POV Helion e Senhora da Outonal (Part.I)

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A viagem ao norte, sobrevoando algumas Cortes de Prythian até o território da Diurna havia sido longa e silenciosa.

Amber e Helion não trocaram quase nenhuma palavra até aterrissarem em solo. A não ser pelo momento que Helion percebeu que a fêmea estava lutando contra a necessidade de encostar-se ao peito do Grão senhor para relaxar a coluna reta por tantas horas, coisa que ele gentilmente se dispôs a mudar.

Mesmo quietos Helion procurou aproveitar a viagem. Sonhou com aquele momento durante séculos a fio, trazendo Amber finalmente para morar com ele em seu palácio.

Tudo bem que ela não havia concordado em se mudar com ele ainda, mas só aqueles poucos dias em que ele poderia vê-la durante o dia todo, livremente, já eram uma benção que Helion não poderia agradecer a Mãe o suficiente.

Sentir o calor do corpo de Amber contra o dele era o sentimento mais puro e que sem dúvidas despertavam muitos sentimentos. Ele sentiu o perfume almiscarado dos cabelos da fêmea contra suas narinas por conta do vento no céu. Helion segurou mais firmemente as rédeas de Pégasus ao se perder em pensamentos inapropriados para aquele momento. Certamente Amber conseguiria sentir o cheiro de sua excitação caso ele continuasse naquela linha de pensamentos.

Pégasus finalmente pousou em terra firme, o dia ainda brilhante e quente no céu. Helion desceu do cavalo alado e em seguida pegou Amber pela cintura ajudando-a a descer sem esforço algum.

O rosto da fêmea ficou sutilmente vermelho, mas ela apenas agradeceu.

Estavam em casa.

- Finalmente chegamos, senti falta do Sol em cada segundo em que estivemos na Outonal. – Helion resmungou em tom de brincadeira.

- É verdade, - Ela fechou os olhos sentindo o calor da luz em sua pele pálida. – Não me lembro da última vez em que vi o Sol brilhar tanto.

Mas Helion se lembrava.

Lembrava-se da última vez em que estiveram juntos naquele palácio. No final do dia em que Amber praticamente fugiu de seus braços para retornar a Outonal, deixando Helion e tudo o que tinham, para trás.

Amber olhou ao seu redor, como se começasse a se recordar e estivesse sentindo pesar pelos séculos enclausurada naquela prisão que eles chamavam de castelo. Pelo tempo longe de Helion.

"-Ok, o comentário foi realmente estúpido. Ele não queria causar dor alguma a ela."

- Está com fome? – Helion quebrou o gelo. – O que acha de descermos até a cidade para visitarmos a doceria que você tanto gostava?

- Eles ainda estão abertos? – Amber sorriu com a lembrança.

Pela Mãe, o sorriso dela podia iluminar uma Corte inteira. Como Beron pôde tirar isso dela? A vida de seus olhos. Helion pensou com raiva. Se aquele imbecil ainda estivesse vido, Helion o torturaria por toda uma eternidade para pagar por tudo que causou a Amber, e a ele. 

- Sim, podemos jantar no palácio e mais tarde descemos para a cidade para uma excelente sobremesa.

Helion secretamente, ou não, queria Amber de sobremesa. De quatro, nua, em sua cama onde ele poderia saboreá-la em seu quarto. Ele engoliu em seco afastando seus pensamentos. Estava ficando louco. Mas teriam tempo mais tarde, pensou.

- Parece ótimo. – Ela disse por fim.


--X—


Ao subirem a escadaria, Helion levou Amber a um dos quartos de hóspedes. Ele odiou cada passo que deu oposto a sua suíte, mas percebeu que seria melhor assim. Ela ainda estava um pouco distante dele, traumatizada talvez do conflito na Outonal para se aproximar. Eles iriam com calma. Ele jamais desistiria de reconquistá-la. 

Corte de Lâminas e Fogo (ACOTAR - ERIS)Onde histórias criam vida. Descubra agora