CAPÍTULO 23 √

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RAVI TONELLO

— É hoje que eu mato um. Me explica que palhaçada é essa? — exaspera se desvencilhando do meu aperto no seu braço.

— Primeiramente, que de cabeça quente você não irá pensar e muito menos raciocinar tudo o que vou dizer.

— Santa Madre, logo hoje, logo hoje que eu não era pra eu ir trabalhar. E fiz o que? Dei ouvidos a Leda. Per Dio. 

— Tome. — dei um copo de suco pra ela.

— Senta. — estico o braço para ela sentar no sofá. 

Depois que os ânimos ficaram mais calmos eu me sentei acendendo o cigarro e comecei a contar que ela iria passar alguns dias no meu loft. O que custou um ouvido novo pelos seus gritos agudos, parece que eu tinha matado um homem na sua frente.

— Eu acho que eu devo estar tendo algum tipo de sonho lúcido porque não é possível. Eu não vou ficar aqui.

— Vai sim. Até tudo se acalmar e eu decidir o que farei. 

— Inferno, porque isso?

— Segurança.

— Você vai ter que me explicar direito, tenho que saber se estou em caso de vida ou morte. 

— Não morrerá, eu vou proteger você. Isso não é assunto seu e não quero que se preocupe com isso. 

— Vontade de matar. Cazzo, é por isso que eu odeio esse mundo. É por isso que você vive mas não sabe até quando ou se tem inimigos atrás de você. — rendida, colocou os braços no joelho passando a mão no rosto. 

— Fiore, não pense nisso. Nenhum inimigo ou alguém que queria o seu mal, chegou perto de você.

— E como sabe?

— Palavras de uma pessoa sábia. Você pode ter um anjo da guarda e não sabe.

Solto uma risada anasalada.

— E por acaso você está falando de você? — me olhou.

— Por acaso eu tenho cara de ficar atrás de você toda hora? Não, mas posso ter gente. 

— Se eu entendi o que você disse, eu te ordeno que mandem sair das minhas costas, não preciso de ninguém pra me proteger.

— Certeza?

— Se for de você, sim.

Nego rindo. — Bem, agora está ciente. Passará alguns dias aqui por conta de algumas coisas e também não precisa se preocupar com suas amigas. Elas estão seguras. 

— Minhas roupas. 

— Já estão aqui. Eu mesmo fui pegar onde você mora. — semicerrou seus olhos na minha direção. — Não me olha assim, eu fiz o trabalho completo. Vou pedir pra Vanusa te mostrar o loft e pode pedir pra ela qualquer coisa que deseja comer. O seu quarto, você já sabe onde é. 

Me levanto apagando o cigarro no cinzeiro. Ajeitei meu sobretudo e quando dei um passo à frente ela se levantou rapidamente, mordendo seu lábio inferior. 

— Onde vai? — rio, por dentro, por ver que seu instinto por mim sempre falará mais alto, mesmo que ela seja uma durona. 

— Vou resolver algumas coisas. 

— E, vai demorar?

— Porque? Vai sentir minha falta? — estando perto o suficiente eu fecho meus olhos sentindo seu cheiro inundar em minhas narinas. 

— Não! Não gosto de você. É só pra saber mesmo, se dar tempo de eu ainda fugir. 

— Se quiser se cansar à toa é com você mesmo. E sabe o que é bom nisso tudo? 

DESEJO ALÉM DO LIMITE ©Onde histórias criam vida. Descubra agora