MARCELE
Assim que nois chegou, Pietra falou que ia tomar banho e nem esperou eu falar nada, entrou no banheiro e trancou a porta.
Pietra veio o caminho todo quieta, e eu já tava estranhando.
Tem uns três meses que a gente se pega e ela nunca ficou desse jeito.
Enquanto ela tomava banho no banheiro do quarto, eu peguei uma roupa e fui pro banheiro do corredor. Tava doida pra tomar banho, suada pra caralho.
Tomei banho rapidão e já voltei pro quarto. Fiquei deitada na cama mexendo no celular.
Depois de um tempo Pietra saiu do banheiro enrolada na toalha, de cabelo lavado e tudo.
Foi só olhar pra ela pra perceber que ela tava com a cara vermelha, parecia que tinha chorado.
Ferraz: tu tava chorando? — sentei na cama e continuei olhando pra ela.
Pietra: não, eu tô bem. — passou a mão no rosto e nem me olhou.
Se antes eu já tava achando estranho o jeito que ela tava, agora tava achando mais ainda.
Ferraz: tem certeza nega? tá passando mal de novo? se tiver, me fala pô. eu levo tu lá no postinho em dois tempo. — levantei indo pra perto dela e ela me olhou o olho mó vermelho.
Se pá nem eu quando fumo fico assim..
Coração já apertou pra caralho...
Pietra: já disse que eu tô bem, não precisa se preocupar comigo. — virou de costas pra mim começou a procurar uma roupa pra vestir.
Ferraz: papo dez Pietra, não tô te entendendo. — perguntei já quase ficando doida. Só queria saber por que caralho ela tava mal assim.
Ouvi ela rir e depois virar me olhando. Nessa hora me quebrou. As lágrima já tava rolando solta, e eu sem entender nada.
Só queria que ela falasse o que ela tinha pra eu ajudar ela e nois ficar de boa.
Só vi Pietra chorando uma vez, e papo reto, eu fico mal pra caralho quando isso acontece. É papo de: prefiro sentir dor, do que ver ela mal.
Bagulho loucão...
Pietra: se você não tá entendendo, imagine eu...— riu sem humor — por que tu se importa comigo? — cruzou os braços olhando pra mim.
Ferraz: ué porra? por que eu gosto tu. Por que...por que, nois tem um lance daora, e tu é uma mina daora e tal. E tu sempre disse que além de nois se pegar, nois tem amizade e os caralho. Então, é isso aí mermo. — cocei a nuca sem jeito.
Esses bagulho de pergunta emocional né comigo..eu fico mó sem jeito e não sei nem como responder esses begulho.
Pietra: gosta de mim, Marcele? Gosta do que a gente tem? — perguntou e eu concordei com a cabeça — Gosta de mim, do que a gente tem e tudo isso aí que você falou, mas não o suficiente pra ter algo sério comigo né? — a voz dela falhou e minha cabeça já tava a milhão tentando juntar as coisas e entender que caralho tava acontecendo. Fui falar mas ela nem deixou — eu ouvi você falando com a Flávia, não queria, mas ouvi. — passou a mão no rosto enxugando as lágrimas.
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A DONA | SÁFICO
Fanfiction📍Rocinha, RJ Quais as chances de encontrar paz e aconchego num lugar perigoso e cheio de controvérsias? pois é, as chances são poucas, mas eu encontrei minha paz, e foi nos braços da sub dona do morro.