Não se esqueçam de comentar, gatinhas.
Vilão
Acordei assustadão, todo suado, meu coração tava acelerado e minhas mãos tremendo.
Vilão: Eu não tenho paz nesse caralho, que porra! - joguei o travesseiro longe. Esfreguei as mãos no rosto e me levantei.
Todos os dias é a mesma coisa, esses pesadelos me perseguem.
A minha vida é um pesadelo.
Puta que pariu.
Desde o dia em que eu matei o Raul, eu não sei mais o que é dormir bem, ter uma noite de sono tranquila, eu acordo se pá umas 3 três vezes em uma noite, só com pesadelos.
Nunca acreditei nessas paradas de jogar praga nos outros, até ele antes de morrer dizer olhando nos meus olhos que eu nunca mais teria paz na minha vida.
Eu realmente nunca mais tive...
Lembro de quando eu esfaqueei ele no ódio logo após ele ter me agredido, como em todas às vezes, e logo depois bater na Janaína e estuprar ela.
Ele tava malucão de droga, os dois eram dois drogados fodidos, viciados em drogas e bebidas, certeza que se ele não tivesse morrido aquele dia quem ia acabar morto era eu.
O cara me espancava, batia nela, abusava da mesma e ainda me obrigava a ver tudo aquilo. Isso quando ele não levava mulheres pra dentro de casa e dizia que eu tinha que aprender o que era sexo, vendo ele transar com elas.
Janaína tinha razão quando disse que eu deveria ter morrido em um dos abortos que ela tentou fazer, ou quando eu quase morri de infecção hospitalar e asma no hospital, em tão em todas as agressões que eu sofria até apagar no chão.
Eu era uma criança, eu não deveria tá vivendo isso aqui não, eu não merecia passar por um terço do que eu passei na minha vida.
Não sou nenhum santo e nem me passo como um, mas se eu tivesse tido uma infância maneira quando pivete, acho que talvez o meu futuro não fosse esse que eu tenho hoje.
Quando eu saí do banho só refiz o curativo na minha barriga, vesti uma roupa, passei a mão no bolso pra confirmar se a minha bombinha estava ali e desci pra garagem tirando minha moto e indo pra boca.
Flashback...
- Vou te fazer algumas perguntas, Ítalo, quero que você seja totalmente sincero comigo, ok? - a psicóloga me perguntou.
Depois da polícia me pegar e depois de uma série de perguntas na delegacia me mandaram pro conselho tutelar. A mulher lá, a tal da psicóloga, tava me enchendo de perguntas, chatona ela.
- Como você está se sentindo agora? Qual o sentimento que você sente nesse momento? - Ela me olhou.
Pensei um tempinho antes de dizer, mas eu não ia mentir pra ela não. Mal eu não estava.
Ítalo: Eu tô normal, não tô sentindo nada, só tô normal.
- A sua relação com ele, pelo o que eu soube, não era boa, você não quer me falar um pouco sobre?
Ítalo: Ele me batia muito, em mim e na Janaína. Se dopava de cocaína e outras drogas, misturava com bebida e quando chegava em casa descontava tudo em mim. Com três anos de idade eu fui internado com ferimentos graves pelo corpo, porque ele e a Janaína me agrediram.
- E você não tinha mais nenhum outro familiar a não ser eles?
Ítalo: A minha avó, já cheguei a morar com ela por dois meses, mas a Janaína me buscou, me obrigando a voltar pra casa.
- Entendi. - ela me olhou - Então quando o seu pai agredia você ou a sua mãe ele nunca estava sóbrio?
Ítalo: Não - ela me olhou e ficou calada por alguns segundos.
- Como você matou ele, Ítalo?
Respirei fundo lembrando da cena.
Apertei minhas mãos e mesmo não querendo relembrar, falei:
Ítalo: Ele tava dormindo no sofá, eu saí do meu quarto pra beber água e quando vi ele ali achei que eu poderia me vingar dele.
- e então você esfaqueou ele? - confirmei com a cabeça - nesse dia ele te bateu por qual motivo? você poderia me falar...
Ítalo: Eu tinha chegado atrasado do colégio, ele pediu pra eu chegar cedo mas eu me atrasei.
- Ok. - ela anotou alguma coisa no caderno dela - E a sua mãe? Como era a sua relação com ela?
Ítalo: Ruim, não tanto como com o Raul. Com o tempo ele passou a bater nela também, às vezes ele só parava depois que ela desmaiava.
- E você se arrepende do que você fez?
Pude notar o olhar dela sobre mim, mesmo estando de cabeça baixa.
Fiquei calado mas isso foi motivo para ela me questionar novamente.
- Fala comigo, Ítalo, me conta como você se sente, eu não vou te julgar.
Ítalo: Nem eu sei o que eu tô sentindo, como eu vou te falar? - me ajeitei olhando pra ela.
- Então vamos lá, eu vou te ajudar, você pode não estar arrependido ou está sentindo qualquer outra coisa como, remorso, arrependimento, pode estar envergonhado pelo o que fez, triste... Só me fala como você se sente.
Ítalo: O Raul nunca gostou de mim, nunca me amou, pelo contrário, ele só me desprezou e me maltrato, então arrependimento, remorso ou culpa é uma coisa que eu não sinto! - respondi sincero - Faria pior se possível!

VOCÊ ESTÁ LENDO
Mente de Vilão
Storie d'amore157 bolado, era o terror das favelas mas tive sorte no amor, achei minha cinderela. Eu só andava de peça e de carrão importado mas quando me apaixonei eu vi que tinha mudado....