CAPÍTULO 40 √

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MAY ESPOSITO

Na penumbra do meu sono eu ouço uns ruídos de fundo junto com umas risadas e conversas. Aos poucos vou me mexendo e virando a cabeça de um lado e para o outro. Sinto uma manta nas minhas pernas me cobrindo e puxo ela para cobrir meu tronco direito. Aos poucos vou acordando e me recordando do que houve hoje. Analisando devagar eu percebo que estou deitada no sofá da sala. 

— Nossa, finalmente você acordou, May. Como você está? Precisa de algo? Sente dor? Está desconfortável? — Ivete despeja as perguntas como se fosse dinheiro em cima de mim, aprecio seu desespero e cuidado. 

— Calma Ivete deixa a bicha respirar. — despeja a Leda com a voz fraca. 

Uma risada sai por minha parte e eu observo as duas, ambas estão sentadas no pequeno sofá na minha frente e perto de mim. Os olhos estão vermelhos e o semblante cansado. Me pergunto e me xingo mentalmente o que eu fiz. Todavia antes que elas perguntassem mais eu resolvi dizer rápido.

— Si, meninas, eu estou bem e não precisam se preocupar. Foi apenas um susto e creio que foi de raspão, certo? 

Elas concordaram e soltaram uma respiração aliviada. Cansada de ficar deitada eu me sento aos poucos com a ajuda delas.

— Vocês nos deu um baita susto, droga, sem contar que você não é levinha para te carregar. Na próxima vez que você não quiser obedecer May, eu juro que eu te espanco.

Mordo minha bochecha interna e eu aceno tentando engolir minha saliva mas minha garganta doía. Ainda ouvindo o sermão da Ivete E todos estão certo, mas eu não quero nem pensar em como o Ravi vai saber e dizer.

Seria muito se eu fugisse?

— Leda me dá um pouco de água e sim Ivete eu já entendi. Não precisa me dar mais sermão, já basta o que eu vou ouvir do Ravi.

— Que porra em, você que lute amor. As minhas costas estão doendo pra burro. 

— Leda eu aprecio o seu desespero.

Fecho os olhos apreciando a água gelada descer pela minha garganta. 

— É sério May, você se arriscou muito e sinceramente eu não sou de aço, meus braços estão doendo de tanto te carregar.

— Ah, para de fazer drama eu que fiquei com a parte pior e você particularmente colocou as pernas dela no seu ombro.

— Você podia fazer o mesmo. — retruca e eu reviro os olhos.

— Não estou com paciência para ouvir vocês, eu só estou com medo do que vai acontecer. — assim que termino de falar eu sinto um cheiro de perfume diferente na sala e eu olho para o lado vendo um homem que nunca vi na vida, e com os meninos e mais um homem que está vestido de branco.

— Olha quem acordou, cunhadinha que susto você nos deu na gente. Colocou não só a sua vida em risco como a gente também. Já estou ouvindo até o Ravi gritando nos nossos ouvidos. — Fabrício brinca dando um beijo na minha testa.

Dei um sorriso sem graça e baixei o olhar envergonhada.

— O que importa é que você está bem. May esse é o médico da máfia, Heitor. — o tal homem que eu nem sequer conheço falou.

Sinto minhas mãos suarem e eu coro em vergonha. Acenei para o Heitor e o mesmo devolveu com um sorriso.

— Prazer, Srta May. Como se sente?

— Bem e ao mesmo tempo atordoada. 

— É normal se sentir assim, afinal por mais que não tenha acontecido algo grave, tem pessoas que costumam ficar com um certo trauma após o ocorrido. Eu examinei você e por sorte foi apenas um tiro de raspão. Cuidei do machucado e dei alguns pontos, também te dei um calmante muscular para não sentir dor. Deve ficar de repouso e cuidar direitinho dos pontos. Sem movimentos bruscos e sem fazer força com algo ou pegar também. — explica atentamente e eu não sabia se ficava com medo, apavorada por ele ou o pessoal formando um círculo me olhando.

DESEJO ALÉM DO LIMITE ©Onde histórias criam vida. Descubra agora