Yuiitsui 卐 Tokyo Revengers

12 - Sempre vou estar aqui

Mikey agora parecia mais excitado.

Ele apertava minha cintura com mais vontade que antes, o beijo estava mais sedento.

Ele desceu as mãos para minhas coxas e me ergueu, me colocando sentada na bancada, ficando entre minhas pernas.

Nos paramos durante alguns segundos para respirar.

– Quer fazer isso? – Ele olhou nos meus olhos, eu via o desejo nos dele, supus que os meus estivessem iguais.

Assenti engolindo em seco.

Ele voltou as mãos para minhas coxas e me pegou no colo.

Da onde que alguém desse tamanho tem essa força toda?

Mikey me conduziu em seu colo, passamos pela sala, ouvi algum barulho, mas estava muito ocupada beijando o pescoço dele.

Senti que estávamos subindo a escada, ouvi quando ele desferiu um chute contra minha porta e adentramos meu quarto.

Ele me soltou com delicadeza em minha cama, voltou para a porta e virou o trinco.

Mikey virou para mim e abriu o uniforme da Toman, por baixo ele usava só algumas bandagens enroladas pela sua cintura.

– Última chance – Ele foi se aproximando.

Não falei nada.

Ele chegou na cama e subiu por cima de mim, meu peito subia e descia.

Mikey levou a boca para meu pescoço, arqueei o mesmo para dar mais espaço a ele, senti os beijos quentes e levei uma mão ao cabelo dele.

Senti uma mordida e soltei um gemido constrangedor, levei a mão a boca e ele se afastou do meu pescoço e sorriu pra mim.

Fiquei vermelha.

– Você é muito fofa, vontade de morder você inteira – Ele riu e voltou ao meu pescoço.

Suspirei com o arrepio que me percorreu.

Logo senti uma das mãos dele começarem a descer, uma delas alcançou minha cintura e ele deixou um aperto ali, a mão voltou a descer e chegou a minha coxa, ele apertou mais e começou a subir minha saia.

Ele passou a mão por cima das pequenas queimaduras e eu segurei um gemido de dor, mordi o lábio, ele pareceu notar.

Lentamente Mikey se ergueu e levou o olhar as minhas coxas, a parte bem em cima delas, engoli em seco.

– São recentes – Ele murmurou.

Era uma afirmação, eu não disse nada nem olhei pra ele, mantive meu olhar no teto.

– Eu te entendo – Ele contornou as queimaduras com os dedos delicados – Eu costumo socar as coisas pra diminuir minha raiva ou minha tristeza, já destruí vários sacos de areia, temos nossas válvulas de escape.

– O alívio é... – Suspirei – Instantâneo.

– Eu sei, mas as coisas ruins vão continuar dentro de você.

– É, mas ainda não achei nenhuma válvula de escape que não seja me machucar ou fumar até ficar tonta.

Ele ficou alguns segundos em silêncio, quando eu ia me levantar ele voltou a me beijar.

– Deixe eu cuidar de você – Ele me deu um selinho – Deixe eu ser sua válvula de escape.

Fiquei olhando nos olhos dele, ele parecia sincero, mas eu tinha tanto medo de me machucar, ou machucar ele, eu sabia do que era capaz.

– Não pode gostar de mim Mikey – Comprimi os lábios – Não sou a pessoa boa que acha que eu sou.

– Eu sei, e já disse que não quero seja boa, quero que seja você mesma – Ele deu um sorriso de lado – Eu também não sou lá a melhor pessoa do mundo.

Puxei o rosto dele e o beijei de novo.

– Pare de ser tão perfeito!

– Quem me deram eu fosse – Ele riu – Eu seria um par perfeito pra você se fosse tão perfeito quanto você é.

– Ah Mikey, se você soubesse... – Sorri meio triste para ele.

– Vamos – Ele levantou e me puxou também.

– O que tá fazendo?

– Não quero fazer isso com você agora – Senti uma pontada com as palavras dele, ele olhou pra mim – Não é isso que tá pensando, eu só quero que você saiba o quanto te amo antes de fazermos qualquer coisa.

Puxei meu braço.

– Você... O que? – Fiquei vermelha, acho que ouvi errado.

– É... Eu acho que eu me apaixonei no momento que te vi e você ficou vermelha só por eu chegar perto de você – Ele levou a mão a nuca – Você é muito fofa... E é boa, acho que te admiro, ser tão boa mesmo com tudo que te acontece, você por mais que esteja triste ou chateada, não demonstra isso, é tão forte quanto eu, mas da sua maneira.

Me aproximei dele, passei a mão em seu rosto e por fim o abracei, ele ficou sem reação alguns segundos e depois retribuiu.

– Obrigada – Sussurei em seu ouvido.

– Pelo que? – Ele afastou o rosto e me olhou.

– Por estar aqui, por não me deixar sozinha.

– Sempre vou estar.

Sorri pra ele e soltei um selinho em seus lábios.

Saímos do quarto e fomos pra cozinha, fiz dorayakis para Mikey enquanto ele fazia chá pra mim.

Passamos o resto do dia com carícias e beijos.

Eu não lembrava a última vez que havia gostado de alguém, eu não tinha amigos na escola, e no reformatório só tinha Kazutora e ele era um amigo incrível que sempre esteve ali, mas nunca consegui olhar pra ele com outros olhos.

Mikey era gentil e carinhoso, mas também era forte e sério quando queria, ele podia passar rapidamente de uma criança que quer uma bandeirinha na comida, a um homem que tem que lutar pra proteger os amigos.

Por mais que não fosse fã das gangues, eu entendia por que Mikey e os amigos criaram a Toman, ele queria proteger o amigo e foi longe pra isso, e acabou por fim descobrindo um sonho que nunca tinha pensado em ter antes.

Eu estava sim na Valhalla e fazia algumas coisas pra ajudar Kazutora e Hanma, mas eles sabiam que eu nunca iria brigar junto com eles.

– Eu já vou indo – Mikey se despediu já na porta, ele me deu um selinho – Não vou poder te dar carona amanhã no colégio, tenho um negócio da gangue, vamos atrás do Baji.

– Tudo bem, eu também tenho umas coisas pra fazer depois do colégio – Sorri pra ele – Vai dar tudo certo, Baji vai voltar pra vocês, na verdade, acredito que um dia todos vocês vão voltar a ser amigos.

– Não sei se acredito muito nisso – Ele deu um sorrisinho triste – Se tudo der certo, a noite vamos vir jantar aqui.

– É sério, as vezes acho que vocês não tem casa – Dei risada.

– É que a sua é melhor, você tá nela – Ele me deu um selinho.

Me despedi dele sorrindo como uma boba apaixonada e fechei a porta, me joguei no sofá e tive um mini surto ao constatar algo.

Mikey estava fazendo eu me apaixonar por ele.