Passado
Levei um breve susto, ao piscar os olhos me vi consumida por fogo e fumaça, franzi o cenho, meus olhos se abriram e eu ainda estava naquela rua com os meninos da Toman e da Tenjiku ao redor.
– É sério que acredita nele? – Draken me olhou, parecia nervoso.
– Não é questão de acreditar, fiquei com eles por que me ofereceram algo que eu não poderia aceitar de vocês por que amava vocês! É tão difícil entender que eu só queria proteger vocês?! Proteger de mim mesma! – Gritei e dei alguns passos para frente.
– E pra isso deixou todos nós pra trás procurando você por meses e achando que você podia estar morta? – Mitsuya se aproximou com lágrimas nos olhos, me mantive parada, ele trouxe uma mão para meu rosto e soltei o ar ao sentir – Tem noção do quanto doeu achar que algo ruim podia ter acontecido com você? Alguns de nós choravam toda noite e se culpavam por isso.
– Não encoste nela – Ouvi a voz grave e baixa de Rindou, me afastei de Mitsuya.
Comprimi os lábios.
– Eu não vou voltar até que seja perfeita, até que possa proteger vocês de mim mesma.
Voltei para trás e fiquei ao lado de Izana, engoli em seco o choro que se acumulava em minha garganta.
– Sinto muito por isso então – Mikey falou e deu um sorriso mínimo de canto, dois garotos em cima de motos apareceram, um sorria como louco e outro fazia uma expressão de raiva.
Pareciam gêmeos.
Eles começaram a fazer manobras com as motos, os pneus soltavam fumaça branca, começaram a correr ao nosso redor e ouvi xingamentos dos meninos, eu não conseguia ver nada a minha frente.
Ouvi reclamações e barulhos de socos, alguém estava brigando, fiquei em posição de luta e senti uma batida forte na minha cabeça.
Horas mais tarde
Acordei com um som de passos. Ok, eu já havia treinado isso. Minha cabeça pendia no corpo e latejava, eu estava sentada em uma cadeira, meus braços estavam amarrados para trás, me mantive quieta.
– Essa ideia foi completamente idiota! – A voz era de Draken.
– Achei que só ia usar os gêmeos pra gente poder fugir – Agora era Mitsuya.
– Precisamos saber se eles não estão obrigando ela a nada, machucando ela – Ouvi Mikey.
– Realmente eles tocavam nela com intimidade, principalmente aquele Kokonoi – Era meu irmão.
– Só quero entender tudo, e se ela estivesse sendo obrigada e aquela fosse a única chance de salvar ela?! – Mikey falou, segurei uma revirada de olhos.
– Mesmo assim, mandou Smiley derrubar ela – A voz de Mitsuya se aproximava – Sabe como ele é, podia ter aberto um buraco na cabeça dela.
Ele estava atrás de mim pelo que ouvi, logo senti alguma coisa gelada sendo aplicada a minha cabeça, Mitsuya deveria estar passando algum remédio.
– Queria que eu injetasse um calmante nela? – Mikey perguntou retorico – Nem conseguiríamos segurar ela pra isso.
– Não precisaríamos segurar ela se você simplesmente não sequestrasse a garota! – Draken brigou.
– Não foi sequestro! Foi um resgate! Estamos planejando isso a semanas! – Mikey devolveu.
Planejando a semanas?!
– Tudo bem, você viu uma garota parecida com ela do outro lado da rua algumas vezes, não significa que era ela! – Vamos Draken, mais informações – Como que você colocou alguém pra vigiar a lanchonete?! Você está enlouquecendo!
– Eu não achei que era ela – Mikey falou baixo – Eu sabia que era ela.
– Admita que a ama, você fez isso por você Mikey! – Draken obrigou.
Silêncio se fez.
– A amo tanto que perderia a mim mesmo por ela – A voz de Mikey soou baixa.
Ele não podia me amar.
Mesmo que eu sentisse algo muito forte por Mikey, eu estava destinada a machucá-lo.
Flashes de memória atravessaram minha visão, memórias de uma vida que eu não conhecia.
Me vi matando pessoas, torturando, dando ordens, me vi criando uma nova gangue, me vi cair na escuridão e então vi cada um de meus amigos morrer um depois do outro, até não sobrar quase ninguém.
– Não! – Gritei me debatendo na cadeira, os meninos ao redor se aprumaram, olhei pra Takemichi com os olhos cheios de lágrimas, os dele também estavam – Você...
– Sim, nee-san – Ele sorriu e se aproximou, se ajoelhou a minha frente e segurou meu rosto – Me desculpe...
– Eu fiz tudo aquilo – Sussurrei pra ele, eu chorava e soluçava – Por favor me mate...
Ele não falou nada, apenas chorava, falei mais alto.
– Por favor! Me mate! – Comecei a me debater na cadeira pra tentar me soltar – Nada do que eu fiz adiantou! Me matem e acabem com isso!
– Não nee-san não diga isso! – Takemichi brigava enquanto chorava.
– Você não entende Takemichi? – Briguei e parei de me debater olhando pra ele com lágrimas escorrendo – Todas as vezes que voltou tudo sempre estava pior! Mas comigo sempre acontecia a mesma coisa! Eu sou a culpada irmão... Pare de tentar salvar todo mundo sozinho, deixe que eu tome esse fardo!
– Takemichi? Ela sabe? – Era dessa vez a voz de Chifuyu, nem o havia notado.
– Oh Chifuyu, me desculpe! – Olhei pra ele sem parar de chorar – Foi culpa minha! Você, Mitsuya, Draken... Todos se foram por minha culpa...
– Do que tá falando? – Mitsuya perguntou se aproximando.
– Mikey por que fez aquilo?! Eu sei por que fez! Mas se não tivesse ido até mim eu não teria... – As cenas se fizeram em minha mente, Mikey ensanguentado, minhas mãos molhadas com o sangue dele, meu olhar estava vidrado – Precisam me matar, por favor eu imploro! Façam a dor parar!
Ouvi um estrondo e a porta a frente foi derrubada por um chute de Izana.
Ele entrou naquela sala, atrás dele estavam os Haitanis, Koko, Inui e Kakucho.
– Não foi tão difícil... – Ele suspirou – Agora matem todos eles.
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Yuiitsui 卐 Tokyo Revengers
FanfictionCom um passado conturbado, Yumeko finalmente sai do reformatório. Ela vai morar na casa do seu irmão Takemichi e lá descobre que ele tem amigos interessantes. Mas o passado não fica em segredo por muito tempo. Yumeko pode ser doce, tímida e fofa, ma...