CAPÍTULO 03 √

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RAVI TONELLO

Com meus olhos atentos e focados eu analiso todos os meus homens treinando. Desde da posição do seu pé até a sua cabeça. Qualquer erro ganha um grito como uma repreensão por estar fazendo errado. Eu costumo treinar a minha equipe, gosto de manter o treinamento pesado e rígido. Gosto de puxar deles até a última gotícula de suor que escorrem em seu corpo. Gosto da exaustão, de eles verem que eu não estou para brincadeira. No entanto, a minha atenção é total em todos e no final um sorriso de satisfação que eu sempre dou quando eu vejo todos eles deitados no chão do refúgio com suas respirações ofegantes e com a adrenalina correndo em suas veias. Exaustos e suados e devastados.

Refúgio é onde acontece os treinamentos e as torturas — que no caso é divido em duas partes.

Eu sou assim, fui treinado desse jeito. Já passei por tudo o que eles fazem até hoje. Dou puxão de orelha, grito, berro, dou esporro, lanço o meu chicote longe em seus corpos para incentivarem a fazer o melhor, do melhor que eles já estão fazendo. Com isso com todo esse treinamento puxado e excelente tudo o que eu tenho no final são homens foda que aprenderam tudo de mim e do meu irmão. Fazem o que foram ensinado. Hoje eles são foda e fazem até o impossível do que eu não ensinei, me surpreendendo. 

Balanço a cabeça e arremesso o chicote no RC, ouvindo um estalo forte, em seguida, seguindo por um, aí, por parte dele me deixando furioso. Olho para o lado vendo o Fabrício sorrindo de lado maquiavélico. Quase que eu ri, estiquei minha mão em sua direção dando o chicote para ele. 

— O que vai fazer? — indaga curioso me olhando com suas órbitas atentas.

Eu rio maquiavélico. — Apenas o que se deve fazer.

Giro meu pescoço me alongando mais e bato palmas fortes atraindo os olhares de todos. O RC me olhou um pouco amendontrado, porém, tentou não transparecer. Aproximei perto dele já sentindo ele tenso e a sua mudança de respiração, o que mudou mais com a minha presença. Ele não é tão alto, mais tem uma altura considerável para se defender de um puto que vier para cima dele. Seus olhos negros me olharem e eu continuei mantendo o contato visual desda da minha aproximação.

Olhando bem no fundo de seus olhos podendo ver a sua alma e todos os seus pecados. Molho meus lábios e balanço a cabeça com a minha boca entreaberta. Nesse momento eu posso sentir todos os pares de olhos na nossa direção, deixando ele mais tenso por não saber o que fazer, falar e muito menos para onde olhar. O meu silêncio deixava ele um tanto quanto apavorada.

Olhei para baixo pensando no que faria a seguir. Levantei meu olhar e vi o exato momento do seu suor escorrendo pela sua testa até o pescoço.

— Aí? — digo com calma, a minha única palavra fez ele abrir a boca e fechar várias vezes. — Eu acho que eu não ouvi direito, ou se eu ouvir eu não posso acreditar que eu ouvi um, aí, vindo de você. Me diz?... — andei em sua volta e agora tudo o que se ouve é um mero silêncio e a respiração dele ofegante.

De longe eu via um sorriso obscuro do Fabrício na nossa direção. Balançando a cabeça, meio que orgulhoso. Idiota.

Parei atrás dele e aproximo o meu corpo nas suas costas suada, sentindo seu cheiro. Fico bem pertinho e aproximo do seu ouvido.

— Quando estiver frente a frente com uma porra de um inimigo e ele der um soco em você, você vai dizer, aí? — minha pergunta sai arrastada em um completo desgosto.

— É senhor… Vai doer.

— Resposta errada, RC. — puxo o seu cabelo com força fazendo sua cabeça pender para trás.

DESEJO ALÉM DO LIMITE ©Onde histórias criam vida. Descubra agora