CAPÍTULO 50 √

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MAY ESPOSITO

Dez dias depois…

Voltei para Itália me sentindo renovada e com os meus sentimentos calmos e normais. Essa ida minha para a Rússia me fez bem em diversos sentidos. Não só fisicamente como psicologicamente. Conseguir pensar direito e por meus pensamentos todos em ordens.

Com a minha vida eu aproveitei pra ver as meninas e matarmos a saudade, também dei vários presentes pra elas. Conversamos sobre sentimentos, e aproveitei para desabafar de fato com elas. Onde me aconselharam a conversar de fato com o Ravi e colocar tudo pra fora. Embora eu estivesse com um pé atrás em relação a ele. Não sabendo como ele vai reagir ou se ao menos recíproco.

Aproveitei também para dar uma organizada na empresa e deixar menos trabalho pra mim, resolvendo a parte burocrática e me deixando um pouco amenizada e não precisar me preocupar com muitas coisas. 

Terminei de passar o perfume e repeti um mantra na minha cabeça para eu mesma me encorajar. Contudo, já pronta eu fui pro loft do Ravi, esperando ele chegar. Até eu ouvir ele descendo as escadas me pegando total de surpresa.

— Não sabia que estava aqui.

— Realmente não estava, mas cheguei antes. — falou e pela primeira vez eu posso ver ele usando uma vestimenta leve como calça social e blusa preta de seda com os primeiros botões abertos deixando amostra o seu peitoral liso sem pelo nenhum. 

Tremi ao ver ele assim. Ele tinha um sorriso presunçoso no rosto me vendo perdida nele. Desviei o olhar nervosa lambendo os lábios secos.

— Eu… Bem, estava longe, por isso eu não vim aqui.

— Eu sei! — deu ênfase no que disse e eu franzi o cenho não entendendo. — Paolo me contou.

Sempre contarei tudo a ele, lealdade em primeiro lugar. A voz de Paolo surge na minha e eu deixo escapar uma risada.

— Claro, não é atoa que ele estava mais calmo depois. E eu peço que não puxe a orelha deles, porque foi eu quem pedi. 

— Os três lavaram uns puxões de orelha por não terem me dito nada, todavia ele me contou e eu deixei. Não fiz nada.

Torci o nariz. — Que bom então.

— Acredito que essa sua ideia de querer viajar foi por impulso ou sei lá o que, na verdade, eu estava planejando em como sequestrar você. 

Soltei uma risada nasal.

— Você não teria coragem. — falei por impulso mas me calei com o seu olhar bem significativo "não me tente". — Você teria coragem. — murmurei baixo.

— Me conhece bem. 

Suspirei pesadamente me sentando no sofá. Enquanto ele estava sentado na poltrona me olhando. Um olhar, com várias indagações. Olhei para baixo mexendo nas minhas unhas distraidamente. Até eu criar coragem e dizer.

— Na verdade essa viagem foi por alguns motivos e um deles é sobre mim. Com tudo que aconteceu durante esses meses eu acabei ficando confusa em relação a muitas coisas e uma delas era, o que a gente tem. As nossas transas sombrias, e eu despertando um lado que eu não sabia que existia, eu estava começando a gostar de ver você possessivo, a forma como me olha, brinca comigo, se preocupa, os nossos momentos juntos… Tudo isso tem mexido muito comigo e era de um jeito assustador. Porque eu sempre negava a não gostar de ti. — minhas mãos começaram a tremer e eu ficava com falta de ar e borboletas na barriga.

— Até eu fazer essa viagem doida de última hora. Eu sentia medo. Contudo eu conversei com a minha mama e as meninas e todas elas me aconselharam sempre a mesma coisa, que era vim aqui e colocar as cartas na mesa e ver no que ia dar. Também não eram só esses momentos como também as lições "puxões de orelha" que você me dava. Brigava comigo chamando minha atenção e dizendo o que era o certo, o que eu não queria ver com transparência e você estava lá esfregando na minha cara com o seu jeito. — dei uma pausa buscando ar e paciência.

DESEJO ALÉM DO LIMITE ©Onde histórias criam vida. Descubra agora