CAPÍTULO 43 √

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MAY ESPOSITO

Alguns dias se passaram… 

— Fiore, eu juro pra tudo o que é mais sagrado que se você se mexer novamente eu vou te bater. — ralhou o Ravi me dando um tapa na coxa, bufo desviando o olhar trancando o maxilar de raiva.

— Eu não estou me mexendo. — faço um bico nos lábios.

— Você está sendo difícil e eu também. Se você se mexer mais uma vez eu juro que deixo isso sujo. 

Viro a cabeça para o lado e deixo ele fazer o que tem que fazer. Basicamente depois do ocorrido do restaurante o pessoal no dia seguinte foram para suas casas voltando a rotina normal, com a segurança redobrada. O Ravi resolveu tirar uns dias de folga e deixar para trabalhar em casa — resolveu cuidar de mim, porque eu sozinha sou uma ameaça, vê se pode isso — contudo, a companhia dele não é tão ruim assim.

Durante esses dias tudo se tornou intenso. Intenso no sentido de meu ciclo menstrual descer. Eu estou irritada, com desejos, cólicas, enjoada, às vezes eu quero bater no Ravi, vontade de chorar, exausta, não posso fazer esforço e tudo isso me irrita, porque automaticamente eu tenho que depender dele para tomar banho, fazer comida, trocar de roupa e várias outras coisas. Eu estou surtando.

Literalmente. 

Não imaginava que uns pontinhos no ombro não iriam me dar tanto trabalho. E se alguém ousar me dizer que eu estou exagerando eu vou dar uma voadora.

— Que ódio. Não vejo a hora de tirar essas merdas.

— Que isso sirva de lição.

— Ah cala a boca e deixa de ser chato. 

— Você tá chata em. — encarei ele abobalhada e esperei ele afastar a mão do meu ombro para eu dar um chute na sua perna.

— Que inferno em, você está o dobro de chata. 

— Oh não faz isso comigo. — joguei o corpo um pouco para frente chorando.

— Dio santo, daí me paciência. Fiore, já está acabando, amor. Deixa eu terminar de passar a pomada. — fez um carinho na minha cabeça e eu ronrono que nem uma gatinha esfregando meu rosto na sua mão.

Isso além de ser enjoado esse tipo de situação. Também fez com que a gente se aproximasse mais. Ele tem dormido comigo, porque os pontos costumam coçar de vez ou outra e isso me irritava. Ele passava a noite em claro dando batidinhas e passando a sua unha ao redor para tentar parar com a coceira. 

Eu tenho que parabenizar ele. Não sei como o mesmo não me mandou ir pro inferno depois desses dias. Paolo e Rocco não estão aqui. Estes estão cuidando de suas vidas e resolvendo uns assuntos para o Ravi. Ivete tem trabalhado muito com seus catálogos novos e a Leda, coitada, está sobrecarregada na empresa. O me ameaçou que se eu colocasse os pés para fora do loft ele iria me trancar nele, até eu tirar os pontos.

Ele teve medo de eu estar em uma reunião e esquecer que estou com os pontos e partir para cima do pessoal. Não julgo.

— Eu sei… Me fala que isso já está acabando. — uma lágrima gorda escorre molhando a sua mão.

— Já se passaram cinco dias, fiore. Os restos vai passar correndo, mas para isso você precisa parar um pouco e me deixar cuidar de você. Quanto mais rápido melhor. — levantou meu rosto com suas mãos e fez um carinho com o seu polegar na minha bochecha. — Pare de chorar senão vai ficar com dor, logo você vai tomar o remédio e você vai poder dormir. 

Deixou vários selinhos castos na minha boca me acalmando aos poucos. 

— Grazie, por cuidar de mim e ser paciente. Eu juro que se eu estivesse em seu lugar eu teria me trancado dentro do quarto e sumido do mapa. — rio. — Sinto que a gente se aproximou muito durante esses dias.

DESEJO ALÉM DO LIMITE ©Onde histórias criam vida. Descubra agora