Corte de Lâminas e Fogo (ACOTAR - ERIS)

Capítulo 14

Ian pisou para fora da cabana, disparando até Lyra, que o abraçou sorrindo.

- Não acredito que esteja aqui! - Ian disse, ao retribuir o abraço dando mais espaço para a barriga crescente da irmã entre eles. – Pela Mãe, quanto tempo se passou? Sua barriga já cresceu! – Ele completa admirando-a.

- Está me chamando de gorda? – Ela dá um tapinha de leve no ombro de seu irmão.

- Pelo contrário maninha, nunca te vi dão linda!

Atrás dela, Eris permaneceu parado, praticamente uma sombra. O que ele poderia dizer? Fora ele quem tirou Lyra de seu lar, de sua família, para ir morar no Castelo. E se ela não teve contato nos últimos meses com os irmãos, era tudo culpa da sua família. Ele só poderia rezar para que Lyra não descobrisse.

Ian tinha os cabelos curtos e num tom mais escuro de ruivo do que o de Lyra. Seus olhos eram escuros como a noite e ele era alto e magro. – Eris observou discretamente.

Ele olhou desconfiado para Eris, que retribuiu o olhar. O retrato perfeito de dois machos protegendo seu território.

- Ian, quero que conheça Eris, o pai do meu bebê.

- Ele tem te tratado bem? – Ian voltou a encarar a irmã. Como se fosse aniquilar Eris caso a resposta fosse negativa. - Ele poderia pelo menos tentar. - Lyra observou. Mas se tratando do adversário ser o macho ruivo, duvidava muito que conseguiria chegar tão longe. Eris era letal e grão feérico. Uma espécie muito mais avançada que a de só feérico, como era o caso de seu irmão.

- Sim. Até demais.

Ela preferiu deixar de fora todas as brigas e as vezes que quis arrancar a cabeça de Eris nos últimos meses. Detalhes desnecessários. Pensou consigo mesma.

- Acho bom.

Ian não tinha medo de morrer falando daquela forma com o futuro grão senhor. E Lyra reparou que Eris não ligava nem um pouco para forma que seu irmão se dirigia a ele. Como se compreendesse e aprovasse todo o cuidado que o irmão mais velho tinha com a fêmea.

- Onde estão Claire e Sebastian? – Lyra procurou.

- Lá dentro, me ajudando a arrumar a mesa para o almoço.

Ele parou diante de Eris, o medindo:

- Pouco me importa quem é, ou o poder que carrega nas veias. – Ian o encarou nos olhos – Você deve pensar que ela deu sorte de engravidar e permanecer com você, mas na verdade, Eris, - ele enfatizou seu nome – a sorte é a sua de ter cruzado o caminho da minha irmã. – Minhas expectativas em relação a você são apenas as mais altas possíveis. Lyra merece toda a felicidade do mundo, e se fizer qualquer coisa para machuca-la, para desonra-la eu acabo com você.

Eris apenas sustentou seu olhar ao dizer:

- Eu não esperaria menos de um irmão de Lyra. – E pode ter certeza que eu jamais ao longo de minha vida imortal, deixarei que algo de ruim aconteça com a sua irmã, ou com o nosso filho.

- Sendo assim, - Ian concluiu concordando. – Entrem, há comida para todos.

Lyra quase desmaiou ali mesmo, de tensão entre os dois machos, mas tentou quebrar o clima ao dizer:

- Ótimo, porque eu estou comendo por dois agora.

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Lyra cumprimentou seus dois irmãos mais novos com abraços calorosos. Os dois eram gêmeos, percebeu Eris logo de cara. O pequeno macho era um pouco mais alto que a fêmea, mas fora isso os dois eram praticamente idênticos na fisionomia. Eles não deveriam passar de uns dez anos de idade.