CAPÍTULO 13 √

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MAY ESPOSITO

A fresta de luz que passa pela janela, bate em meu corpo me iluminando. Aos poucos eu fui recobrando a minha consciência. Meus olhos estão pesados e eu não consigo os abrir, mas com muito esforço eu abro. A primeira coisa que eu vejo é a janela com as cortinas tampando e a claridade da luz iluminando ambos, a cortina é preto e sendo iluminada pelo sol deixa o contraste um pouco escuro. 

O quarto tem a sua paleta de cores em preto, brando e cinza. Nem preciso de pensar muito, pois isso é fuça dele. Vou me espreguiçando aos poucos e soltando alguns murmúrios. Acordada por completo agora eu observo o lugar em que eu estou. 

Não consigo me lembrar de nada. Na verdade, eu não consigo raciocinar nada. Me sento na cama e uma dor latejante soa pela minha cabeça. Arhg! Solto uns resmungos baixos e massageei minhas têmporas na tentativa de acalmar minha dor. No entanto, eu não consigo. Olho em direção a cômoda que está ao lado da cama e vejo um comprimido com um copo de água do lado. Mesmo não sendo uma ação inteligente eu só pego o comprimido e o copo e tomo. 

Prendo meus cabelos em um coque despojado e pego na coberta arrastando pro lado. Me levantei, me espreguiçando um pouco e respiro fundo. Fecho meus olhos na tentativa de me lembrar de algo, porém, somente alguns flashes vem na minha mente, como. No bar de eu dançando, trocando conversa com o Ravi e flertando com o mesmo. Lembro também de eu saindo do bar com ele por conta de algo que aconteceu. Como eu cheguei aqui eu não lembro. A vista da sua sala é magnífica e eu acho que só. Na verdade eu não quero forçar minha mente, minha cabeça lateja mais e me deixa mais perdida ainda em inerte dos pensamentos. 

Ravi. Quem diria, o homem que eu me distanciei e não queria nunca mais ver ele na vida. Mais parece que o destino nunca está ao meu favor, todavia, apesar do tempo em que não se vimos, fora um tempo o suficiente para ele aparecer com sua pose de líder mafioso, inteligente e bonito. Durante esse tempo eu achei que ele tivesse mudado, no entanto ele continua o mesmo. Fisicamente e acredito que psicologicamente até porque o homem continua sendo um inteligente nato. 

Seus cabelos loiros continuam do mesmo tamanho, a sua barba também, modelando o seu maxilar que é incrivelmente perfeito. Sua boca avermelhada e um pouco carnuda e seus olhos. Porra, seus olhos são um oceano azul claro perfeito. Me perco neles. Seus olhos são intensos que me deixam intimidada por mais que eu tenha que manter minha pose séria e arrebitada. 

Uh. 

Caminho para o banheiro e olho pro meu reflexo no espelho. Estou um caco. Meus olhos descem pro meu corpo e reparo que estou vestindo uma blusa social preta que está um vestido, levanto a blusa e vejo que estou com uma boxer preta também. 

"De vez ou outra, meus irmãos dormem aqui. Fica tranquila que as roupas estão lavadas e passadas, eles ultimamente não dormem mais aqui." 

Irmãos? Eu nem sabia que ele tinha irmãos, além do Fabrício.

Assustada e paralisada eu subo a blusa mostrando o meu corpo, minha barriga não contém marcas e também não me sinto dolorida, bom acho que eu não fiz nada… Ah não, o que essa marca no meu pescoço está fazendo aqui. Será que eu transei com ele? Será que eu apanhei e não sei? Será que foi a foda que eu tive no banheiro no palácio. Ainda não me recordando, eu torço para que seja a última opção. 

Pego a escova de dente que é novinha e não tem lacre e coloco a pasta. Acredito que eu devo ter usado ontem. Escovo meus dentes, ainda com meus pensamentos na marca do meu pescoço. Lavo meu rosto e enxugo com uma pequena toalha. Para tirar essa lombeira eu aproveitei para tomar uma ducha relaxante e rápida. Pondo a mesma roupa. Ademais, após o banho eu usei uns utensílios que estavam no banheiro, como desodorante, óleo corporal, perfume. Ignoro os meus pensamentos, não quero pensar em nada.

DESEJO ALÉM DO LIMITE ©Onde histórias criam vida. Descubra agora