Para vítima da fera flexível não virar

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Enquanto estava investigando o Labirinto de Dédalo em Manhattan para Quíron, Clarisse realmente não esperava ter que de fato entrar no Labirinto. Ela havia se preparado, claro, mas logo percebeu de que não havia sido o suficiente. Tinha sua mochila consigo que felizmente possuía água, Néctar e Ambrosia o suficiente para durar uma semana se fosse cuidadosa com o racionamento.

Mas o racionamento não seria o suficiente quando sabia que precisava sair.

Clarisse percebeu – esperançosamente – que a única saída era para frente, uma vez que havia perdido a localização da saída para Manhattan. Até onde eles sabiam, ela foi a primeira semideusa moderna do Acampamento a entrar no Labirinto, portanto, Clarisse não tinha a mínima ideia do que esperar.

Ela não sabia com exatidão por quanto tempo já estava ali, achava que eram mais de nove dias, mas como percebeu, não era possível ter noção de uma passagem de tempo precisa ali dentro, talvez já fosse semanas ou meses, não sabia. O fato de não saber estava irritando Clarisse.

Para se manter viva, pois estava sem nenhuma comida, Clarisse tomava um gole de Néctar a cada poucas horas. Ela teve um número praticamente incontável de ataques de monstros. Quase havia morrido três vezes; escapou por muito pouco. Um dos monstros que conseguiu chegar mais perto de matá-la a deu um bom golpe, a prendendo no lugar por sua trança, continuando a puxá-la com força pelos cabelos, pelo menos, foi assim até que Clarisse conseguiu erguer sua faca e cortar o próprio cabelo.

Ela estava fraca, cansada, faminta e desidratada. Tinha certeza de que morreria ali.

Percebendo que não conseguiria mais dar um único passo, decidiu procurar algum lugar que poderia usar como abrigo e então descansar, nem que fosse por alguns minutos.

Ela havia achado uma espécie de pequena caverna escondida nas entradas e entrou cambaleante. Desabando no chão, se encosta na parede, torcendo para que nenhum monstro a achasse, mas é claro, Clarisse La Rue era uma semideusa, nenhum semideus tinha sorte.

Em algum momento, deve ter cochilado, pois percebeu que alguém a havia encontrado quando escutou o som de uma pedra batendo contra a parede. Imediatamente seu corpo inteiro tensionou e se preparou para outra batalha.

— Quem está aí? Eu ouvi você! — ela gritou. Se aquele fosse Luke ou então outros semideuses de seu exército, Clarisse estava mais o que pronta para lutar, nem que fosse morrer ali, lutaria — Diga alguma coisa! Seu covarde desgraçado! Experimente se aproximar e eu vou te espancar até virar polpa!

Um rosnado ecoando a deixou ainda mais apreensiva, com medo de que talvez pudesse ser mais do que ela esperava. Então passos cautelosos e suaves foram se aproximando, até pararem bem na entrada.

Clarisse arregalou os olhos.

— Clarisse.

Ela ficou ali, chocada. Seu cérebro estava lento, processando que quem estava na frente dela não era nenhum tipo de inimigo.

Kalli...? — Clarisse disse baixinho, ainda mais confusa. Então clicou para ela que Kalliope Soline estava diante dela — O que diabos você está fazendo aqui, Soline? Achei que você fosse Luke ou qualquer um de seus seguidores idiotas!

Soline voltou seu olhar para a mão de Clarisse, havia uma pedra nela. Ela ergueu uma sobrancelha com isso.

— E o que você faria se eu fosse? Jogaria uma pedra em mim?

Clarisse xingou baixinho.

— O que faz aqui, Soline?

— Resgatar você, claro. — ela deu de ombros, tranquila enquanto entrava ainda mais na pequena caverna. Seu cachorro, Ônix, estava lá também, calmo e ao lado dela — Fui escolhida para essa missão por Quíron. Faz muito tempo que você se foi. Todos nós estamos preocupados, principalmente Quíron.

𝐒𝐎𝐁 𝐎 𝐒𝐎𝐋 (𝑭𝒐𝒓𝒂 𝒅𝒐 𝒍𝒖𝒈𝒂𝒓)Onde histórias criam vida. Descubra agora