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MARCELE

📞 LIGAÇÃO ON 📞

Ferraz: Fala cria, manda o papo

Breno: Já terminou aí? Tudo certo?

Ferraz: Acabei já pô.
Tá tudo certo sim, fica sussa
— Falei enquanto engatilhava a glock.

Breno: Preciso que tu volte pro morro agora. Tenho que trocar uma ideia contigo.

Conheço meu irmão e pelo tom de voz dele, bagulho bom não é.

Ferraz: Jae porra...marca um 10 que já chego ai. — Desliguei a ligação e guardei
o celular.

📞 LIGAÇÃO OFF 📞

Passei as ordens pros vapores que tavam me acompanhando, subi na minha moto e sai cantando pneus.

Fui cortando caminho até chegar no morro, pra não correr o risco de acabar dando de cara com os cana.

Me amarro em velocidade. Ando parecendo que não me importo se morrer desse jeito.

O sol das 14:30 do RJ não tava pra brincadeira. Sai cortando o trânsito pra chegar o mais rápido possível no morro.

Quando Breno me convoca assim e não adianta nem o assunto, é por que não é bagulho bobo. Todo cuidado é pouco pra gente não dar bobeira e tá com celular grampeado.

Não demorou muito e eu já tava estacionando em frente a boca.

BK: Chefin tá na sala da musa, Ferraz. Falou pra tu ir lá assim que chegar. — O vapor que tava fazendo vigia na entrada, me mandou o papo.

Nem respondi e já fui entrando e indo pra sala da musa. Já fui entrando sem nem bater e já tava lá a Musa, Ortiz, Babi e Breno.

Ferraz: Bora, já solta o papo — já tava ficando pilhada.

Breno: Educação da porra hein, mana? -— debochou.

Ferraz: Mané papo de educação, Breno. Eu quero é saber que porra tá rolando que tá todo mundo estranho. — Bufei e a Musa me entregou uma pasta.

Musa: Como tu sabe, eu ainda tô confirmando as informações sobre aquele bagulho do roubo de carga. Mas também tô tendo que ficar de olho no LK, já que agora ele não é mais de frente. — Eu concordei com a cabeça. — Essa semana eu notei que ele tava indo demais pra Niterói, e sempre na merma casa. Comecei a puxar as câmeras de trânsito e de comércio, e foi mole achar o filha da puta. As fotos tão tudo nessa pasta que eu te dei. Da pra ver ele pegando uma bolsa preta. Ele foi nesse mermo lugar papo de quatro vezes, só na semana passada e toda vez é a merma sacola preta. Só que eu nunca consigo ver quem é a pessoa que entrega isso pra ele por que não sai de casa. — Me encarou — mas papo reto, pode ter certeza que ele e tá metido em alguma merda. Só não sei ainda o que é, mas me dá um tempinho que eu descubro.

Breno: tá suave Musa, faz teus bagulho com calma e qualquer aciona nois — Deu um trago no cigarro.

Ferraz: Com calma uma porra, Breno! Esse filha da puta pode tá querendo vir atrás de nois e tu tá calmo? — o sangue já começa a ferver, da nem pra controlar.

Breno: Se eu surtar igual a tu, como que nois vai resolver? – Me encara e eu nego – Faz o que tiver que fazer, Musa. Qualquer informação nova, manda o papo pra gente. – Fernanda concorda e sai da sala, sendo seguida pela Ortiz.

Bárbara: Aí, na moral mermo, a gente precisa ficar na cola desse otário do LK. Não podemos dar bobeira.

Não dá mesmo para dar bobeira. LK é um idiota, mas é um idiota que por muito tempo esteve por dentro de tudo aqui no complexo. Era de frente, então tinha acesso aos fornecedores, esquemas, e principalmente o jeito que agimos em qualquer situação.

A DONA | SÁFICOOnde histórias criam vida. Descubra agora