Sem nenhum arrependimento

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Kalli acordou de supetão naquela manhã.

O sol brilhava forte do lado de fora. O que aconteceu que ela não acordara com o primeiro raio da manhã? Estava tão cansada assim? Mas ainda assim não fazia sentido, pois sempre acordava com o primeiro raio de sol da manhã...

De qualquer forma, estava atrasada! Tinha que fazer o café da manhã de Kaleo!

Levantando-se de uma vez da cama, – ignorando até mesmo a tontura – correu para fora do quarto na direção da cozinha, estava no meio de caminho de pegar uma frigideira quando:

— O que você está fazendo, meu amor? — A voz a faz pular no lugar e a largar de uma vez o utensílio, que caiu com um barulho alto no chão.

Ao virar-se, se depara com uma mulher de cabelos curtos – bem acima dos ombros – castanho acobreado ondulados decorado com um lenço de seda cor azul, sua pele, já de volta ao bonito tom moreno claro era bem valorizada com o vestido azul que usava. Seus olhos verde jade a olhavam com um misto de preocupação e divertimento.

— Mamãe? — Kalli diz confusa.

Carmen Soline ri. Um som claro e bonito. O coração de Kalli recebe uma pontada dolorosa. Não conseguia colocar em palavras o quanto sentira falta disso.

— Felizmente, sim, sou eu. O que você está fazendo, meu Botão de Ouro?

Kalli piscou.

— O café da manhã?

— Ah, mas isso eu já estou fazendo. Por que você não aproveita para dormir mais um pouco? É sempre bom descansar.

— Mas é você quem deveria estar descansando, não é, mamãe?

— Besteira! Se eu não estivesse boa não teria recebido alta do hospital. Estou me sentindo bem melhor, prometo. — Ela sorriu e se aproximando de Kalli, começou a arrumar o cabelo da filha. — Por que você não vai para a sala? Em breve o café da manhã vai estar pronto.

Kalli piscou confusa. Como assim não seria ela a cuidar dos afazeres da casa? Sempre foi ela que os fizera nos últimos anos – mesmo que tivesse recebido ajuda de Tio Vincent, não mudava o fato de que tudo era feito por ela. Sem contar que não se sentia confortável em ter que deixar sua mãe se esforçar demais, quer dizer, até já podia fazer alguns meses que saira do hospital, mas ainda assim, preferia que ela mesma cuidasse da maior parte dos afazeres da casa. Apesar disso, assentiu e saiu da cozinha e se sentando no enorme sofá da sala, pega uma das almofadas e a abraça, aguardando enquanto olhava para o nada, a cabeça vazia.

Lili! Lili! — Uma vozinha chamou, o que a fez abrir os olhos de uma vez. Ela havia dormido novamente?

— Leo? — Ela chama com a voz sonolenta.

Ônix dormia pacificamente aos pés de Kalli em cima do tapete. Ela olha para o seu irmãozinho, passando a mão por seus cabelos castanho acobreados. Diferente dela, ele tinha a mesma cor dos olhos e cabelo da mãe deles. 9 anos. Kaleo Adler havia feito seus 9 anos de idade no início do ano, o tempo passou rápido. Ainda se lembrava de quando seu irmãozinho tinha 5 anos de idade.

O peito de Kalli começou a pesar e seus olhos começaram a arder.

— O café da manhã, Lili!

— Já está pronto? — Ela esfregou rapidamente seus olhos.

— Há algum tempo. Eu queria te acordar, mas mamãe disse para te deixar dormir mais um pouco, que você merecia.

— Entendi... Vamos comer então! Ainda vamos sair hoje, afinal.

𝐒𝐎𝐁 𝐎 𝐒𝐎𝐋 (𝑭𝒐𝒓𝒂 𝒅𝒐 𝒍𝒖𝒈𝒂𝒓)Onde histórias criam vida. Descubra agora