Flores amarelas

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Harry parou diante da janela e observou a tempestade cinzenta e fria lá fora. Ele sentiu o frio adentrar por entre as cortinas, sentiu o cheiro de terra molhada, ouviu a torrente descendo ao seu redor. O ômega se sentia isolado e sozinho, como se estivesse naufragado em uma ilha no meio do oceano.

Ele mantinha o olhar na floresta, à espera dos alfas que haviam saído na noite passada .

Estremeceu, envolvendo o corpo trêmulo com os braços no momento em que um relâmpago iluminou o quarto, sendo seguido de um trovão estrondoso.

Entediado e irritado por Niall não ter cumprido a promessa dos passeios, caminhou de maneira confiante até a porta do quarto, a abrindo de leve. Ele nunca havia andando sozinho pela casa, devido as ordens dos alfas, mas não conseguia mais conter a agonia de estar dentro daquele quarto por tantos dias.

Saiu do cômodo, se deparando com um imenso corredor. Seus pés descalços davam passos pequenos e receosos pelo piso de madeira, levando-o até uma escadaria, a qual desceu com cuidado.

Justamente quando ele pisava no último degrau da escadaria, um corpo alto e robusto se pôs em seu caminho, lhe bloqueando a passagem. Harry ergueu os olhos, ofegando assustado ao vislumbrar olhos castanhos sobre si.

— Ômega... — a voz do rapaz soou repleta de escárnio. Seus olhos analisaram o ômega de cima a baixo — Senti seu cheiro de longe. — inspira fundo, parecendo se deliciar com o aroma doce que exala de Harry — Falaram sobre você, mas não imaginei que seria tão...

— Sai! — Harry ordenou, dando um passo para trás — Não! — protestou no instante em que o alfa agarrou seu pulso — Sai, sai!

— Ei, fique calmo. Só quero conversar. — riu da expressão assustada do ômega — Por que está assustado?

— Sai!

— Meu nome é Jason. — disse calmamente, mantendo os olhos fixos nos verdes assustados — Me desculpe estar sendo indelicado, mas não é todo dia que possuímos o prazer de sentir o cheiro de um ômega. Ainda mais sendo tão delicioso.

— Solta! — o ômega pediu, sentindo sua pele arder pelo aperto do alfa em seu braço — Dói.

— Jason! — uma terceira voz soou alta e enfurecida soou e Jason soltou o pulso do ômega que estremeceu de pavor, se encolhendo ainda mais sob a presença daquela voz autoritária — O que pensa que está fazendo? — Louis aproximou-se do alfa. Seus olhos transbordavam ira — O machucou?

— Não, eu só estava conversando com ele. — Jason se explicou, desviando seu olhar para o ômega que se mantinha encolhido, com lágrimas nos olhos — Ele veio até aqui. Deve estar à procura de um alfa para...

— Perguntei se machucou o ômega. — Louis parece ainda mais irritado ao vislumbrar a forma que Harry se encontra — Ele está assustado. — o alfa se aproxima do ômega com cautela — Quem lhe causou isso, ômega? — questionou, apontando para a vermelhidão em seu pulso. Harry não respondeu, apenas ergueu o olhar para Jason — Pois bem... Agora suba e volte para o quarto. Não pode andar por essa casa sozinho. Sabe disso.

Harry não disse nada, apenas virou-se, subindo os degraus rapidamente. Voltou para o quarto e se sentou em sua cama, levando uma das mãos ao peito. Se manteve na mesma posição, até a porta do quarto ser aberta de abrupto, assustando-o. Ele inclinou a cabeça, fitando suas próprias mãos sobre o colo.

— Não briga comigo. — pediu baixinho, envergonhado — Passeio.

— Não pode sair sozinho. — Louis disse calmamente, enquanto se aproximava do ômega — Alfas não são... Muito confiáveis.

Black Out Days  ✧ l.s • ABO •Onde histórias criam vida. Descubra agora