E tudo volta ao normal... Mais ou menos

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O rabo de cavalo de Kalli e suas tranças estavam uma bagunça. Ela tinha vários cortes de tamanhos diferentes pelo corpo e rosto, assim como uma série de hematomas. Sua saia estava cortada na lateral – provavelmente o tecido estava além do reparo – e tinha que recuperar todas as suas flechas.

Mas apesar disso, ela tinha um sorriso enorme e brilhante quando foi correndo até o encontro de Percy, Annabeth, Grover e Tyson.

Se jogando em Percy primeiro, ela o abraça com força. Percy percebeu que, apesar do cheiro de fumaça em seu cabelo, ele ainda conseguia sentir o cheiro de folhas de limão, era um cheiro bom, combinava com ela. Logo em seguida Kalli abraçou Grover.

— Você nos preocupou bastante! — ela disse para o sátiro — Bem-vindo de volta, Grover!

Grover riu enquanto abraçava Kalli de volta, murmurando um "é bom estar de volta". Antes que ela se arrumasse, foi puxada para um abraço por Tyson, que estava animado. O abraço parecia ser apertado demais, entretanto.

— Kalli!

— Oi, Tyson. — ela disse sufocada — É bom ver você inteiro, amigo.

Por último, foi Annabeth. Sem demora, ela abraçou a amiga filha de Atena. O abraço havia durado um pouco mais de tempo que o dos outros três garotos.

— É bom estar de volta. — Annabeth disse.

— É bom tê-los de volta. — Kalli sorriu — E então, todos inteiros, certo?

— Definitivamente. — Percy disse — Mas e você, o que aconteceu?

— Ah... Isso? Nada demais. — a garota balançou a mão em desinteresse — Foi um ataque de Draco Aionius algumas horas atrás. Destruiu o chalé das Artes e Ofícios, a enfermaria está cheia de feridos e nós do Chalé Sete estamos super ocupados, mas já está tudo bem. Agora vamos, vamos até o Pinheiro.

Não dando espaço para nenhum questionamento dos amigos, Kalli os levou até a Árvore de Thalia, onde todos os outros campistas estavam reunidos. Ansiosos para ver o poder do Velocino. Todos pareciam exaustos e maltratados, mas ainda assim, muito bem.

No momento em que Clarisse pendurou o Velocino de Ouro no galho mais baixo, o luar pareceu clarear, passando de cinzento para um prata-claro. Uma brisa fresca sussurrou entre os galhos e fez o capim ondular até o vale. Tudo entrou em um foco mais nítido – a luz dos vaga-lumes nos bosques, o aroma dos campos de morangos, o som das ondas na praia.

Aos poucos, as folhas agulhadas do pinheiro começaram a esverdear, perdendo o tom marrom.

Todos vibraram. Estava acontecendo devagar, mas não havia dúvida – a magia do Velocino penetrava na Árvore, enchendo-a com uma força nova e expelindo o veneno.

Kalli suspirou aliviada. Seus ombros relaxando. Finalmente, aquele suplício estava acabado.

Quíron ordenou vigia vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana, no topo da colina, pelo menos até que pudesse arranjar um monstro apropriado para proteger o Velocino. Disse que publicaria um anúncio no Semanário do Olimpo imediatamente.

Nesse meio-tempo, Clarisse foi carregada nos ombros por seus companheiros de Chalé até o anfiteatro, onde seria homenageada com uma coroa de louros e muita comemoração em volta da fogueira.

Apesar de seus pequenos conflitos, Kalli estava feliz pela filha de Ares. Ela sabia o quanto Clarisse desejava ser bem sucedida no maior número possível de missões, principalmente se isso significasse ficar bem no livro de seu pai divino. Kalli esperava que isso a deixasse com um humor melhor pelo resto do verão e os próximos.

𝐒𝐎𝐁 𝐎 𝐒𝐎𝐋 (𝑭𝒐𝒓𝒂 𝒅𝒐 𝒍𝒖𝒈𝒂𝒓)Onde histórias criam vida. Descubra agora