Capítulo 8

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Ret

Tomei um banho boladão. O mano tá na paz, e o diabo fica atentando.

Se eu encontrar o dono dessa página, vou meter um tiro na boca pra aprender a nunca mais fazer fofoca, até porque não vai sair vivo.

Entrei na cozinha pra forrar o estômago e a Maria tava com a cara de cu dela.

Ret: tá de boa? - Murmurou um "uhum". - só faço isso pra tua proteção que é minha prioridade
Maria: eu sei, desculpa pela forma que falei - Estranho.
Ret: a rainha da razão pedindo desculpas?
Maria: engraçadinho
Ret: tenho um bagulho pra resolver no asfalto, te deixo na escola hoje

Peguei um café com tapioca e comi. Tirei a chave do carro do bolso, destravei e entrei. Olhei meu celular e nada da doutora me responder, tá boladona e com razão, mas eu não fiz porra nenhuma.

Maria entrou no banco do carona e eu dei partida pra fora do morro.

Maria: tem que pagar o colégio
Ret: é no dinheiro ainda?
Maria: sim
Ret: não atualiza né? palhaçada do caralho, gosto de pix - Rimos.
Maria: e tem que ir lá
Ret: fazer isso hoje

Chegamos no colégio, parei o carro no estacionamento. Descemos e eu fui entrando. O segurança me olhou feio algumas vezes e eu soltei um beijinho.

Xxx: bom dia, o que o senhor deseja?
Maria: é meu pai
Xxx: ah, desculpe
Ret: dá próxima perde o braço - Pisquei pra ele e a Maria me puxou.
Maria: se comporta
Ret: sempre

Ela me levou até o financeiro, tirei os 3.500 do bolso e paguei, uma burocracia do caralho, to já sem paciência.

Nós fomos saindo daquela sala, e tinha tanto adolescente pelos corredores que me deu até agonia.

Xxx: iai Maria - O menino da festa se aproximou com outro playba.
Maria: oi Yuri, pai esse aqui é o Lorenzo

Estreitei os olhos pros dois, o tal do Lorenzo estendeu a mão, hesitei um pouco, mas depois apertei. Conheço maldade de longe e esse moleque tá cheio.

Yuri: nunca imaginei te ver aqui, maior admiração

Cruzei meus braços e respirei fundo. Riquinho emocionado é foda.

Ret: não se acostuma - Olhei pra Maria. - vou indo, qualquer coisa aciona, Castro te busca - Ela assentiu.

Voltei a olhar os dois babacão que estavam na minha frente e saí andando, atraindo alguns olhares das patricinha. Menina de 15 anos po, achando que eu com 36 vou render.

Entrei no carro e parti a mil pro escritório da doutora, esse horário ela normalmente tá lá, vou contar com a sorte.

Meu celular tocou e eu peguei da perna, atendendo e colocando no viva voz.

Ligação on

Ret: fala tu
Cabelinho: problema pra gente paizão
Ret: caralho filhote, tenho paz não?
Cabelinho: tá falando da fofoca? se fudeu parceiro
Ret: levei a fama que peguei, mas não peguei caralho de ninguém
Cabelinho: dá o papo reto
Ret: não peguei a Manuela porra, ela me chamou pra isso, mas eu neguei
Cabelinho: palavra de homem?
Ret: claro po, agora dá o papo
Cabelinho: mataram o NK
Ret: qual foi caralho? tá me tirando como otário? me dando um papo desse?
Cabelinho: papo reto irmão, LT chamou nós po, morto dentro de casa
Ret: que porra é essa?
Cabelinho: resolve com sua doutora e encosta
Ret: valeu - Bati.

Filha do TráficoOnde histórias criam vida. Descubra agora