Capítulo 29

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No dia seguinte Lyra acordou nos braços quentes de Eris. Depois de se declarem um ao outro o ruivo a convidou para trazer suas coisas a fim de começarem a compartilhar o mesmo quarto.

Eles passaram a noite no dormitório que antes era apenas do macho, fazendo amor e compartilhando carícias.

Beron ainda não tinha retornado de onde quer que estivesse. Ele nunca avisava ninguém de onde ia, nem para sua esposa. Pelo menos, Eris e Lyra poderiam ir tranquilos para a Corte Diurna sem seu pai ficar sabendo. Mesmo sendo essencial para a gestação da fêmea, Eris sabia que o Grão senhor da Outonal jamais deixaria os dois cruzarem a fronteira para a Corte de Helion, seu inimigo de longa data.

Seria melhor assim. Beron acreditaria que os dois ainda estavam na Invernal. Esta viagem seria curta o suficiente para que Lyra retomasse sua saúde e para que Eris finalmente conversasse com Helion sobre o asilo. Além disso, o macho mais velho já havia retornado sua carta com a resposta de que poderiam visita-lo em sua casa. Foi uma surpresa para o ruivo a facilidade com a qual o Grão senhor aceitou recebe-los. Eris não conseguia lembrar se alguma vez já havia estado naquela corte.

Desta vez, Lyra e Eris foram de carruagem até a fronteira com a Invernal, de onde montariam em um cavalo alado providenciado por Helion, para que assim pudessem chegar finalmente a Corte Diurna, ao norte de Prythian.

Lyra ficou maravilhada com Pégasus e o tamanho de suas asas. Ela afagou seu focinho, o que agradou muito o animal.

- A viagem não durará muito. Helion garantiu que esta seria a forma mais rápida para chegarmos até ele. E sem sermos vistos.

- Grão senhores e seus animais exóticos, certo?

Eris deu um meio sorriso.

- Nem me fale.

O macho ajudou Lyra a subir no cavalo, e em seguida a acompanhou se posicionando atrás da fêmea, segurando suas rédeas firmemente.


--x—


A viagem havia realmente sido rápida, mas isso não depreciava a vista deslumbrante que tiveram ao sobrevoar a Corte Invernal soterrada em neve, seguida da Corte Crepuscular e sua vastidão de natureza selvagem.

- Um dia visitaremos o restante das Cortes. – Eris prometeu a Lyra, que parecia tentar não piscar para não perder nenhum detalhe da viagem.

- Vou te cobrar a promessa! - Ela relaxou as costas no peito de Eris.

Ao finalmente adentrarem a Corte Diurna, a fêmea já podia sentir seu corpo se aquecer com a luz do Sol que esbanjava até onde seus olhos não enxergavam mais, e após alguns minutos no céu, avistaram a propriedade extraordinária de Helion.

O cavalo alado finalmente aterrissou no gramado fofo da casa, e seu senhor adentrou o jardim.

Helion era...excêntrico. Não havia outra forma de descrevê-lo. – Lyra julgou.

O feérico era alto e musculoso. Sua pele beijada pelo Sol era de dar inveja a qualquer um, ele tinha cabelos castanhos na altura do ombro e um sorriso debochado. Vestia uma túnica branca até a altura dos joelhos, que salientavam suas cochas musculosas, não usava nenhuma coroa, e nem precisava, a realeza estava estampada em sua forma de se portar. Uma única jóia se encontrava enrolada em seu braço, feita do ouro mais puro que a fêmea já havia chegado perto.

- Bem vindos. – Helion ajudou Lyra a descer do cavalo com um esforço mínimo a colocando no chão. – Espero que Pégasus tenha sido um bom alazão durante a viagem.

Corte de Lâminas e Fogo (ACOTAR - ERIS)Onde histórias criam vida. Descubra agora