A DONA | SÁFICO

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PIETRA

1 semana depois...

Sexta-feira.

Daiane tava toda se tremendo de tanto nervosismo, o que acabava me deixando nervosa junto.

Bom, lembram do ataque de pânico da Daiane pensando na possibilidade de estar grávida?

Pois bem, essa possibilidade existe e só aumentou já que a menstruação dela está a oito dias atrasada.

Agora estamos em uma clínica, fora do morro.

Já que se ela fizesse o exame de sangue lá no postinho do morro, a notícia ia se espalhar.

Eu já tenho basicamente a resposta e acredito sim que ela esteja grávida.

Já a Daiane...bom, ela surta toda vez que lembra que talvez, mas muito talvez, tenha um ser crescendo dentro dela.

Sim, vai demorar um tempo pra ela se acostumar com a ideia, porque tudo que passa pela cabeça dela é que isso seria uma gravidez na adolescência.

Sendo que ela faz vinte e um anos amanhã.

É isso mesmo, amanhã é aniversário da doida da Dai e ela resolveu vir fazer o exame de sangue hoje, porquê segundo ela: amanhã quer encher a cara, e só quer ter a certeza que não tá grávida.

Eu passei a semana inteirinha na função de organizar a festa dela, e de comprar um presente que ela gostasse.

E ambas missões não foram nada fáceis.

O local que ela escolheu pra festa é uma balada, então tive que planejar decoração de um camarote.

E pra piorar, essa balada é quase do outro lado do rio, totalmente caminho oposto do morro. São 45 minutos de carro até lá.

Não faço ideia de quanto gastei com uber nessa brincadeira, mas sei que preciso urgente tirar minha carta, e comprar um carro.

E pra conseguir comprar o presente perfeito? Simplesmente arrumei briga com uma mulher numa loja, porque a imbecil colocou naquela cabeça de bosta dela, que a sandália que eu estava segurando era a que ela queria comprar.

Só que aí que tá o problema: só tinha aquela no estoque, no número da Daiane.

No fim, eu comprei o salto.

Eu sei, sou uma amiga incrível.

Mas só eu sei o tanto de vezes que parcelei essa merda.

Só comprei porque primeiramente: Daiane merece.

Segundamente: ela só falava nessa diabo dessa sandália.

E para melhorar ainda mais minha ida ao shopping por conta do presente, tomei uma chuva do caralho quando estava esperando algum Uber aceitar a corrida.

Era tanta gente parada do lado de fora do shopping, que ficou sem espaço na parte coberta.

Um furdunço só.