CAPÍTULO 22 √

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RAVI TONELLO

Sirvo mais um pouco do meu whisky no copo e do Filippo também.

— O que ela fez? 

— Nada que uns xingamentos normais não a faça ficar calma. Ela relutou e ficou fazendo perguntas e mais perguntas, mas depois ela ficou calma e não perguntou mais nada.

— Mhmm. 

— O que vai fazer com a égua?

— Colocá-la para treinar e depois colocar nas corridas, talvez. Mas não vai ocorrer muito disso não, sabe que eu só fiz isso pra ter mais controle da situação.

— Acha que está dando certo?

— Na corda bamba mais nada que deva se preocupar.

— Infelizmente não tenho mais notícias por enquanto. — diz.

— Ultimamente eu ando mais nas ruas do que aqui dentro. Como anda o subsolo?

Subsolo ou unidade como costumamos a dizer é onde acontece as exportações, cargas, drogas, armas e por aí vai. Além disso, eu também tenho uma empresa de fachada e nos fundos onde tem uma porta secreta é onde tudo acontece. Tenho em diversos lugares clubes clandestinos, onde acontecem os vales de prostituições. O palácio. Pub e vários outros negócios. 

— Tudo certo. Nada fora do normal, somente umas brigas para saber quem vai ficar com qual responsabilidade, às vezes eu acho que estou no meio do jardim de infância. — comenta soltando uma risada.

— Melhor aqui do que…

Fabrício abre a porta com um sorriso no rosto.

— Oi minha cambada de pintos murchos. — reviro os olhos com sua audácia.

— Estava demorando. — Filippo resmunga.

— O que você quer?

— Nossa irmão do coração, eu vim aqui na maior boa vontade de trazer as notícias do dia e é assim que me trata. — dramatizou.

— Não tenho tempo de ficar falando baboseiras.

— Sabe o que é isso? Falta de sexo. — Filippo riu.

— Figlio di puttana. 

— O pique transante deve ter aposentado, se você quiser eu posso te apresentar uns paus de borracha. — riu batendo nos meus ombros.

— Eu tô fazendo os cálculos se essa arma consegue chegar na sua goela. 

— Olha que chega em. — diz Filippo.

— Podemos cortar essa parte burocrática e ir direto pra foda. 

— Você não presta. — comento.

— Tenho que fazer esse papel de engraçado no meio da porra desse caos. — sentou na poltrona. — Mais agora mudando de assunto, eu não trago boas notícias. 

— O que houve?

— Fui informado de que um carro preto, blindado com vidro fumê estava rondando perto do loft da May. Não tem placa e mais nada, investigamos um pouco mais a fundo e ninguém sabe o que é ou melhor quem. Também fiquei sabendo que esse carro costuma rondar duas vezes por semana. E assim sucessivamente. 

— Porra. — jogo o copo vazio do meu whisky na parede. — Mais que caralho, eles estão mais perto do que pensava.

— Pensou o que? Que eles iriam aparecer do modo convencional? Batendo na sua porta e dizendo "olá capo, eu vim te matar hoje". É claro que eles estão ficando mais perto do que nunca. — Filippo se levanta passando as mãos no cabelo um pouco nervoso também.

DESEJO ALÉM DO LIMITE ©Onde histórias criam vida. Descubra agora