Mudanças inesperadas e a primeira missão

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Kalliope estava paralisada enquanto olhava para o Oráculo sentado sobre a pedra, completamente imóvel, como se sempre tivesse estado ali.

Sua medula ainda tremia e mesmo que não houvesse mais a fumaça verde, cada célula em seu corpo continuava reagindo – nem que fosse com a simples lembrança – àquela voz.

Eu sou o espírito de Delfos, foi o que dissera a voz. Orador das profecias de Fobos Apolo, matador da poderosa Píton.

Outra série de arrepios assolou Kalli.

Entretanto, não foi toda a jornada da múmia na qual presenciara que a assustou terrivelmente, e sim o motivo.

Seis devem ir para oeste até a deusa acorrentada.
Um deve se perder na terra árida.
A trilha, a desgraça do Olimpo vai lhes mostrar,
Campistas e Caçadoras combinados vão triunfar.
A maldição do Titã, suportará
E pelas mãos de um parente, um perecerá.

Nunca tinha ouvido esta profecia em toda a sua vida, disso tinha certeza absoluta, mas então, que sensação era essa, o frio em seu estômago, como se tivesse mergulhado no desespero líquido do Rio Cócito?

A Profecia mudou, algo, muito semelhante à sua própria voz, apesar de não ser a dela – sabia que não era – lhe dizia em sua cabeça. Ela mudou...

Sim, ela concordou, mesmo sem saber o porquê.

Lee Fletcher, o Conselheiro do Chalé Sete, havia mandado Kalli como representante dele ao conselho, normalmente, teria mandando Michael, mas ele havia se machucado bem no final do Captura à Bandeira e Lee havia ficado para cuidar não só dele, mas dos muitos outros do Chalé de Ares.

Sentando-se no lugar que normalmente era ocupado pelo irmão, Kalli arrumou sua postura, tentando ficar o mais confortável que se era possível estando com a costela quebrada – a reunião foi tão súbita, que não teve tempo de cuidar de seus machucados – enquanto observava o clima do lugar ao redor da mesa de ping-pong, não foi muito difícil perceber que a tensão ali era palpável.

— Não há tempo para conversa. — Zoë disse — Nossa deusa precisa de nós. As Caçadoras devem partir imediatamente.

— E ir para onde? — Quíron perguntou.

— Oeste! — Bianca falou. A mudança em sua maneira de falar e se comportar foi tão forte, que chegava a ser inacreditável. Seu cabelo preto estava trançado como o de Zoë, o que permitia uma vista clara de seu rosto. Ela tinha um punhado de sardas pelo nariz, e seus olhos negros brilhavam lindamente. Parecia que estava se exercitando, sua pele brilhava fracamente, como a das outras Caçadoras, como se tivesse tomado banho de luar líquido — Você escutou a profecia. Seis devem ir para oeste até a deusa acorrentada. Nós podemos reunir seis caçadoras e ir.

— Sim. — concordou Zoë — Ártemis está sendo mantida refém! Nós devemos achá-la e libertá-la.

— Você está deixando passar algumas coisas, como sempre. — Thalia falou — Campistas e Caçadoras combinados vão triunfar. Nós devemos fazer isso juntos.

— Não! — disse Zoë — As Caçadoras não precisam da vossa ajuda.

Sua. — Thalia resmungou — Ninguém tem falado vossa em tipo, trezentos anos, Zoë. Se liga.

Zoë hesitou, como se estivesse tentando formar a palavra corretamente.

— Sôôôa. Nós não precisamos de sôôôa ajuda.

Thalia rolou os olhos.

— Esqueça.

— Temo que a profecia diga que vocês precisam de nossa ajuda. — Quíron disse — Campistas e Caçadoras devem cooperar.

𝐒𝐎𝐁 𝐎 𝐒𝐎𝐋 (𝑭𝒐𝒓𝒂 𝒅𝒐 𝒍𝒖𝒈𝒂𝒓)Onde histórias criam vida. Descubra agora