CAPÍTULO 37 √

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MAY ESPOSITO

— Eita que a bichinha está soltando fumaça pela culatra. — Paolo caçoa.

Ri sem humor, enquanto caminhamos para fora da sede.

— Eu juro que se eu ver mais alguém na minha frente eu mato um. 

— Paolo esconde bem a sua arma, Per Dio!

— Rocco não tenha medo, se eu tiver que matar um será com minhas próprias mãos. 

— Pera isso tudo é ciúmes? — a pergunta do Paolo ou sua indagação, me fez parar por um minuto. 

— Não! Não tenho ciúmes dele e isso tudo foi apenas um delírio de marcação de território, ou melhor tentando não passar vergonha. Ah, eu não sei. Eu só sei que estou sentindo raiva de tudo isso a ponta de berrar de raiva. — exaspero pondo tudo para fora me sentindo ao menos melhor uns segundos.

Paolo piscou e apertou os lábios formando uma linha fina.

— É, é ciúmes.

— Não. Não é.

— Se não tivesse, não estaria assim. 

— Vai se foder. — proclamo irritada.

— Para de dar na cara. — diz, passando as mãos no cabelo.

— Não estou dando. E quer saber eu não vejo a hora de tudo isso acabar e eu poder me livrar de tudo e todos.

— Olha…

Foi interrompido.

— Querem parar de fazer uma ceninha no meio da rua, os dois? Olha May, eu acho melhor você respirar e se acalmar, afinal você não se saiu ruim, muito pelo contrário… você continuou mantendo uma pose de chefa fodona e não se deu ao luxo de se rebaixar para uma mulher daquelas. Sem contar que seus argumentos não foram os piores, que já as dela, só sabia insinuar que estava sendo oferecida.

Levando um balde de água fria no rosto e tomando junto um choque de realidade, eu percebi que eu estava aos prantos com algo que não era tão interessante assim. A nossa relação é apenas de ficante, tanto que eu posso sair pegando outros. No entanto, eu não acho que o Ravi vá se rebaixar ficando com uma mulher daquelas, e tudo bem que ela também é linda. Porém, todavia, eu sou mais eu.

Ademais ele também me provocava, o que deixava tão explícito que ele não pensa em fazer nada, nunca na vida deixaria uma mulher colocar sua posição abaixo por desespero. 

— Tem razão, eu realmente estou fazendo uma tempestade em um copo d'água. — respiro.

— Exatamente, mas está tudo bem, afinal somos humanos propensos a passar por isso.

— Tenho que concordar. — Paolo diz suspirando pegando uma garrafinha de água e estendendo para mim, agradeci.

— Vamos logo, porque as meninas estão me esperando. 

[...]

Leda aparece com um vinho e três taças na nossa direção. Dei uma almofada para ela e a mesma sentou soltando um suspiro de alívio. Ivete colocou uma música na sua playlist e deixou no volume baixo e suave para ouvirmos. Pego um petisco na mesinha de centro e degusto.

— Opa, opa, opa alguém faz festa e não me chama. — ouvi a voz do Fabrício descendo as escadas. — Cunhadinha, como você está? — cumprimentou-me com um beijo e abraço.

Corei com o nome que ele me chamou e fiquei trêmula ao imaginar sendo cunhada dele. Até nessas horas ele me persegue.

— Eu estou bem, Fabrício. E mesmo que seja educação perguntar "e você?" eu nem preciso, a sua energia emana por todo lugar. — sorri presunçoso. — E não me chama assim, não sou namorada de seu irmão e nunca serei.

DESEJO ALÉM DO LIMITE ©Onde histórias criam vida. Descubra agora