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MARCELE

Pietra tinha chorado por meia hora mais ou menos.

Quando vi ela tava quase cochilando no meu colo, e eu até deixaria ela dormir se ela não estivesse suada, talvez por conta da faxina que ela parecia tá fazendo quando eu cheguei.

Ajudei ela a subir pro quarto pra tomar banho.

Quando ouvi o chuveiro ligar, procurei pelo quarto a gaveta que eu tinha visto com pijama, e peguei um conjunto do Mickey pra ela.

Deu vontade de rir? Deu.

Mas se eu rir é capaz dela me bater.

Deixei em cima da cama e desci pro andar de baixo.

Ia terminar de lavar a louça que ela não terminou antes.

Arrumei as almofadas do sofá também, tava tudo no tapete.

Quando eu ia subir de novo, vi ela descendo as escadas com o pijama do Mickey.

Eu me segurei muito pra não rir, e nem era momento pra isso. Mas era meio impossível não rir de um gnomo vestida de Mickey.

Pietra: achei que cê tinha ido embora - disse tímida.

Me aproximei dela e abracei sua cintura, passando meu nariz de leve pelo seu pescoço, sentindo seu cheiro de banho recém tomado.

A pele dela se arrepiou.

Marcele: vim terminar de lavar os bagulho lá - dei um selinho nela, que tava me olhando daquele jeito que ela sempre olha - e sério, valeu por confiar em mim e contar as coisas. Sei que não é fácil pra tu - fiz carinho na bochecha dela.

Pietra: obrigada você por ouvir, sério, eu tava precisando disso - abraçou minha cintura deitando a cabeça no meu peito.

Dei um beijo nos cabelos dela, fazendo um carinho de leve.

Marcele: fica suave que aqui tu tá protegida jaé? Já dei as ordens lá na boca, e vou mandar ficarem de olho nele. - ela me olhou meio nervosa talvez.

Pietra: cê não vai fazer nada com ele não, né? - ela tava nervosa, dava pra ver.

Marcele: só se ele tentar fazer algum bagulho contigo - dei de ombros - pensa nisso agora não nega, chega de coisa ruim pô - dei outro selinho nela, que assentou concordando - tá com fome tu?

Vi o olhinho dela brilhar e já comecei a rir.

Falou de comida, Pietra vira um anjo.

Marcele: não sei nem porque eu pergunto mano, sério - neguei com a cabeça, ainda rindo e ela me deu um tapinha no braço.

Pietra: para cara! Eu não tenho culpa se eu sinto fome o tempo todo - foi até o sofá e sentou num cantinho, cruzando os braços e fazendo bico.

Continuei rindo e fui até ela, me agachando na sua frente e apoiando a mãos nas contas dela.

Marcele: já parece o zangado, aí faz bico, piorou - ri e ela me mostrou o dedo do meio - sério nega, fala pra mim o que tu quer comer que eu pessoa pô - fiz carinho na coxa dela, e ela me olhou com o olhinho brilhando de novo, e com o maior sorrisão na cara.

A DONA | SÁFICOOnde histórias criam vida. Descubra agora