Não acredito que eu esqueci essa porra.

Levantei da cadeira de espera e fui até a recepção.

Xxx: posso ajudar?
Gringo: cê pode me dizer as horas?
Xxx: são exatamente 1:39h
Gringo: valeu

Como eu vou explicar essa porra depois?

Emilia: Gringo
Gringo: fala
Emilia: o médico tá me chamando
Gringo: bora, se segura em mim - Me aproximei.

[...]

Filha do TráficoOnde histórias criam vida. Descubra agora