Corte de Lâminas e Fogo (ACOTAR - ERIS)

Capítulo 16

* Para uma melhor leitura do capítulo, sugiro darem PLAY nessa música. Espero que apreciem tanto quanto eu!

Horas depois de deixarem sua vila, Lyra pediu para Eris contar mais sobre cada Corte, quem eram seus Grão senhores e as histórias por detrás deles. O macho contou resumidamente sobre o que sabia de cada um, mas não aprofundou sobre as próprias experiências, principalmente com a Corte Noturna e Primaveril.

Lyra escutou atentamente, até cruzarem a fronteira da Outonal com a Invernal, que era bastante demarcada pelas estações. Quanto mais adentravam a última, mais frio e escuro ficava. As árvores que antes estavam cheias de folhas secas numa diversidade de cores, agora davam espaço para troncos carecas e neve. Muita neve.

Não deixava de ser lindo e... Mágico. Desde pequena ouvia histórias contadas em fogueiras pelos feéricos mais velhos sobre a magia da Invernal. Aqueles que tiveram a oportunidade de viajar para o reino vizinho e traziam histórias que mais pareciam folclóricas do que reais. Sobre animais exóticos nunca até então vistos na Outonal. Sobre como o Grão senhor e sua senhora possuíam um palácio digno de causar inveja nas outras Cortes.

A viagem parecia não ter fim, e Lyra começou a tremer de frio. Ela tentou esconder em vão, enquanto seus lábios roxos e os dentes trincando a entregavam.

- Posso te aquecer se você quiser. - Eris a encarou aflito. - Eu lamentaria se perdesse os dentes da frente de tanto range-los.

Lyra tentou lutar contra, mas a verdade era que sentia que seus dedos poderiam cair das mãos a qualquer momento. E ela realmente queria chegar viva para a comitiva.

- Co- como? – Lyra perguntou tremendo. - Não tem como você acender o fogo dentro da carruagem.

- Existe outra forma. – Eris respondeu calmamente.

Ele trocou de lugar, indo para o lado de Lyra, e antes que a fêmea pestanejasse, Eris colocou seu braço ao redor dela.

Ela queria xingá-lo, mas assim que sentiu o calor vindo de seu braço firme em seu ombro, só pôde relaxar.

- Isso não sai daqui. – Lyra disse por fim, chegando mais perto de Eris.

- O que acontece na Invernal, fica na Invernal. – Eris completou desfrutando do momento.

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Após alguns minutos aquecidos e em silêncio, Lyra adormeceu nos braços de Eris, seu rosto encostado em seu peito quente. Já era noite, e o único som que Eris ouvia era o da respiração da fêmea, dormindo tranquilamente, e dos cavalos trotando.

Por Eris os dois poderiam ficar assim pelo resto da noite. Ele não se importaria de permanecer naquele momento de paz e aconchego com ela. Não se importava com mais nada, com suas responsabilidades, com o motivo da viagem, apenas estar ali, com ela e com o seu filho em seu ventre aquecidos.

Mas como todo vislumbre de felicidade tendia a ser arrancado de Eris, a luz vinda de fora da carruagem o colocou em alerta. Ele usou sua outra mão livre para afastar a cortina da janela, avistando o Castelo da Invernal, iluminado sob a luz do luar e da luz que vinha dos lampiões da entrada.

A luz também incomodou o sono de Lyra, que esfregou os olhos ao despertar. Ao perceber o quão grudada estava em Eris, ela se afastou disfarçadamente, olhando pela janela.