PIETRA
Sábado.
Acordei no dia seguinte sentindo os braços da Ferraz envolta da minha cintura.
Me virei de frente pra ela, com cuidado pra ela não acordar.
Fiquei admirando o rosto dela, e sério, não tinha defeito algum.
Até às tatuagens emolduravam o rosto dela, o piercing na sobrancelha e o outro no nariz eram as cerejas do bolo.
Levei minha mão até sua bochecha e fiz um carinho de leve, não queria que ela acordasse, mas alguns segundos depois ela abriu os olhos me encarando com aquela cara de sono.
Marcele: que foi? tá admirando minha beleza? - sorriu fraco.
É só ela tá acordada que começa as implicâncias comigo, incrível isso.
Pietra: eu queria ser tão grande quanto teu ego - bufo.
Marcele: eu tenho um bagulho maior que isso - riu safada e eu revirei os olhos.
Não é possível que logo de manhã ela já comece com essas safadezas.
Pietra: você é tão...implicante - passei a mão no rosto.
Ela me puxou pra perto, me fazendo deitar no seu peito e deu um beijo no meu cabelo.
O cheiro dela era tão bom.
A verdade é que ela nem precisa de perfume, o cheiro natural dela já é perfeito.
Marcele: aí doida - virei a cabeça pra olhar pro rosto dela - vai brota no baile hoje? - a mão dela subia e descia, fazendo um carinho leve pelas minhas costas, mesmo por cima do tecido da camisa.
Pietra: não sei..- franzi o nariz - tô cansada demais, não tô muito afim de ir não.
Marcele: vamo comigo pô, aí nois fica junto lá - continuou fazendo carinho.
Se antes do baile haviam boatos sobre nós duas, se fossemos juntas os fofoqueiros teriam certeza.
Mas eu não podia recusar um pedido desse, vindo da mais posturada da rocinha.
Ferraz não é do tipo que pede, nem se importa com companhia de ninguém.
Pietra: só se tu for me buscar em casa então. Por que sério, ninguém merece subir aquilo tudo não - fiz cara feia e ela riu.
A risada dela é tão gostosinha.
Como já eram 11:40 da manhã, eu pedi pra ela me levar pra casa pois teria clientes a partir de 13:00.
Eu fui cada de pau e fui embora com a blusa do Travis dela, só coloquei meu shorts mesmo.
Como ela me levou de moto pra casa, não deu nem pra me esconder de ninguém.
Todo lugar que a gente passava era o povo olhando e cochichando.
Ela estacionou a moto na frente da minha casa minutos depois, e se despediu me dando um selinho e falando que passava aqui as 21:30 pra me buscar.
Pelo o que ela falou, ia tentar ver o que tava rolando na boca.
Sinceramente? Acho que o Breno vai expulsar ela de lá em dois tempos.
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A DONA | SÁFICO
Fanfiction📍Rocinha, RJ Quais as chances de encontrar paz e aconchego num lugar perigoso e cheio de controvérsias? pois é, as chances são poucas, mas eu encontrei minha paz, e foi nos braços da sub dona do morro.