– Alô – Chamei no telefone.
– Oi querida, tudo bem? – Minha madrasta respondeu no outro lado.
– Tudo sim, eu só... – Respirei fundo – Quero que venha me ajudar com os tratamentos, eu preciso te contar algumas coisas que eu descobri e preciso de você aqui.
Ela ficou em silêncio por alguns segundos.
– Vou falar com seu pai e vamos pra ai, não sei se ele vai ficar mas eu vou, talvez ele volte pra cá por causa da empresa.
– Tudo bem, eu espero vocês então.
– Tchau querida.
– Tchau – Desliguei a chamada, depois de me secar e troquei de roupa, coloquei só um vestido longo e reto que ia até acima dos meus joelhos, era tipo uma lingerie, me joguei na cama e ali fiquei.
Por algum milagre consegui dormir mesmo depois de tudo que aconteceu, minha exaustão tinha me permitido isso.
Não sei quanto tempo dormi, mas tinha algumas ligações perdidas de minha madrasta, de meu pai, até de minha mãe, estranhei mas fui lavar meu rosto.
Sai do meu banheiro e fui descer as escadas pra sala, com o celular na mão, tentei retornar as ligações da minha madrasta, mas ela não estava atendendo, nem meu pai, quando fui ligar pra minha mãe, cheguei a cozinha e vi ela na mesa com Takemichi que tinha lágrimas nos olhos, os demais meninos estavam ali também, no canto da cozinha.
– Mãe? – Perguntei confusa, eles finalmente me viram, os olhos dela ficaram marejados, Takemichi levantou rápido e me abraçou, fiquei estática, alguma coisa estava acontecendo – O que houve?
– Sinto muito nee-san – Ele falou no meu ouvido, afastei ele sem entender.
– O que tá acontecendo? – Perguntei começando a ficar nervosa.
– O seu pai e... A sua madrasta – Minha mãe começou a falar, ela veio na minha direção e parou na minha frente, colocou uma mão no meu rosto – Eles estavam vindo te ver, quando aconteceu um acidente, já estavam em Tokyo...
Me afastei dela e senti lágrimas começarem a se formar.
– O que quer dizer com isso?
Ouvi o barulho da TV da sala, geralmente estava ligada no vídeo game dos meninos então eu nem prestava atenção, mas ouvi o nome do meu pai e dei passos tropegos até lá.
Pela movimentação as minhas costas, todos deveriam estar ali também.
"Na manhã de hoje, um casal que chegava a cidade de Tokyo sofreu um terrível acidente, um motorista desgovernado se chocou contra o casal, o motorista faleceu na hora assim como Hamada Ichiro, a esposa do mesmo, Hamada Kyuuko, se encontra no hospital em grave estado, o casal..."
Em algum momento eu simplesmente cai de joelhos, na TV, imagens de helicópteros mostravam minha madrasta sendo retirada de lá, os carros pegavam fogo e os policiais e bombeiros tentavam tirar os corpos.
Comecei a hiperventilar, estava suando, o ar não entrava.
Levei uma mão ao peito e apertei, estava doendo, estava doendo tanto...
Sentia minha visão embaçar, de lágrimas e de algo mais, ela estava ali tentando sair.
Coloquei a cabeça no chão e senti alguém do meu lado, não sabia quem era, só que me abraçou, então eu gritei.
Gritei e comecei a chorar, chorava como uma criança, soluçava, minha cabeça estava no chão e eu apertava minhas unhas em meus braços.
A pessoa que me abraçava não se afastou.
Levantei o corpo, a TV havia sido desligada e eu vi meu próprio reflexo nela, vi no meu olhar a loucura vazando e me desesperei, o ar não estava entrando, precisa de uma seringa.
– Seringa... – Tentei falar, Takemichi apareceu na minha frente, então não era ele que me abraçava – Ve...Vermelha – Meu corpo deu um espasmo, a pessoa que me segurava me apertou – Minha bolsa... Rápido! – Pedi desesperada.
Ele saiu correndo pelas escadas.
Mais um espasmo, comecei a tentar me debater, a pessoa me segurou com mais força.
Logo vi Mikey na minha visão.
– Me solta! – Já não era mais eu quem falava, me debati mas ele ainda me segurava.
– Precisa se acalmar, vai ficar tudo bem, estamos todos aqui – Ele falou e eu sorri.
– Tenta a sorte, garoto mau! – Briguei e comecei a me debater mais – Me solta!
– Segurem ela rápido! – Minha mãe falou, tentei me levantar mas senti mais mãos em mim.
– Me soltem! Vou acabar com vocês! – Me debatia, tinham pelo menos uns três garotos me segurando – Estão me machucando! Vão mesmo machucar a amiguinha de vocês!?
Senti os toques afrouxarem um pouco e sorri sádica, me soltei de Draken que segurava minhas pernas, dei um chute fazendo ele cair pra trás.
Acertei uma joelhada em Mitsuya que também estava ali, ele brigou mas consegui o afastar.
– Mikey eu vou te matar! – Gritei, ele segurava meus braços e subiu por cima de mim, ri dele – Ah para! Assim eu me apaixono! – Ri mais e me debati – Se não tivesse tanta plateia eu podia me divertir com você mas prefiro te deitar na porrada!
Girei com toda a força ficando por cima dele, dei um soco em seu peito pra deixar ele sem fôlego, que garoto bonito, segurei seus braços e me aproximei do seu rosto.
– Não vai conseguir trazer ela de novo, ela mesma se escondeu aqui dentro! Ela é fraca!
– Vocês são dois lados da mesma moeda, você também é fraca – Ele murmurou sem fôlego, fiz uma careta pra ele, ia descer o cacete nele.
Preparei minha direita pra dar um soco nele mas meu braço foi segurado por Draken, ele me arrastou pra trás, me fazendo sair de cima de Mikey, o mesmo segurou minhas pernas, Takemichi apareceu com a seringa vermelha.
– Não se atreva! – Me debati mais, Mitsuya apareceu e segurou meu braço com força, Takemichi injetou aquela coisa de qualquer jeito em mim, comecei a me sentir fraca – Eu odeio vocês! Eu ainda vou acabar com vocês!
Me debati mais antes de sentir o sono me invadir, a última coisa que vi foi o rosto de Mikey pairando acima do meu.
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Yuiitsui 卐 Tokyo Revengers
FanfictionCom um passado conturbado, Yumeko finalmente sai do reformatório. Ela vai morar na casa do seu irmão Takemichi e lá descobre que ele tem amigos interessantes. Mas o passado não fica em segredo por muito tempo. Yumeko pode ser doce, tímida e fofa, ma...