Naquela mesma noite, Eris foi até o escritório de seu pai. Ele sabia que o encontraria ali. Recluso.
Como ele odiava aquele escritório com todas as suas forças. Eris perdera as contas de quantas vezes foi punido e humilhado ali.
Ele escancarou a porta, sem pedir licença, encontrando Beron bebendo álcool de frente para a lareira. Três de suas sentinelas posicionados nos cantos.
- Onde estão as cartas?
- Não sei do que está falando. - O macho nem se moveu de onde estava.
- Não finja. As cartas de Lyra para sua família e vice-versa.
Beron ficou por um momento em silêncio, mas por fim, respondeu:
- Eu as queimei.
Eris ardeu de raiva.
- E por qual razão faria isso? – Perguntou incrédulo.
- É melhor assim. Ela precisa se afastar de sua vida antiga e cumprir com o seu papel nessa corte. - Ele continua encarando o crepitar da lareira.
- E qual seria o papel dela aqui?
- Eris, achei que fosse mais inteligente. A culpa não é minha se você trepa com qualquer uma e esquece de checar se a vadia tomou a porra da poção.
- Não fale assim dela.
- Ou o que? Beron se levanta e finalmente o encara. – Eu deveria puni-lo por ter sido tão imprudente. Se fosse a filha de Keir eu até te dava o crédito.
Eris imediatamente pensa em Mor, e na forma como ela foi deixada na floresta. E como ele recebeu toda a culpa daquela brutalidade. Como ela e tantos outros o odiavam.
- Já pensou no que vai fazer caso a criança nasça fêmea? Beron pergunta.
- O que quer dizer? O filho indaga.
- Que se Lyra der a luz a uma fêmea, não é de nosso interesse.
- Só pode estar de brincadeira.
Beron chega bem perto de seu filho. Seus rostos a centímetros um do outro.
- Você sabe que não sou de brincadeiras. Se ela der a luz a uma fêmea acabaremos com isso logo e diremos que a pobrezinha teve complicações no parto. Fêmeas só servem para procriar e nós precisamos de um herdeiro para governar. Macho. Para dar continuidade a nossa linhagem forte.
Eris estava incrédulo diante de Beron. Queria dilacerar o pescoço do grão senhor ali mesmo. Ele jamais permitiria que alguma coisa acontecesse com o seu primogênito. Sendo macho ou fêmea. Jamais.
- Não é você quem decide isso.
Beron dá um tapa na cara de Eris ao escutar a resposta.
- Não me desafie. - Beron grunhe.
Mas era tarde demais, Eris perdeu a linha ao ouvir tais ameaças.
- Você não tem o direito. Não vou permitir. Eu fiz tudo o que me pediu, sempre. Mesmo contra a minha vontade! Dispara.
- É seu dever me servir.
- Deixe Lyra e o meu filho fora disso!
- Já basta. Ajoelhe-se. O grão senhor rosna.
Eris grunhiu de volta.
Ele pensou em assassinar o seu pai logo ali, e acabar logo com isso. Teria que ser um golpe rápido e fatal. Mas e depois? Seus três guardas no canto não permitiriam.
Não poderia mata-lo agora. Não sem um plano. A magia de Beron ainda era mais preponderante que a dele. Ainda teria que lidar com seus outros irmãos em seguida.
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Corte de Lâminas e Fogo (ACOTAR - ERIS)
FanfictionEris é o herdeiro direto do trono da Corte Outonal e esconde muitos segredos. Temido por muitos e detestado na Corte Noturna, ele passa muitas de suas noites bebendo e buscando diversão com fêmeas em bares clandestinos por Prythian. Depois de escuta...