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Mariana 

Eu acompanhava cada movimento da minha professora, atenta. Mas pergunta se eu sabia o que ela estava falando? Na minha mente tava rodando mil assuntos aleatórios, menos o que ela explicava.  

Meu celular vibrou na mesa e o peguei olhando as mensagens na tela.  

Vilão: Tá no curso ainda? Avisa quando sair, tô na pista, te busco aí (11:12)  

Daqui 20 minutos a aula acaba, vou te esperar (11:12)  

Ele respondeu com um emoji de joinha e eu ri. Maluco, só sabe responder assim.  

Quase um mês se passou...

Depois daquele dia na praia eu jurei pra Any e pra Pamella que eu não iria ficar com ele de novo pelo simples fato de ele ser um homem muito complicado, mas como sempre eu falhei na missão. E cá estou eu de novo, ficando ele mais uma vez.

Eu nem sei explicar o que eu e ele tem. A gente até que se dá bem, até o momento em que um de nós dois abrimos a boca. 

Ele apela fácil, por qualquer coisinha. E qualquer coisa que você fale com ele tem um grande perigo de ele não ouvir nem a metade do que tu disse, pegar a única parte que ele ouviu e entender ela de forma totalmente errada, aí começa a surto... 

Vilão é ignorante, rude pra caralho, mas eu sempre coloco ele no lurgazinho dele. 

E eu acho que a única resposta pra nós dois estarmos ficando nesse tempo todo, é a nossa conexão sexual. É incrível o quanto na cama nós dois nos entendemos pra caralho!  

E por um lado isso não é bom.  

Eu tenho medo de acabar gostando disso tudo até demais, acabar me apegando. E eu não quero isso, não quero criar sentimentos pelo Vilão.  

Sentir algo por ele, ou por qualquer outra pessoa, está fora de cogitação na minha vida nesse momento. 

⏰⏰⏰ 

Vilão: Quero que tu vá em um lugar comigo hoje — disse prestando atenção nas ruas por onde ele dirigia.  

Ainda tô tentando entender o que fez ele vir aqui me buscar no curso.  

Mariana: E aonde é esse tal lugar que você quer que eu vá?  

Vilão: Aí tu já tá querendo saber demais, colega — me olhou rápido e eu ri.  

Mariana: Vilão, você tá se ouvindo? Tu quer que eu saia contigo, não fala pra onde é e quando eu pergunto você fala que eu tô querendo saber demais? Você é muito estranho. 

Vilão: Quando tu chegar tu vai saber, caraí, nem eu ainda tô sabendo o endereço. Só tô ligado que eu tenho que ir. Vai ou não?  

Mariana: Não! — falei óbvia — nem rola, vou sair hoje.  

Mentira.  

Mas eu não vou falar a verdade, sei lá pra onde ele quer me levar. Vilão é muito estranho, conheço faz pouco tempo e a nossa intimidade não é lá essas coisas. Lá vou saber o que ele quer fazer comigo.  

Vilão: Deixa de ser falsa, Mariana, sabe nem mentir ainda por cima.  

Mariana: É sério. Tu me chamou em cima da hora, e outra, era óbvio que eu precisava saber o lugar pra saber o que eu iria vestir. Talvez eu vá arrumada demais, ou de menos. E aí?  

Vilão: Mariana, vestido, salto, maquiagem essas fita toda. As mulheres lá só andam montadas, quer mais?  

Mariana: Não tenho roupas pra esse evento. 

Mentira de novo.  

Se tem uma coisa que eu não posso reclamar é sobre roupas, eu tenho tantas, que tem roupa nova que eu comprei e nem sequer usei ainda.  

Vilão parou o carro em uma rua atrás da minha, aqui geralmente é bem sem movimento. 

Não quero que ninguém saiba sobre nós dois, uma porque isso aqui não vai pra frente e a outra é que aqui a fofoca corre o morro todo em segundos. É alguém me ver com ele pro meu pai acabar comigo em fração de segundos.  

Desci do carro pronta pra sumir das vistas dele e evitar que ele prorrogasse esse assunto de sair com ele. Mas ele como sempre, sempre sendo mais rápido.  

Vilão: Toma aqui, Mariana — falou chamando minha atenção e eu olhei pra ele que abriu o porta luvas do carro. 

Ele tirou um cartão de lá de dentro e entregou nas minhas mãos.  

Vilão: Compra lá o que tu quiser pra usar hoje a noite. É de débito, paga por aproximação.  

Mariana: Vilão... —  Ele me interrompeu.   

Vilão: Às 23 horas eu vou estar te esperando aqui. Vinte minutos pra tu tá aqui — me olhou — se passar disso eu vou te buscar lá na porta da tua casa, vida — sorriu falso. 

Eu ia abrir a boca pra reclamar? Sim, óbvio. Mas como sempre...  

Vilão: Eu até te escutaria reclamar, mas eu tenho que subir, plantão agora — falou ligando o carro — onze horas, aqui. Jaé?

Mariana: Não! — respondi simples e ele deu um meio sorriso e em segundos ele saiu com o carro dali.  

Ele realmente tá duvidando da minha palavra, né. Tá jurando que eu tenho medo de ameaças dele. Coitado…. 

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