𝐒𝐎𝐁 𝐎 𝐒𝐎𝐋 (𝑭𝒐𝒓𝒂 𝒅𝒐 𝒍𝒖𝒈𝒂𝒓)

um breve adeus à luz do sol

“Lembre-se do que disse para você, botão de ouro! Você precisa se concentrar na luz dentro de você."

Luz dentro de mim... Eu tenho luz dentro de mim?

Olhando para as suas mãos, invocou mais uma vez a luz, a concentrando nas palmas. Com o tempo, depois de todos os dias praticando, havia ficado muito mais fácil, mas ainda não conseguia mantê-la o quanto quisesse, o que era simplesmente ridículo.

Kalli ficou ali, olhando para suas palmas. A luz irradiando do centro e crescendo, se espalhando, dançando suavemente e inofensivamente. Enquanto olhava, podia jurar que podia ver as cores do arco-íris ali, era lindo.

Sempre foi mais fácil manipular a luz que vinha do sol do que criar a sua própria, talvez fosse isso o que Apolo quis dizer quando lhe disse para se concentrar na luz dentro dela. Realmente precisava praticar mais...

Lentamente, a luz foi se apagando, sumindo da palma de suas mãos, como se tivesse sido absorvida pelo seu corpo e então, foi deixada sob a suave luz da lua e- não, na verdade não. Assim que a luz que havia criado se apagou, percebeu que luz azul-prateada parecia vir da frente dela, estava mais brilhante dessa vez. Dançava diante dela, como se falasse diretamente com ela, pedindo que fosse rápida.

Kalli se perguntou se Percy também estaria vendo isso em sua fonte de água salgada no Chalé.

Levantando-se de onde estava sentada, saiu do píer e foi na direção da margem do lago, e se abaixou, conseguindo parar bem perto da Mensagem de Íris dessa vez, que, anteriormente, havia aparecido há alguns metros distante do píer.

Talvez fosse por causa da urgência que estava bem perto dessa vez. Ao menos, foi o que achava, considerando o que viu às margens do Rio Estige na última vez.

— Você está tentando me dizer que Nico está em perigo? — ela perguntou, mas obviamente, não esperava por uma resposta — Você deve estar querendo ajuda...

Ainda não houve resposta. Ao lado de Kalli, Ônix bufou baixinho, como se estivesse perguntando se estava tudo bem. Olhando para ele, Kalli sorriu e acariciou sua cabeça suavemente.

— Tudo bem. Mostre-me ele. Mostre-me Nico di Angelo.

Kalli estava preparada com dois dracmas dessa vez, mas acontece, que nem sequer precisou usá-los, como se dessa vez não importasse. Foi como se alguma outra força tivesse controle, outra além de Íris, a deusa mensageira.

A água agitou-se. Nico apareceu, mas ele já não estava no mesmo lugar. Estava parado em um cemitério sob um céu estrelado. Um gigante salgueiro cobria todas as árvores em volta dele.

Ele estava olhando alguns trabalhadores que pareciam estar cavando uma cova. Kalli conseguiu ouvir e até ver a ponta de pás na borda do buraco, assim como terra voando. Nico estava vestindo um manto negro. A noite estava com neblina. Era quente, úmido, e rãs coaxavam. Um grande saco com a logo do Wal-Mart estava ao lado dos pés de Nico.

— Está profundo suficiente? — Nico perguntou. Ele soava irritado.

— Quase, meu senhor. — foi o mesmo fantasma de antes que estava com Nico que ela viu, a indistinta imagem de um homem — Mas, meu senhor, eu te disse, este é desnecessário. Você já tem meus conselhos.

— Já disse que quero uma segunda opinião. — Nico estalou os dedos, e as escavações pararam. Dois seres subiram para fora do buraco. Eles não eram pessoas. Eles eram esqueletos com roupas esfarrapadas.

— Vocês estão dispensados. — disse Nico — Obrigado.

Os esqueletos desabaram em dois montinhos de ossos.