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Violência contra mulher é CRIME
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PIETRA

Minhas mãos doiam por conta do peso das sacolas que eu tava carregando, e minhas pernas tremiam por conta dos dez andares de escada que eu tinha subido, pra finalmente chegar no lugar que moro.

Não vou chamar de casa porque nem me sinto assim morando aqui.

Fechei a porta com o pé, já que minhas mãos estavam ocupadas, e virei dando de cara com a zona que estava naquela sala, já deu vontade de chorar na hora.

Fui levando as coisas que comprei no mercado para a cozinha, e até respirei aliviada quando tirei aquele peso das minhas mãos que estavam vermelhas.

Enquanto eu tirava tudo da sacola, o Daniel apareceu todo arrumado, e eu tinha certeza que essa roupa era nova.

Respirei fundo já sabendo o que ia acontecer, mas mesmo assim perguntei.

Pietra: vai sair? - guardei os leites que comprei na geladeira.

Daniel: vou ver o jogo com os cria no bar do nego - nem sequer na minha cara olhou, tava interessado até demais no celular - tô indo já e não sei que horas vai acabar a resenha lá - pegou a chave da moto - e eu peguei aquele trocado que tava na sua gaveta - saiu fechando a porta.

Respirei fundo e tentei me concentrar em terminar de guardar as coisas.

Guardei tudo e até pensei em limpar esse chiqueiro que tenho que chamar de casa, mas não valia a pena pois estaria zoaneado de novo assim que o Daniel chegasse.

Então fui tomar banho e descansar, porque amanhã podia ser feriado, mas eu trabalhava igual.

Depois de tomar banho eu coloquei uma roupa levinha de ficar em casa mesmo, e fui pro quarto assistir algo e vê se dormia um pouco.

Peguei meu celular e vi que tinha algumas mensagens da Daiane perguntando se tava tudo bem, é incrível como essa garota cuida de mim.

Respondi ela e coloquei qualquer besteirinha pra assistir, e nem demorou muito pra que eu dormisse.

[....]

Tava dormindo tão bem, fazia tempo que não dormia assim, até sonhando eu estava.

Mas não durou muito e o sonho se tornou pesadelo.

Eu sentia mãos em mim, me apertando e me tocando de uma forma que eu não queria.

Eu sentia medo, sentia repulsa, me sentia sozinha e indefesa.

Tudo piorou quando abri meus olhos e vi que não era apenas um sonho, era tudo real.

Mais uma vez ele havia chego bêbado, o álcool falando mais alto sobre tudo.

Eu tentei, relutei mais do que conseguia, usei as forças que tinha, mas foi em vão.

Tentei gritar, mas fui silenciada, e junto a isso o primeiro tapa da noite, fazendo meu rosto arder e transbordar em lágrimas.

Eu clamava por Deus, implorava misericórdia, e ao mesmo tempo pedia que minha morte viesse até mim e me levasse rápido para o outro lado, só assim a dor cessaria.

A DONA | SÁFICOOnde histórias criam vida. Descubra agora