Capítulo 11

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Naquela mesma noite, Eris foi até o escritório de seu pai. Ele sabia que o encontraria ali. Recluso.

Como ele odiava aquele escritório com todas as suas forças. Eris perdera as contas de quantas vezes foi punido e humilhado ali.

Ele escancarou a porta, sem pedir licença, encontrando Beron bebendo álcool de frente para a lareira. Três de suas sentinelas posicionados nos cantos.

- Onde estão as cartas?

- Não sei do que está falando. - O macho nem se moveu de onde estava.

- Não finja. As cartas de Lyra para sua família e vice-versa.

Beron ficou por um momento em silêncio, mas por fim, respondeu:

- Eu as queimei.

Eris ardeu de raiva.

- E por qual razão faria isso? – Perguntou incrédulo.

- É melhor assim. Ela precisa se afastar de sua vida antiga e cumprir com o seu papel nessa corte. - Ele continua encarando o crepitar da lareira.

- E qual seria o papel dela aqui?

- Eris, achei que fosse mais inteligente. A culpa não é minha se você trepa com qualquer uma e esquece de checar se a vadia tomou a porra da poção.

- Não fale assim dela.

- Ou o que? Beron se levanta e finalmente o encara. – Eu deveria puni-lo por ter sido tão imprudente. Se fosse a filha de Keir eu até te dava o crédito.

Eris imediatamente pensa em Mor, e na forma como ela foi deixada na floresta. E como ele recebeu toda a culpa daquela brutalidade. Como ela e tantos outros o odiavam.

- Já pensou no que vai fazer caso a criança nasça fêmea? Beron pergunta.

- O que quer dizer? O filho indaga.

- Que se Lyra der a luz a uma fêmea, não é de nosso interesse.

- Só pode estar de brincadeira.

Beron chega bem perto de seu filho. Seus rostos a centímetros um do outro.

- Você sabe que não sou de brincadeiras. Se ela der a luz a uma fêmea acabaremos com isso logo e diremos que a pobrezinha teve complicações no parto. Fêmeas só servem para procriar e nós precisamos de um herdeiro para governar. Macho. Para dar continuidade a nossa linhagem forte.

Eris estava incrédulo diante de Beron. Queria dilacerar o pescoço do grão senhor ali mesmo. Ele jamais permitiria que alguma coisa acontecesse com o seu primogênito. Sendo macho ou fêmea. Jamais.

- Não é você quem decide isso.

Beron dá um tapa na cara de Eris ao escutar a resposta.

- Não me desafie. - Beron grunhe.

Mas era tarde demais, Eris perdeu a linha ao ouvir tais ameaças.

- Você não tem o direito. Não vou permitir. Eu fiz tudo o que me pediu, sempre. Mesmo contra a minha vontade! Dispara.

- É seu dever me servir.

- Deixe Lyra e o meu filho fora disso!

- Já basta. Ajoelhe-se. O grão senhor rosna.

Eris grunhiu de volta.

Ele pensou em assassinar o seu pai logo ali, e acabar logo com isso. Teria que ser um golpe rápido e fatal. Mas e depois? Seus três guardas no canto não permitiriam.

Não poderia mata-lo agora. Não sem um plano. A magia de Beron ainda era mais preponderante que a dele. Ainda teria que lidar com seus outros irmãos em seguida.

Corte de Lâminas e Fogo (ACOTAR - ERIS)Onde histórias criam vida. Descubra agora