CAPÍTULO 29 √

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MAY ESPOSITO

A pressão que os nossos lábios faziam era o suficiente para eu saber que estávamos desejando aquilo há muito tempo. Deixei meu corpo fazer o que quiser. Sua língua ávida e experiente adentrava na minha boca varrendo o céu da minha boca com vigor. Um beijo molhado, excitante e gostoso. Chupou minha língua dando uma mordida no meu lábio superior. Voltou a me beijar. Nós beijamos, arfamos e gememos. 

Na minha mente se passou como um flashback todos os nossos fodidos encontros tanto nas escondidas como nas normal. Seu beijo continua o mesmo, esfomeada, possessivo, devasso e carregado de luxúria. Chupo sua língua com vontade e seu peito sobe e desce, desesperado. Com tesão, com fome, eu rebolava em cima do seu membro involuntariamente, afinal eu já não tinha mais os comandos do meu corpo. Do meu próprio corpo.

Puxo seus cabelos e tomo o cuidado possível para não machucar seu pescoço. Suas mãos em minha bunda apertam minha carne com voracidade. 

— Oh, porra. — falo ao me afastar e recuperar meu ar. 

Sinto minhas orbes dilatadas assim como as dele que estão também com um brilho exaltado. Seus lábios inchados e molhados. 

— Ravi…

Não me deixa falar. — Não, não diga nada. Se entregue, May. Você mais do que ninguém sabe o que você quer. Deixe o seu desejo e a vontade te levar para longe, conheça o prazer mais do que já conhece, se entregue de verdade. Como uma mulher, que quer ser comida por um homem que te dê prazer até você desmaiar. Aquele que cuida, protege, sabe dos seus gostos… 

Passa o polegar nos meus lábios. 

— Não negue. Não fuja. Não teima. Não se esconda. O quanto mais você cair na real, melhor será. Porque nós dois sabemos que o nosso, desejo é além do limite. 

Deixo escapar um sorriso bobo. 

— Assim como o meu. — falo meio envergonhada. 

— Eu sei disso..

— E-eu tenho medo, Ravi. — suspiro frustada. — Sei que esse possa não ser o momento certo para eu falar essas baboseiras, mas eu não sei quando provavelmente não vou dizer isso então… Estou falando, tenho medo, me sinto insegura. Você sabe.

— May, não tem para onde correr e fugir de uma realidade que é sua. Não seja uma pessoa que não é. Nasceu no mundo da máfia e permanecerá nela, mesmo que fuja. Não precisa ter medo, apenas se entregue. Nós dois sabemos o nosso próprio desejo, a nossa vontade. Sem contar que a idade chega e não tem mais como correr. 

Reflito com suas palavras e eu percebo que ele tem razão. Não adianta eu fugir, me negar e fingir que sou uma boa moça vivendo na Itália sem ter o total conhecimento de onde eu vim. Só que mesmo assim, eu ainda me sinto insegura. Inferno.

Mas você não vai saber de nada, se não tentar. — minha mente traiçoeira fala. 

— Por um lado você tem razão, droga Ravi. Para de ser assim. Odeio quando tenho que concordar com você. 

Sorri convencido. — Apenas estou fazendo você refletir e quebrar essa parede que você mesma construiu e finge que não existe nada. 

— Não quero me apegar. — murmuro. 

Me olhou em silêncio, me analisando. E isso me deixou angustiada, odeio quando ele faz isso. 

— Não mandamos em nada. Será só uma transa e nada mais. Deixa acontecer, fiore. 

— Falou o homem que até um tempo atrás falou sobre, bebês.

— Em cada momento exige um certo tipo de resposta. 

DESEJO ALÉM DO LIMITE ©Onde histórias criam vida. Descubra agora