DESEJO ALÉM DO LIMITE ©

CAPÍTULO 36 √

RAVI TONELLO

— Fratello, que surpresa é essa, você me ligando.

Uma risada ecoou do outro lado da linha.

— Irmão que saudade que eu estou de vocês. Não sabe a ansiedade que eu estou para voltar logo. 

— Também sentimos sua falta, quero saber o porquê demorou tanto.

— Além de cumprir com minha obrigação eu tirei um tempo para mim é claro, precisei renovar minhas energias.

— Hum, e quando pretende voltar?

— Essa semana ainda, eu pretendo. 

— Certo. Me avise quando vim. E como andam as coisas por aí?

— Bem. Muito sexo, álcool, diversão e prazer. O espírito do Nacho está em mim.

— Quando você voltar, terá muitos papéis para ler e assinar. Não ficará livre de mim nem tão cedo.

— Você é um estraga prazeres, consegue me fazer brochar na hora. Agora mudando de assunto como está o papa, faz tempo que eu não sei nada dele e muito menos o liguei para saber como está.

— Bem, até. Se divertindo consigo mesmo e esbanjando dinheiro na vida.

— Depois da morte da mama deixou todo mundo com os neurônios soltos. Entendo ele. E você como está?

Não aguentei e soltei uma gargalhada.

— Não vem com essa para cima de mim, Fratello. Sei muito bem que você já deve saber até que roupa estou usando hoje.

— Um terno, com sobretudo por cima, armado até os dentes e com um copo de whisky na mão. É… essa é fácil. 

— Nossas vestimentas são sagradas. Eu estou bem e as situações estão indo bem também. Muita gente querendo me derrubar para conseguir poder, ameaças, mortes, tudo normal.

— Que vida saudável, mas você sabe que eu estou me referindo àquilo. Ela. 

Sorvi o whisky todo em uma única golada e comecei a contar tudo o que aconteceu desde do início até neste momento de agora, porém, é claro ocultando algumas coisas que não são do seu interesse.

— Isso é muito estranho, todos os inimigos do papa já morreram. 

— Nem todos. Pode ter alguns que estão às escondidas. Ultimamente eu estou tendo problemas com a máfia siciliana, o povo deles estão nos atacando tem vezes que ficam quietos, como nós atacam. 

— E você já foi à procura disso tudo? 

— Um bom líder segue o seu plano de acordo com o planejamento. Fique tranquilo. 

— Entendi. Independente de tudo estou ao seu lado. 

[...]

De frente para o garoto eu pego a minha faca de sempre e passo o meu dedo pela lâmina sentindo-a gelada. 

— Eu não costumo torturar pessoas porque eu tenho sempre muito o que fazer, no entanto as circunstâncias sempre me fazem parar no mesmo lugar. Também não me surpreende uma pessoa como você… que ao invés de está trabalhando honestamente, estar perdendo o seu tempo vendendo ópios sabotados na minha região. E eu me pergunto, quem mandou você fazer isso? — coloco minhas duas mãos na frente do meu corpo encarando o menino na minha frente suando frio.

— Nunca saberá! 

Rio sombrio.

— Não me subestime, não sabe do que sou capaz.