Capítulo 3

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Capítulo 3:

Eris se remexia de um lado para o outro em sua cama fria sem conseguir pregar o olho. Era simplesmente demais pra ele.

Como pôde ser tão imprudente? Só porque não pôde segurar a porra de sua excitação. Quando que Eris iria imaginar ter um filho. A vida já era ruim demais sendo quem era. No mundo perverso que vivia. Só de imaginar em trazer uma criança para aquele meio...

E se fosse uma menina? Pelo Caldeirão, Eris tentou não pensar tão longe, mas sua cabeça nunca esteve tão em chamas. Como contaria ao seu pai e a seus irmãos? Sua mãe ele tinha certeza que ficaria feliz até demais. Mas seu pai... bem, ele podia ser um canalha mas sendo um filho de Eris, de seu sucessor, um neto no caminho certamente daria a segurança que o pai queria quanto a continuação de poder e da linhagem Vanserra.

Na cabeça de Eris seu pai não apresentava ameaça direta a seu futuro filho, entretanto, seus irmãos mais novos eram com quem deveria se preocupar. Bando de ordinários impiedosos que passavam décadas esperando por um deslize do irmão mais velho para roubar-lhe o trono. Pouco lhe importava essa rixa de séculos entre eles, mas se algum se atrevesse a olhar torto para seu filho encarariam um destino pior que a morte. Ele fervilhou.

Sem falar de seus inimigos lá fora. Eris era odiado por muitos. O que isso implicaria a seu filho? E Lyra, pensou. O que faria com ela? Não podia deixa-la livre na aldeia depois que a notícia se espalhasse. Ele precisava mantê-la sobre supervisão, afinal, dizia respeito a sua segurança também. Tantas perguntas.

Uma coisa era certa. Precisava trazê-la para o castelo o mais rápido possível.


                                                                                      --x--


Passados alguns dias, Eris foi com uma carruagem discreta sem a condecoração da Corte Outonal até onde Lyra morava. Não foi difícil descobrir onde ela morava, bastou dar suas informações a seus espiões que eles já voltaram para o Castelo com o endereço. Ele fez questão de sair quando o Sol já tinha se posto para não chamar a atenção.

Chegando lá, a vila se encontrava em profundo silêncio, o barulho dos cavalos deve tê-la acordado, pois a fêmea apareceu na porta de entrada vestida com um roupão branco que quase tocava o chão e com um lampião aceso a mão.

- O que está fazendo aqui nessa hora da noite? Como descobriu onde eu morava?

- Não temos tempo. Arrume suas coisas, você virá comigo para o Castelo.

Lyra o encara com cara de deboche e diz:

- Como é? Não vou com você a lugar nenhum. Responde, quase batendo com a porta na cara do féerico.

- Lyra. Eris se aproxima segurando a porta. A fêmea pôde enxergar seu olhar ríspido pela luz do lampião ao completar: - Não se faça de difícil. Você vem comigo. Repete.

Lyra não podia acreditar no quão mandão ele era. Coitado se pensava que podia dar ordens a ela.

- Você não me dá ordens. Ela levanta o rosto.

Eris trinca os dentes e respira fundo.

"Que fêmea teimosa", pensou.

- Querida, você vai perceber em breve quem está no comando por aqui. Você tem duas opções: Entrar nessa carruagem por livre e espontânea pressão...

- E a outra opção? Ela entra no jogo.

- E a outra você entra nessa carruagem carregada por mim. Ele enfatiza.

Eris abre a porta da carruagem pra ela teatralmente.

Ela pensou rapidamente sobre o que Eris disse. Realmente nunca pensou que um arrogante e metido como ele a levaria para algum lugar. Na verdade a fêmea só imaginou que ele ajudaria com alguma quantia por mês para cuidar do filho. Mas entendia a gravidade da situação. Eris não era só qualquer macho.

- Não posso, meu irmãos. Eles...

- Já cuidei de tudo. Seus irmãos receberão ouro mais do que suficiente para viver e proteção aqui. Te dou minha palavra.

- Lyra, preste atenção no que vou dizer. - Eris tenta uma nova abordagem com ela, mais delicada, algo que ele nunca fez durante seus 500 anos de vida imortal. - Não pode ficar aqui, é muito arriscado. As notícias logo se espalharão, não somente pela Corte Outonal, mas por toda Prythian. Você e o...bebe – ele luta com a palavra – correm sério risco. Sob minha guarda no castelo receberão tudo de que precisam.

Ela respira fundo.

- Me dê um minuto para me despedir deles. A fêmea cobre seu ombro novamente com o roupão e volta para dentro de sua casa.


Notas da autora:

Oiee gente, muito obrigada pelas leituras! 

Por favor comentem e deixem uma estrela. Isso me ajuda muito!

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Corte de Lâminas e Fogo (ACOTAR - ERIS)Onde histórias criam vida. Descubra agora