12 - TV

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Me revirei em uma cama macia, puxei mais o cobertor e soltei uma respiração profunda.

Como?

Abri os olhos e me levantei rapidamente, o movimento fez minha visão turvar e minha cabeça doer.

Estava no meu quarto, corri até a porta e tentei abrir, estava trancada.

Comecei a bater e gritar.

– Ei! Abre essa porta! Kokonoi eu vou te matar! – Eu batia e esmurrava a porta – Não podem fazer isso comigo! Vocês não tem esse direito!

Ouvi passos.

– Só espere um pouco Yui – Era a voz de Mitsuya – Logo eles vão voltar e tudo vai ter acabado.

– Mitsuya por favor! Izana não tem que fazer isso! – Bati mais na porta e tentei puxar a maçaneta – Por favor! Ele vai matar outra pessoa! Não posso deixar ele carregar esse fardo por mim! Por favor!

Ouvi os passos se afastando.

– Por favor, Mitsuya!

Me ajoelhei na frente da porta chorando e segurando a maçaneta.

Eu não conseguia fazer nada direito.

Em algum momento eu adormeci ali mesmo, não sei que maldito sedativo me deram mas eu sentia como se pudesse dormir durante dias.

Acordei de novo com leves batidas na porta, abri os olhos e me levantei.

– Abre essa merda Mitsuya! – Gritei batendo na porta.

– O Mitsuya não tá aqui.

Essa voz, quanto tempo fazia que eu não escutava?

– O que você tá fazendo aqui? - Sussurrei.

– Se prometer não me bater eu abro e explico - Disse sarcástico.

– Mais fácil você tentar algo contra mim – Rebati, queria que ele se sentisse mal mesmo.

– Nunca quis te machucar! – Ele falou mais alto e eu me encolhi – Eu tinha problemas e encontrei uma fuga em você, até que coloquei você neles.

– Acho que isso, era pra ser um pedido de desculpas? – Minha voz falhou.

– Nunca vou poder pedir desculpas o suficiente pra você, mas saiba que eu nunca... – Ele parecia brigar consigo mesmo, suas palavras eram falhas – Eu nunca toquei em você de jeito nenhum... Chifuyu me contou algumas coisas recentes e eu precisava dizer isso pra você, e também trazer um último presente, minha bela... Yui.

Algo como um soluço contido saiu de minha boca, tentando me lembrar de memórias perdidas na mente de outra personalidade, uma que eu evitava pensar.

– Tora... – Eu estava chorando ao mesmo tempo que soluçava e tentava conter os soluços com uma mão sobre a boca, eu tinha realmente chegado ao fundo do poço.

Ouvi o som de algo leve caindo, talvez uma caneta, então a porta foi destrancada e passos rápidos foram dados.

Me levantei e busquei a maçaneta, abri a porta e encontrei Kazutora já na porta, com lágrimas nos olhos.

– Esse fardo não precisa ser seu, nem do Izana ou de nenhum dos garotos – Ele apontou com o queixo para o chão, abaixei o olhar e vi ali um par de óculos, quebrados e ensanguentados – Fiz ele pagar por você – Voltei o olhar para ele – Isso é só pra... Talvez... Pagar por tudo que te fiz passar.

– O que você..? – Eu sabia, eu só tinha medo de dizer.

– Eu sempre odiei quem te fazia mal, queria você mais forte, só que do meu jeito sabe? Mas meu jeito era muito errado pra você, eu sempre fui e sempre vou ser assim, errado – Ele abriu um sorriso e seu brinco fez um som de sino, ele viu que eu olhava e levou a mão até lá – Não sei se vai me perdoar – Ele tirou o brinco e deixou em cima de uma mesinha próxima a porta – Mas eu provavelmente vou estar em algum presídio pelos próximos anos, então se um dia me perdoar e quiser conversar, sempre vou estar lá.

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