Interlúdio

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Quando Kalli se sentia estressada ou então quando precisava ficar sozinha com seus pensamentos, muitas vezes se dirigia para os campos de morango, onde acabava ajudando na colheita ou então, simplesmente sentava nos gramados próximos em silêncio. Kalliope geralmente preferia estar nos campos sozinha, ouvindo pacificamente o chilrear dos pássaros e sentindo a brisa suave e confortável no rosto enquanto inalava o cheiro de morangos assados ​​​​pelo sol. No entanto, houve momentos em que a garota se deparava com a companhia das garotas do chalé de Deméter e Afrodite. Na maioria das vezes, a filha de Apolo não se importava de sair com elas, sempre se divertindo com suas brincadeiras e escolha de conversa e feliz com o fato de que não era obrigada a participar delas. Elas estavam sempre borbulhantes, aproveitando a atividade de lazer para fofocar e conversar, era bom ficar apenas escutando.

Hoje era um daqueles dias em que ela não estava sozinha nos campos.

Ao lado de Silena, Katie e sua amiga Lou Ellen, Kalli entrava e saia da conversa que acontecia. Suas conversas e risadinhas serviam mais um como ruído de fundo enquanto se concentrava em cortar os morangos de seus caules para colocá-los cuidadosamente em sua cesta, do que qualquer coisa.

— Quem você acha que são os garotos mais fofos do acampamento? — Kalli escuta Silena perguntar quando sua atenção finalmente volta à conversa. Um silêncio cai entre o grupo; Katie e Lou Ellen de repente hesitaram em falar. Ao olhar para cima, Kalli esperava – metade em curiosidade e metade divertida – uma das garotas quebrar o silêncio porque definitivamente isso não seria feito por ela.

— Eu sei muito bem o que você está fazendo! Você está tentando descobrir nossas paixões! — Katie aponta o dedo para Silena acusadoramente.

Lou Ellen acena com a cabeça.

— Sim, nós conhecemos seus truques, Silena! Você vai tentar nos colocar com as pessoas.

— O que? Não! É claro que não! — Silena nega, mas o sorriso brincalhão em seu rosto dizia o contrário — Só estou perguntando em geral! Você pode achar alguém fofo e não ter uma queda por ele.

Nenhuma das três garotas presentes estavam muito convencidas das declarações de Silena, e o silêncio volta. Kalli volta para o que estava fazendo, não querendo se prender nessa conversa, e decide deixar o tópico típico de pré-adolescentes saudáveis para Katie e Lou Ellen.

— Tudo bem. — Katie vira o corpo para Kalli, que hesitante, encontra o olhar da garota. Por alguma razão, ela já sabia exatamente o que Katie iria confessar — ... Isso pode ser bem estranho, mas eu acho seu melhor amigo muito fofo. — ela admite, rindo nervosamente enquanto olha para Kalli e Lou Ellen. Kalli imediatamente torce o nariz, balançando a cabeça enquanto Lou Ellen se junta à sua reação enquanto engasgava teatralmente. A confissão não surpreendeu a filha de Apolo, mas ainda assim, foi estranho ouvi-la.

— Ele é feio! — Kalli exclama. Silena ri, sua cabeça jogada para trás enquanto Katie engasga com o insulto sobre Índigo. Mesmo que esta não tenha sido a primeira vez que ela e Lou Ellen ouviram isso de garotas no acampamento, ainda era estranho. Até os colegas mortais de Kalliope a contaram que achavam Índigo Mallow adorável. Ela em toda a sua vida jamais iria admitir em voz alta para ninguém, mas estava ciente de que seu amigo de infância definitivamente não era feio. Índigo não era apenas convencionalmente atraente, mas também era um flertador natural, então ele chamava a atenção das garotas e garotos com bastante facilidade. Tanto que antes de sua mãe, Hécate, reivindicá-lo, Connor e Travis Stoll juraram que ele seria reivindicado por Afrodite.

Kalliope só o viu flertar algumas vezes, geralmente com as ninfas da floresta e brincando com as garotas do chalé de Afrodite. Era estranho ver garotas flertando com ele e rindo de todas as suas piadas estúpidas, porque aquele Índigo "suave" que elas conheciam é tão diferente do Índigo que Kalliope conhecia e cresceu junto. O Índigo que ela via constantemente era um idiota desajeitado que era obcecado por Harry Potter – sério, era um pouco assustador de ver – que tinha o hábito de começar a cantar sempre que estava entediado, na maioria das vezes cantando sua própria versão de uma música de um musical da Broadway ou de uma música de rock dos anos 90 – sua voz era péssima, inclusive.

𝐒𝐎𝐁 𝐎 𝐒𝐎𝐋 (𝑭𝒐𝒓𝒂 𝒅𝒐 𝒍𝒖𝒈𝒂𝒓)Onde histórias criam vida. Descubra agora