059.

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MARCELE

Pietra dormiu a viagem toda. E eu nem me importei. Melhor deixar ela descansar mermo, por que essa mulher com sono ou fome é o diabo na terra.

Só acordei ela quando estacionei na frente da casa do JR.

Marcele: que sono todo é esse, nega? — ela tava me olhando com o olho pequenininho, cheia de sono. E papo reto, até assim eu sou amarradona na beleza dessa filha da puta.

Pietra: não sei, mas tô morrendo de sono mesmo. — passou a mão no rosto — a gente já chegou? — olhou pela janela.

Marcele: Já. Tu dormiu a viagem toda, me deixou sozinha no bagulho. — fingi reclamar e ela me olhou rindo.

Pietra: eu avisei que provavelmente iria dormir a viagem toda, então nem reclama. — deu de ombros — essa casa é linda demais...— voltou a olhar pela janela e eu concordei. JR tinha uma mansão do caralho.

Marcele: é mermo, parece até casa de playba. — ri fraco — tu tá com fome? — olhei pra ela que me encarou de volta e concordou com a cabeça. — quando nois entrar eu vejo algum bagulho pra tu comer. — ela concordou. Mandei mensagem pro JR avisando que já tinha chego e ele abril o portão da garagem. Quase não dava pra estacionar lá dentro, tinha carro e moto pra caralho. O cara tinha acionado todas as favelas do Rio, por que não é possível.

Foi só questão de estacionar que deu pra ver geral na área de lazer. Piscina tava lotada de mulher, e tinha dono de morro e vapor pra todo lado.

JR: CHEGOU QUEM FALTAVA! — gritou se aproximando do meu carro, com uma Brahma na mão.

Marcele: porra, tu grita pra caralho hein mané? — ri descendo do carro e indo cumprimentar ele.

JR: me respeita filha da puta! — fez careta e me puxou pra um abraço. Eu sentia falta dele pra caralho. O cara era tipo um pai pra mim. Breno e ele tomaram conta de mim e da minha mãe quando meu pai morreu. Ele nem tinha obrigação nenhuma, mas fez sem nem pensar duas vezes. Então sempre que ele precisar, eu vou. Família é família, sempre. — tá parecendo um gibi hein? Teu pai ia ficar doidão te vendo assim — olhou os meus braços e eu ri.

Marcele: a meta é fechar o corpo todo — ele fez careta e eu ri de novo. JR é um palhaço cara. Impossível ficar seria perto dele.

JR: cadê a filha da puta da Musa? Breno disse que ela vinha também — olhou pro meu carro procurando por ela.

Pietra tinha acabado de sair do carro e parou do meu lado.

JR já me olhou com aquela cara de putão dele, certeza que vai soltar alguma piadinha.

Marcele: ela teve uns bagulho de última hora pra resolver, mas vai chegar aqui antes da missão, fica sussa. — enfiei a mão no bolso da bermuda.

Nunca apresentei mina nenhuma pra ninguém da minha família. Muito menos trouxe acompanhante quando tinha reunião dos comandos. Era uma solteirona filha da puta mermo. Mas aí essa diaba entrou na minha vida e bagunçou tudo. Bagulho doido mermo.

JR: e quem é essa morena aí? — olhou pra Pietra que tava toda tímida do meu lado.

Marcele: essa porrinha aqui é a Pietra — falei brincando e ela me olhou brava. JR já começou a soltar aquela risada de fumante dele.

Pietra: isso é jeito de falar, Ferraz? — perguntou brava e eu dei de ombros rindo.

JR: fica suave, ela é assim mermo. Jajá tu acostuma. — olhou pra mim — bora lá, aqueles porra tavam enchendo meu juízo perguntando quando tu ia chegar — saiu andando e eu fui seguindo ele com a Pietra do meu lado ainda.

A DONA | SÁFICOOnde histórias criam vida. Descubra agora