13 - Primeira linha do tempo

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Uma semana havia se passado.

Eu havia retornado ao colégio para terminar o último ano.

Eu e Mikey estávamos nos dando bem, beijos aqui e ali.

Izana e os Haitanis voltaram seu foco para a Tenjiku, mas tinham uma instável aliança com a Toman.

Os garotos da Toman seguiam suas vidas da melhor maneira, assim como eu também tentava.

Mitsuya continuava fazendo suas roupas, me fazia de modelo em vários momentos.

Chifuyu era como um irmãozinho grudento que eu não tinha pedido, ele vivia comigo pra cima e pra baixo, descobrimos uma paixão em comum, mangás.

Draken cuidava de mim sem ser grudento, ele olhava minha ações, suspirava, revirava os olhos, dava umas risadinhas pras minhas piadas, ele simplesmente me deixava ciente de sua proximidade, ao mesmo tempo que não forçava nada.

Kokonoi sempre aparecia do nada, dizia que queria me conferir, ele vinha, fazia piadas sobre eu estar vivendo com pobres, me dava algum presente caro ou me levava pra dar uma volta, "espairecer desse ar de baixa qualidade", nas palavras do mesmo.

Mikey era...

Simplesmente ele.

Era gentil nos momentos que eu queria, bruto nos demais, ele sabia a hora de brincar e a hora de ser sério.

Em frente a Toman ele era o Comandante Mikey, O Invencível.

Mas pra mim ele era só o Mikey, o garoto que me fazia corar e eu finalmente resolvi parar de me privar disso.

Sai do colégio mais um dia e na entrada lá estava Mikey, Draken e Chifuyu.

– Oi meninos – Cumprimentei, subi logo na garupa de Mikey, ele me deu um beijinho na bochecha, ele definitivamente não gostava de plateia.

– Pra onde vamos hoje? – Chifuyu perguntou, ele saia muito com a gente agora.

– Quero ir comer – Pedi.

– Você tá comendo bastante ultimamente – Draken comentou – Parece o Mikey.

– Namorados são assim, vivem juntinhos, fazem coisas juntos, eles não desgrudam mais – Chifuyu fez uma careta mas depois riu – Eles sempre foram parecidos, ela só tá mostrando isso agora.

Ele não havia notado o silêncio que havia ficado enquanto ele falava.

Namorados era uma palavra forte, acho que eramos no máximo ficantes, ele pelo menos nunca havia me sugerido mais nada.

Não sei se ele esperava algo de mim, ou apenas aguardava meu tempo.

– Acho que é uma palavra meio forte, Chifuyu – Sorri pra ele meio envergonhada – Estamos... Nos conhecendo melhor, não tem nada sério entre a gente.

Tentei explicar de uma maneira que não fosse constrangedora.

– Por que não? – Mikey derrepente me olhou por cima do ombro.

Antes que eu pudesse dizer algo, uma grande mão voou na cabeça dele, era Draken.

– Não faça perguntas idiotas – Draken rosnou e eu segurei uma risadinha – Se não tem nada mais sério foi por que você não sugeriu isso, seja homem Mikey, está na hora.

Ele disse isso e acelerou, Chifuyu acelerou rindo atrás dele e Mikey se demorou enquanto processava o que o melhor amigo havia dito.

Ele acelerou gritando contra Draken e eu apenas ria em cima do banco.

Minutos mais tarde haviamos parado na lanchonete de sempre, comemos tranquilamente enquanto conversávamos e ríamos, mais tarde fomos para frente do canal onde nos jogamos na grama e ficamos vendo o sol se pôr.

– Bom... Tá na minha hora – Chifuyu murmurou dando um olhar a Draken – Posso pegar aquele meu moletom que ficou na sua casa o outro dia?

Draken franziu o cenho mas logo voltou ao normal, assentiu e se levantou com um sorriso contido.

– Claro, claro – Ele olhou para Mikey – Mais tarde talvez a gente se encontre.

Ele sorriu e acenou, Mikey acenou e eu me joguei de costas na grama, cansada.

Fechei os olhos suspirando, as coisas estavam tão calmas ultimamente que chega a ser estranho.

Estava acostumada com a bagunça, a loucura, mas talvez seja melhor assim.

Senti uma sombra me cobrir e abri os olhos, o rosto de Mikey pairava acima do meu, abri um sorriso fino para ele, ele depositou um selinho em meus lábios, depois mais outro, e outro, que foi evoluindo para um beijo carinhoso e gentil, era assim que ele era.

– Eu acho que o Kenzinho estava jogando indiretas – Mikey se afastou por alguns segundos e levou uma mão ao meu rosto fazendo o contorno do maxilar – Não tenho nenhum mega pedido, não sou bom com essas coisas, você sabe, mas eu quero saber se você quer... ser feliz comigo, juntos?

Por um segundo eu perdi o ar, eu imaginava que sua aura inocente se manteria e que ele não me pediria algo assim.

Sorri pra ele e puxei seu rosto pro meu, deixando um longo selinho.

– É claro que sim miudinho – Brinquei e o apertei contra mim, ele deu risada, nos abraçamos na grama, demos risada e trocamos beijos calmos.

Passamos o restinho da tarde assim, e quando anoiteceu, Mikey recebeu uma mensagem de Draken sobre a Toman e disse que teria que sair.

Voltei pra casa e fiz uma janta rápida, comi e fiquei na frente da TV, eu costumava olhar ultimamente, adormeci no sofá mesmo.

"É urgente! – Uma voz masculina falava alto – Não sabemos ainda o motivo, mas o tiroteio na região de Kanto conta com muitas vítimas! – Despertei do sono e olhei para a televisão que mostrava um jornal de última hora, o homem dava as notícias de um helicóptero, abaixo, homens uniformizados lutavam entre si – Acabei de ser informado que um confronto entre gangues rivais estourou, a sugestão é de que ajam ate cinco gangues no local, considerando os uniformes – Me sentei no sofá tentando focar a visão e ver o que estava acontecendo – Assim que tivermos mais notícias retornaremos!"

Gangues na região de Kanto...

Peguei o celular e tentei ligar para os meninos, nenhum me atendia, tudo caixa postal.

Comecei a entrar em pânico, corri pra garagem e busquei minha moto, dirigi como louca pelas ruas com o rugido em meus ouvidos, me dizendo que eu devia ter deixado alguma coisa passar.

Eu nem tinha pensado em olhar o futuro depois que Kisaki foi morto.

Talvez tenha sido meu maior erro.

Pois eu não estava preparada para todos os corpos de uniformes pretos e vermelhos que eu encontrei quando cheguei lá.

Observei de longe, uma pessoa encapuzada com uma arma na mão, apontando para Mikey.

Quando a arma disparou, Izana apareceu de algum lugar e entrou na frente.

Soltei um grito estrangulado e Izana virou na minha direção, meu segundo irmão caiu no chão sorrindo pra mim.

Segundo disparo, Mikey foi ao chão eu corri caindo ao lado dele, tentei apertar a ferida ignorando totalmente quem quer que estivesse atirando.

– Você vai ficar bem... – Tentei dizer, minha voz falhava, minhas mãos tentavam conter o sangue que saia de um buraco logo na direção do coração.

– É tudo culpa dele, só ele deveria ter morrido, muito tempo atrás – Ouvi a voz feminina que me fez arquejar de medo, um tom que eu nunca imaginaria ouvir na voz daquela garota que era tão doce – Se ele tivesse morrido quando devia na primeira linha do tempo, nada disso teria acontecido.

– H-Hinata?

Yuiitsui 卐 Tokyo Revengers Onde histórias criam vida. Descubra agora