CAPÍTULO 45 √

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MAY ESPOSITO

A porta do elevador se abre e eu passo por ela adentrando em meu andar. Respirando o novo e sentindo a sensação de calmaria interna. Delícia. Que saudade eu estava. Caminhando eu comprimento com algumas pessoas que me desejaram boas vindas e perguntando se estou bem, entre outras coisas.

— Ah, mas eu não acredito no que estou vendo. 

— O que? Um fantasma? — zombo vendo a cara de leda fechada. — Eu também senti a sua falta.

— Ravi sabe que está aqui?

— Ele não precisa saber. — empino o nariz.

— Você só pode estar brincando e eu nem quero imaginar o que ele deve fazer e falar quando souber que está em seu local de trabalho. Ficou maluca você ainda está com os pontos.

— E que falta apenas um dia para eu tirar. Calma Leda, deixa que com o que Ravi eu me resolvo. 

Tento transparecer confiante mais que lá no fundo eu estava com um pouco de medo, confesso, eu esperei o Ravi sair para depois então eu sair. Paolo e Rocco também não estavam no loft. Sei que ele ficará puto pela minha atitude, afinal, eu ainda me lembro das suas belas palavras antes de por o pé do lado de fora. "Não corra, não apronte, não faça nada que os pontos se soltem, absolutamente nada, apenas fique quieta".

Por um lado era bom ficar sem fazer nada, apenas comendo, vendo filme e dormindo — por outro isso cansa. 

— Bom, se você tá dizendo eu é quem não quero ficar na sua pele. Você parece uma criança.

— Porque todo mundo me chama de criança nessa merda.

Me olhou de cima para baixo. — Porque será né?

— Argh, quer saber se não quiser que eu te expulse daqui, saia da minha frente. 

Ela saiu com as mãos levantada em rendição.

— Cansei de ficar no loft, por isso eu vim. 

— Claro, parece estar piroca das idéias.

— Disse algo?

— Não chefa. — sorriu desdenhosa. — O que veio fazer aqui afinal? Se pensa em fazer esforço esquece porque eu não vou deixar. 

— Deixa de ser velha que eu saiba eu é quem estava em dia de mar vermelho com os humores à flor da pele. Eu só vim para espairecer. Vamos até a minha sala.

Antes de ir eu comprimento pessoal, dessa vez com todos na minha frente e disse que não era para se preocupar pois eu já estava bem. Passando pela sala eu sinto o aroma da minha sala, inalando, sentindo meu interior se aquietar. 

— Conte-me tudo e não esconda nada.

— Até segundos atrás tudo estava calmo até você chegar.

— Cazzo até parece que eu sou uma energia negativa.

— No sentido de… — deu ênfase no que dizia. — Todos estarem trabalhando e obedecendo ordens, apressada.

Sento-me na cadeira.

— Entendi, e pelo visto você era o karma de todo mundo aqui dentro, falando desse jeito. Posso ver que gostou de ficar no meu lugar.

Sorriu orgulhosa empinando o nariz olhando para suas unhas.

— Apenas devolvendo todo o meu ódio que eu, às vezes, sinto aqui dentro deste lugar. E se você não voltasse eu iria trocar o nosso próprio cargo. 

Rio alto. — Ah é, e o que você ia fazer. 

— Eu já estava com tudo planejado, iria dizer que brigamos, e que você estava cansada de tudo então iria fazer um testamento falso e nele teria que você me passou o cargo pra chefa e que você se demitiu.

DESEJO ALÉM DO LIMITE ©Onde histórias criam vida. Descubra agora