O nascer do sol ao pós-batalha

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Certamente, era esperado de Percy que tratasse uma divindade com respeito, mas assim que a garota de doze anos lhe disse que era a deusa Ártemis, ele disse apenas algo parecido com:

— Hum... Certo.

Grover, por outro lado, engasgou audivelmente e se ajoelhou apressadamente na neve, imediatamente começando a tagarelar:

— Obrigado, Lady Ártemis! Você está tão- você é tão- uau!

— De pé, menino-bode! — Thalia disse — Temos outras coisas com que nos preocupar! Annabeth está desaparecida!

— Uau. — Bianca di Angelo disse — Espere aí. Só um minuto! — todos olharam para ela. Ela apontou o dedo para todos em volta, como se estivesse tentando ligar os pontos — Quem... Quem são vocês?

A expressão de Ártemis se suavizou.

— Poderia fazer uma pergunta melhor, minha querida menina, poderia perguntar quem é você. Quem são seus pais?

Bianca olhou nervosamente para seu irmão, que ainda estava olhando com temor para Ártemis.

— Nossos pais estão mortos. — disse Bianca — Somos órfãos. Há um fundo bancário que paga por nossa escola, mas... — sua voz vacilou. Acho que ela podia dizer pelas expressões dos presentes, que ninguém acreditou nela — O quê? Estou dizendo a verdade!

— Vós sóis meio-sangues. — disse Zoë Doce-Amarga. Era difícil saber de onde era o seu sotaque. Soava antiquada, como se estivesse lendo de um livro realmente velho — Um dos vossos pais era mortal. O outro era um Olimpiano.

— Um atleta... Olímpico?

— Não. —  disse Zoë — Um dos deuses.

— Legal! — Nico disse.

Mesmo que Kalliope ainda não estivesse completamente focada, não lhe passou despercebida a voz infantil e animada do garoto, provocando um meio sorriso no rosto dela.

— Não! — a voz de Bianca tremeu — Isto não é legal!

Nico dançou em volta como se precisasse usar o banheiro. A animação infantil era simplesmente adorável.

— Zeus tem mesmo relâmpagos que fazem seiscentos pontos de dano? Ele ganha pontos de movimento extras por-

— Nico, cale a boca! — Bianca levou as mãos ao rosto — Este não é o seu estúpido jogo Mitomagia, okay? Não há deuses!

Por mais que Percy se sentisse ansioso com relação a Annabeth – tudo o que queria fazer era procurar por ela – e também cada vez mais preocupado em relação à Kalli, que ainda não havia se movido da borda do penhasco – tinha medo de que, se desviasse mesmo que por poucos segundos os olhos dela, ela pularia o penhasco – não pôde evitar de se sentir compadecido pela situação dos di Angelo. Ele se lembrou como foi para si quando soube que era um semideus.

Na época ele teve Kalli e bem... Annabeth para lhe explicar e lhe acalmar sobre toda aquela situação estranha, mas agora, duvidava que a amiga filha de Apolo fosse capaz de usar o seu incrível efeito calmante.

Thalia deve ter sentido algo semelhante à Percy, pois a raiva nos seus olhos acalmou um pouco.

— Bianca, eu sei que é difícil de acreditar. Mas os deuses ainda estão por aí. Confie em mim. Eles são imortais. E quando eles têm filhos com humanos normais, crianças como nós, bem... Nossas vidas são perigosas. — ela disse.

— Perigosas... — disse Bianca — Como a da menina que caiu.

Thalia se afastou. Mesmo Ártemis olhou triste.

𝐒𝐎𝐁 𝐎 𝐒𝐎𝐋 (𝑭𝒐𝒓𝒂 𝒅𝒐 𝒍𝒖𝒈𝒂𝒓)Onde histórias criam vida. Descubra agora