A Batalha do Labirinto

664 96 46
                                    

As distâncias eram mais curtas no Labirinto. Ainda assim, quando Rachel os levou de volta à Times Square, Percy sentia como se tivesse percorrido todo o caminho desde o Novo México. Eles saíram do porão do Marriott e pararam na calçada, na luz clara do sol de verão, estreitando os olhos para olhar o trânsito e a multidão.

Percy não conseguia chegar a uma conclusão do que parecia menos real: Nova York ou a caverna de cristal onde vira um deus morrer. Ele levou todos até um beco, onde podia conseguir um bom eco. Então assoviou o mais alto que pôde, cinco vezes.

Um minuto depois, Rachel suspirou:

— São lindos!

Um grupo de pégasos descia do céu, voando entre os edifícios. Blackjack vinha à frente, seguido por quatro de seus amigos, brancos.

"Ei, chefe!", disse ele em sua mente. "Você sobreviveu!"

— É. — Respondeu. — Sou sortudo mesmo. Escute, precisamos de uma carona até o acampamento, e rápido.

"É a minha especialidade! Ih, cara, esse ciclope está com você, é? Ei, Guido! Como é que estão suas costas?!"

O pégaso Guido gemeu e queixou-se, mas acabou concordando em carregar Tyson. Todos começaram a se preparar para montar sua carona – exceto Rachel.

— Bem — Ela o disse. — Acho que é só.

Percy assentiu, constrangido. Ambos sabiam que ela não podia ir para o Acampamento. Ele olhou para Annabeth, que fingia estar muito ocupada com seu pégaso, já Kalliope estava ocupada falando em voz baixa com Nico – não parecendo interessada em falar com Rachel.

— Obrigado, Rachel. — Ele disse. — Não teríamos conseguido sem você.

— Eu não teria perdido isso por nada. Quer dizer, exceto por quase morrer, e por Pã... — Sua voz falhou.

— Ele falou algo sobre seu pai. O que ele quis dizer?

Rachel torceu a alça de sua mochila.

— Meu pai... O trabalho do meu pai. Pode-se dizer que ele é um empresário famoso.

— Quer dizer que... Você é rica?

— Bem, sim.

Bom, Kalliope também era rica e isso nunca foi um problema para ele – se bem que desde que tivera ciência desse fato, se tornou consciente do dinheiro que a amiga gastava – o que o deu grandes problemas para escolher um presente de aniversário para ela!

(Ainda achava que o colar da concha que pegara pessoalmente no fundo do mar não era um presente à altura, apesar da óbvia felicidade da amiga – que inclusive o usou durante todo o momento.)

— Então foi assim que conseguiu que o chofer nos ajudasse? Bastou dizer o nome de seu pai e-

— Sim. — Rachel o interrompeu. — Percy... meu pai é um empreendedor imobiliário. Ele viaja o mundo todo procurando terras inexploradas. — Ela respirou fundo, irritada. — O mundo selvagem. Ele... Ele o compra. Odeio isso, mas ele derruba tudo e constrói loteamentos e shoppings horrorosos. E agora que eu vi Pã... A morte de Pã...

— Ei, você não pode se culpar por isso.

— Você não sabe do pior. Eu... Eu não gosto de falar sobre minha família. Não queria que vocês soubessem. Desculpe-me. Não devia ter dito nada.

— Não. — Percy a disse. — É legal. Olhe, Rachel, você foi maravilhosa. Você nos guiou pelo Labirinto. Foi tão corajosa! É só isso que conta para mim. Não me importa o que seu pai faz.

𝐒𝐎𝐁 𝐎 𝐒𝐎𝐋 (𝑭𝒐𝒓𝒂 𝒅𝒐 𝒍𝒖𝒈𝒂𝒓)Onde histórias criam vida. Descubra agora