Mariana
Cinco minutos. Foi o tempo que eu me atrasei pra sair da loja. E nesse tempo a invasão começou.
Parece que foi até alguma coisa me prendendo aqui, porque se eu estivesse saindo no meu horário corretamente, nessa hora eu estaria no meio de uma troca de tiros.
Eu estava olhando de cantinho na janela, quando vi o Vilão tomar um tiro.
Eu sei que não pode, é óbvio, é perigoso pra caralho e a chance de eu levar um tiro no meio da minha testa é enorme.
Mas a minha preocupação com a Any estava falando mais alto, ela saiu antes de mim e o meu medo era que ela estivesse no meio dessa trocação toda.
Encarei o Vilão se sentar no chão logo após deixar suas armas e a mochila que ele tinha nas costas na mesa.
Ele encostou a cabeça na parede e respirou cansado. A blusa dele na região onde ele havia tomado um tiro estava ficando manchada pra caralho de sangue.
Mariana: Eu não entendo nada disso, mas eu acho que você tá perdendo sangue até demais — apontei e ele olhou.
Vilão tirou a camisa, ele olhou para o ferimento e apertou com os dedos as laterais de onde o tiro havia pegado. Acho que pra saber se a bala entrou muito, ou sei lá.
Vilão: Tem algum pano limpo pra me arrumar aí não? Só pra tentar estancar o sangue.
Fui pra cozinha e voltei rápido com uma toalha de rosto limpa, entreguei nas mãos dele e ele colocou e pressionou no ferimento fazendo careta.
Me sentei no chão, o mais correto a se fazer, de frente para o Vilão. Ele me olhou por alguns segundos e falou:
Vilão: Tu me ajudou por quê? Posso saber? — falou com a voz rouca.
Mariana: Porque talvez você levou um tiro e estava sangrando muito — deu os ombros — com essa barriga sangrando desse jeito tu não chegava longe nunca.
Ele só balançou a cabeça, o silêncio ali entre nós voltou, só se escutavam os diversos tiros e às vezes alguns eram tão próximos que me faziam assustar.
⏰⏰⏰
Minutos se passaram, mas pareciam que eram horas que eu e o Vilão estávamos trancados aqui.
Os tiros ainda não haviam acabado. Não eram mais tão intensos quanto antes, mas a trocação ainda rolava.
Vilão encostou a cabeça na parede e eu percebi que ele já estava vacilando.
Mariana: Não morre não, porra — falei séria e ele riu fraco.
Ele estava suando frio e a cada vez que ele tossia saía mais sangue ainda da barriga dele.
O tempo estava passando e do jeito que ele está, se ele continuar aqui ele não vai aguentar por muito.
Vilão: Dá pra aguentar ainda — murmurou.
Mariana: Já tem horas que a gente tá aqui, você tá perdendo sangue. É um milagre você tá vivo ainda — ele riu baixo — eu tô falando sério! Eu já vi gente morrer com um tiro na perna.
Vilão: Pra você ver que vaso ruim não quebra.
Mariana: Para de pagar de durão, você mais do que eu sabe que você tá fraco.
E ele me encarou, me olhou com uma cara de quem não ligava e então eu balancei meus ombros em desistência.
Mariana: eu não te dou mais nem uma hora de vida, já já tá morto aí — fingi não dar importância. Já que nem ele estava ligando eu não ia demonstrar preocupação.
Embora eu realmente não queria que ele morresse…
Pelo menos não na minha frente.

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Mente de Vilão
Romance157 bolado, era o terror das favelas mas tive sorte no amor, achei minha cinderela. Eu só andava de peça e de carrão importado mas quando me apaixonei eu vi que tinha mudado....