Abrindo o jogo

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Olha quem voltou antes do esperado akakakak
Confiram o capítulo de hoje, até o próximo.

xxx



A fumaça da vela acesa sobre a mesinha de cabeceira, desprendeu-se do pavio, flutuando pelo ar e se mesclou com a brisa fria que adentrava pela janela, sacudindo as cortinas. Os relâmpagos iluminavam com pálido lampejo o quarto pouco iluminado devido a falta de energia.

Harry aproximou-se da sacada, apoiando as mãos sobre o parapeito, sentindo o vento gélido se chocar contra sua pele, arrepiando-o com um toque inebriante de calmaria.

Ergueu os olhos, observando o céu escuro e nublado lá fora. Chovia forte, o que acabara assustando-o um pouco. Harry não gostava de tempestades.

Abraçou seu próprio corpo para se proteger do frio e respirou fundo ao sentir uma pressão em seu peito. Uma lágrima solitária deslizou por sua bochecha, deixando um traço úmido em sua pele.

Um aroma familiar adentrou em suas narinas, preenchendo seus pulmões. Sentiu o ar lhe faltar e uma sensação de afogamento lhe invadir.
Apertou firme os dedos na grade do parapeito e se inclinou para baixo, buscando controlar sua respiração e seus batimentos cardíacos.

— Alfa... — sibilou baixinho ao sentir sua marca queimar. Seu corpo estremeceu ao ouvir um ruído próximo aos arbustos do outro lado da rua. Deu um passo para trás, sentindo algo envolver seus braços.

— Finalmente encontrei você, doce ômega... — uma voz horripilante sussurrou em seu ouvido, arrepiando-lhe da cabeça aos pés — Louis me mandou.

Harry tentou se soltar, mas as mãos do alfa o seguraram com mais força. O ômega fechou seus olhos, se concentrando nas vibrações de Louis que ainda percorriam suas veias.

— Quem é você? — perguntou calmamente, ignorando a forma que sua pulsação acelerava — Louis o mandou para que?

— Meu nome é Matt. — o Tomlinson mais velho segurou Harry pelos ombros e o virou para si, sorrindo ao contemplar o rosto delicado e belo do ômega — Bem melhor do que imaginei. — deslizou o polegar pela bochecha corada e úmida do mais novo — Sou irmão do seu alfa.

— Louis não é o meu alfa.

— Ele é! — agarrou o pulso de Harry, pressionando os dedos em sua marca, arrancando gemidos dolorosos do ômega — Louis mandou que eu viesse buscá-lo.

— O quê?

— Aquele bastardo estava me devendo e me mandou buscá-lo, como pagamento. — aproximou-se do ômega que recuou, batendo as costas contra o parapeito — Você é meu agora, ômega.

— Não sei se estou entendendo.

— Simples, Louis tinha uma dívida e o vendeu a mim, como uma espécie de troca, entende? — Harry se manteve em silêncio, absorvendo aquelas palavras absurdas do alfa — Resumindo... Seu querido alfa o vendeu. Isso não é incrível?

— O Louis me vendeu? C-como um... — sua voz falhou. O ômega respirou fundo, levando as mãos ao peito — Por que ele faria isso?

— Você não sabe? — Matt riu — Oras, meu docinho... Seu alfa não te contou?

— Contou o quê?

— Ele matou toda a nossa família. Desmembrou todos com suas presas afiadas e em seguida... Atacou a minha ômega grávida. — os olhos verdes se arregalaram — Louis acabou com a nossa vida e depois fugiu. Jurei a ele que quando ele encontrasse um ômega puro de nossa espécie, eu iria atrás de vocês e o levaria como pagamento. Há dois dias eu fui até meu irmãozinho e disse que se ele me entregasse você, a dívida dele seria perdoada e nós poderíamos voltar a ser uma família como antes. Ele pediu que eu viesse até aqui buscar você, meu doce ômega.

Black Out Days  ✧ l.s • ABO •Onde histórias criam vida. Descubra agora