8 - Como as coisas funcionam

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Eu esqueci de postar, desculpa gente, culpa do meu trabalho :/
Vou postar dois capítulos pra compensar

*****

– Você não pode, ninguém pode.

– Mas a sua madrasta disse que se você tomar os remédios e se cuidar você vai ficar bem – Takemichi falou.

Arregalei os olhos com raiva na direção dele.

– Eu já sei disso! Mas não posso controlar as crises! – Me apoei na cama pra me levantar – Os remédios impedem que elas venham normalmente, mas as que tem gatilhos eu não posso impedir.

– Então deixa a gente te ajudar, deve ter alguma coisa que possamos fazer – O loiro do dragão falou, olhei pra ele.

– Nem deviam estar aqui – Rosnei – Será que é tão difícil me deixarem ficar sozinha? Não podem me ajudar com isso, vocês também são gatilhos!

– Como assim? – Mikey finalmente se pronunciou.

Olhei para Takemichi.

– A nee-san tem vício em adrenalina, até a mais mínima das coisas – Ele falou baixo – Correr, andar de moto, se divertir, qualquer coisa pode fazer com que ela fique vidrada, é como se fossem drogas.

– Entendem? – Me levantei completente e comecei a andar na direcao do Mikey – Eu não posso sequer andar com vocês, o fato de fazerem parte de uma gangue é extremamente convidativo, me excita!

O sedativo começou a fazer total efeito, cambaleei e Mikey segurou minha cintura.

– Fiquem longe de mim...

Foi o que disse antes de desmaiar.

Acordei um tempo depois, me levantei da cama ainda grogue, minha garrafa de água estava vazia.

Me segurando nas paredes comecei a sair do quarto, desci as escadas, quando cheguei na porta da cozinha ouvi conversas.

– Tudo bem! Não é só isso! Mas são coisas dela, não posso contar pra vocês!

Era a voz de Takemichi.

– E como quer que a gente ajude se não sabemos o que pode acontecer?

Agora era Draken.

– Só ficar de olho nela, se algo acontecer eu mesmo sei como lidar – Meu irmão refutou.

– Poderiam parar de falar de mim como se eu não estivesse aqui, sabe, é falta de educação.

Entrei na cozinha e fui em direção ao armário pegar meu chá.

– Desculpa nee-san, eu só quero te ajudar – Takemichi me olhou com os olhos cheios d'água.

– Quando eu precisei de você, você não estava lá, irmão, agora eu já não preciso mais – Murmurei enquanto a água esquentava.

– Sabemos que não quer nossa ajuda – Draken falou depois de um tempo, me virei para ele – Mas quando precisar, vamos estar aqui.

Apenas assenti leve e terminei de fazer meu chá.

– Você tem que comer — Mikey foi quem falou.

– Estou sem fome, no jantar eu como alguma coisa – Fui saindo da cozinha, mas ele apareceu na minha frente – O que foi? – Perguntei já irritada, ele só ficava me olhando daquele jeito estranho dele que eu não sabia o que significava.

– Vou ter mesmo que te lembrar de como as coisas funcionam por aqui? – Ele tirou a xícara da minha mão e colocou no balcão ao lado, começou a ficar mais próximo, e eu dava passos para trás impedindo sua aproximação – Já disse que preciso de você bem forte, então faça o favor de se alimentar.

– Não pode me obrigar a nada – Falei quando minhas costas bateram na bancada.

– Talvez eu possa sim – Ele riu de lado, ficou com o rosto próximo ao meu, achei que ele iria me beijar de novo, então virei o rosto para o lado.

Não importa o quanto eu o achasse bonito, ou como o beijo tinha sido bom, eu não ficaria com ele por que não queria que ele visse meu pior lado.

Além de que tínhamos companhia.

Senti meu rosto esquentar.

Mikey se aproximou, suas mãos estavam nos bolsos da calça, ele ficou com a boca próxima ao meu ouvido, quando ele falou, meu corpo se arrepiou.

– Não vou fazer nada com você aqui por que não quero plateia, considere-se com sorte – Ele soltou uma respiração quente que me fez engolir em seco – Mas quando estivermos sozinhos, vou te mostrar que posso sim te obrigar.

Ele se afastou e eu olhei pra ele, eu fervia, talvez de raiva ou de excitação.

Talvez as duas coisas.

– Vou fazer o que for necessário – Dessa vez ele falou em um tom normal, não sussurrando – Principalmente se for pra fazer você ficar bem.

Mordi os lábios com força, sentindo o gosto de sangue logo depois.

Sai pela lateral dele e corri para o quarto, outra coisa que me trazia adrenalina, a aproximação dele.

Me tranquei no banheiro e peguei um baseado, liguei o chuveiro e fiquei embaixo dele, a fumaça do baseado se misturava com o vapor da água quente.

Apaguei o baseado na minha coxa, revirei os olhos com a sensação.

Depois que terminei tomei um banho e escovei os dentes pra não deixar o cheiro da maconha.

Não queria, mas me obriguei a descer e comer alguma coisa, imaginava Mikey entrando sorrateiramente em meu quarto e me obrigando a comer, e apesar da ideia me parecer excitante, não queria que ele entrasse ali e sentisse o cheiro da maconha.

Coloquei um pijama e desci.

Os três estavam na sala jogando videogame.

Esses meninos não tinham casa não?

Passei sorrateiramente e fui pra cozinha, abri a geladeira e tirei um pouco de yakisoba que havia sobrado, esquentei e fiquei ali fazendo hora para comer.

Nada mais me parecia apetitoso.

Eu colocava pequenas quantidades na boca, para me impedir de colocar tudo pra fora.

No meu celular, fiquei olhando as publicações aleatórias nas redes sociais.

Depois que comi o quanto achei suficiente, tomei os remédios da noite e voltei pro quarto para dormir.

Yuiitsui 卐 Tokyo Revengers Onde histórias criam vida. Descubra agora