DESEJO ALÉM DO LIMITE ©

CAPÍTULO 19 √

MAY ESPOSITO

— Só isso ou vai querer mais alguma coisa, Senhora? 

— Só isso querido, Grazie. 

Agradeço e o garçom vai me deixando só. Encho os meus pulmões com o meu ar mordo um pedaço da minha pizza observando o restaurante que eu estou. Vim no Palazzo por conta de uma reunião que a Leda marcou para mim. Certamente eu agradeci por isso, até porque fazia um longo tempo que eu não tinha reuniões como essas fora da empresa. 

Leda, marcou a reunião uma hora antes e eu é claro que aproveitei essa deixa para vir nesse horário e poder ter um tempo para mim, enquanto não dava a hora da reunião. Aproveitando esses tipos de ocasiões. Bebo um gole do café preto e encaro o lugar diversas vezes. Pessoas entrando e saindo, o barulho do sininho na entrada soando, o cheirinho das refeições que são preparadas. O tilintar das xícaras que fora deixadas no pratinho. Um lugar calmo e sereno. 

Meus olhos estavam fixos em algum ponto perto da porta da entrada. Até eu dar uma leve despertada ao ouvir a voz do Ravi soar atrás de mim. Claro que senti um arrepio na minha espinha e minha barriga ficou cheia de borboletas como se eu fosse beijar na boca com o primeiro namorado ou ficante. 

Ajeitei-me no meu lugar cruzando minhas pernas. Deixo minha postura ereta digna de uma mulher de respeito. Encaro a sua silhueta e vejo que ele está rodeado de seguranças todos vestidos de preto. As pessoas não ousam olhar e muito menos voltaram a conversa. Tudo ficou quieto. Por um momento eu me senti uma rainha tendo essa atração dele e fazendo todos ficaram de cabeça baixa quando o capô aparece. Todavia, se eu estivesse no lugar deles eu estaria reagindo da mesma forma. 

— Olha que coincidência, não? — sua voz rouca e gostosa saiu. 

Ele veio pra minha frente e se sentou no lugar vazio que tem na minha frente. Meus olhos caem nos seus olhos e eu reparo cada traço seu. Sua mandíbula trincada, sua barba perfeita em alinhamento. Seus cabelos arrumado. Sua roupa impecável e ele está todo de preto. Caralho. Como esse homem fica fodidamente gostoso todo vestido de preto, tendo seus músculos marcados por cada alinhamento da sua vestimenta.  

Seu jeito. Seu ar durão. Exala, assim como o seu perfume que marca o lugar deixando jus a sua presença.

Passo a língua nos dentes antes de começar a falar sem pensar.

— Acredito que não seja coincidência nós dois sabemos o que você é capaz. — digo apoiando meus braços na mesa.

— Hum, estou impressionado parece que fez o dever de casa. 

— Apenas ativo esse meu lado da inteligência, às vezes.

Soltou uma risada.

— O que você quer? — pergunto, já sem rodeios.

— Só vim saber como você está faz dias que a gente não vê desde daquele momento. 

— Eu estou bem como pode ver com seus próprios olhos, agora pode ir. Tenho muita coisa pra fazer.

— Tipo? — levantou uma sobrancelha.

— Estou esperando alguém. — tento analisar alguma reação mais eu falho.

— Hum. 

— O que foi? Ficou sem palavras.

— Não.

— E não vai nem perguntar quem é? — digo prendendo uma risada.

— E preciso? — tombou a cabeça levemente pro lado umedecendo seus lábios meio rosados.