21 - Tenjiku

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– Meu nome não é Futari – Disse logo que ele terminou de falar, estava odiando o fato de me chamarem assim – Por favor, me chame de Yumeko.

– Certo... – Izana começou, mas foi interrompido por um garoto com duas tranças.

– Nós estávamos no Halloween Sangrento – Ele falou – Vimos você se nomear Futari.

– Não era..! – Eu não sabia como explicar sem ter que falar a verdade, na verdade acho que eu tinha que parar de ter medo do que as pessoas iriam achar da minha condição.

Eu dizia que não ligava pro que as pessoas pensavam mas isso me abalava, esse assunto me abalava.

Minha mudança tinha que começar desse ponto.

Respirei fundo e me encostei na parede, cruzei os braços e passei os olhos por eles.

– Eu tenho transtorno dissociativo de identidade – Falei de uma vez por todas, nenhum deles teve alguma reação diferente – Eu sou Yumeko, mas a minha outra personalidade é Futari.

Izana veio em minha direção lentamente, ele parou a poucos centímetros de mim, segurou meu queixo e apertou os olhos.

– Como sei com quem estou falando então? – Ele se aproximou mais e senti meu rosto esquentar.

– Assim mesmo – O garoto das tranças falou, Izana se afastou e olhou pra ele – A garota que vimos no ferro-velho atacou todo mundo que passou na frente dela e socou Manjiro sem dó – O das tranças olhou pra mim e eu abaixei o rosto, eu ficava nervosa com a presença de garotos, era completamente normal – Essa na sua frente fica vermelha só com a sua aproximação, é dócil e silenciosa, até os olhos são diferentes.

Engoli em seco.

– Eu e... Futari, somos completamente diferentes – Murmurei, todos olharam pra mim e eu fiquei mais nervosa e vermelha – Ela é completamente insana, vocês devem ter visto, eu só quero viver a minha vida sem precisar me preocupar por que não posso nem andar de moto sem sentir ela tentar tomar conta, tenho vício em adrenalina, ela mais que eu, e ela dá as caras com mais facilidade se eu for exposta a situações que me causem adrenalina.

Eles ficaram em silêncio.

– Nós precisamos é da outra – Um garoto com mexas azuis que estava ao lado do de tranças falou – Precisamos de força, não de uma garota que não consegue ficar perto de um garoto.

– Bom, é um combo – Inui, lembrei, falou.

– Você não sabe controlar, certo? – Izana falou depois de um tempo, fiz que não com a cabeça e olhei para o chão – Faremos um acordo então, benéfico pra nós dois – Ele cruzou os braços – Vamos te ajudar a controlar, mas em troca vai entrar na Tenjiku.

Levantei o olhar com os olhos arregalados.

– Por que iria me querer na sua... gangue? Você ouviu ele – Apontei para o das tranças – Eu só iria atrapalhar aqui, e você me ouviu naquele cemitério – Meus olhos se encheram de água – Eu não fui forte pra proteger meus pais, e machuquei meus amigos – Puxei as mangas da camiseta mostrando os roxos nos meus braços – Essas marcas então aqui por que eu os ataquei e eles tiveram que me derrubar e me segurar enquanto pegavam uma seringa de calmante, vocês teriam que lidar com isso.

Respirei fundo.

– Além do mais, tecnicamente sou da Valhalla, Kazutora me fez mensageira deles – Murmurei.

– Não é mais – Izana falou, ele deu um sorriso debochado – A Valhalla perdeu pra Toman, os membros restantes agora entraram na Toman.

– Então eu...

– Está sem gangue – O das tranças se levantou e começou a andar na minha direção – Acredite, Izana tem um controle absurdo, ele vai saber te ajudar com isso.

– Mas eu não quero me afastar dos meus amigos...

– Você mesmo disse que os machucou, deveria se afastar, aprender a se controlar, e depois você reaparece – O das tranças chegou a minha frente, ele estava com as mãos nos bolsos.

– E se for um problema eles saberem quem você é, podemos te dar outro nome, ninguém fora dessa sala vai saber quem você é – Izana falou encostado em sua mesa – Se lutar conosco, só vai ter a ganhar.

Apertei os lábios, eu não queria mais machucar meus amigos, não queria machucar minha mãe como foi com meu pai e minha madrasta.

– Tudo bem – Falei baixo, olhei pra Izana – Aceito esse acordo.

– Mas como sabemos que ela sabe lutar? Se só aquela outra personalidade dela que luta, ela vai ficar indefesa até saber controlar – Aquele garoto de quem eu usei o uniforme falou, ele não parecia gostar da minha presença.

– Ran – Izana olhou pro garoto das tranças, então seu nome era Ran.

Esse Ran começou a vir na minha direção, vi sua postura, ele estava se preparando pra lutar mas mostrava isso minimamente, quem olhasse de fora diria que ele estava vindo normalmente até mim.

Quando estava logo na minha frente ele fez que ia dar um soco com a direita mas deu com a esquerda, pendi a cabeça para o lado, desviando, ele socou a parede.

Com a direita ele foi socar meu estômago, defendi com o joelho e chutei ele pra trás.

– Tá doido é? – Falei pra ele nervosa.

– Nenhum homem de lá tem problema em bater em mulheres, se não souber se defender também não poderia ficar aqui – Izana explicou.

– Ah fala sério, eu sou faixa preta! Me subestimem o quanto quiserem, mas eu sei da minha capacidade – Andei até Ran, que tinha se afastado um pouco, seu olhar era calmo mas eu podia ver que ele me olhava com atenção, esperando por um ataque, apenas sorri irônica – Nunca mais tente me atacar, da mesma forma como eu mantenho o controle, posso perder ele.

Sorri fofa pra ele e virei pra Izana.

– Por onde começamos?

Yuiitsui 卐 Tokyo Revengers Onde histórias criam vida. Descubra agora